segunda-feira, 23 de julho de 2012

Imigrantes brasileiros viram documentário no Japão



DIOGO BERCITO
DE SÃO PAULO

A história da crise econômica global não se parece com um enredo de mangá, para quem deixou o Brasil com o sonho de levar uma vida mais confortável no Japão. Enquanto nesses gibis abundam soluções para todo o tipo de catástrofe, na vida real cerca de 100 mil brasileiros tiveram de voltar ao país depois de verem seus planos varridos devido a desastres. Em dezembro de 2007, havia aproximadamente 317 mil decasséguis no Japão –brasileiros de ascendência japonesa trabalhando no país.

Foi durante essa época que a cineasta japonesa Mayu Nakamura se interessou por esses imigrantes vivendo às margens da sociedade. ”Eles eram sempre positivos e alegres, apesar de todas as dificuldades pela qual estavam passando”, disse.

As agruras, porém, se intensificaram. Uma crise econômica e um tsunami enxugaram os empregos. O número de decasséguis caiu para cerca de 210 mil, em 2012. O retorno ao Brasil foi auxiliado pelo governo japonês, que ofereceu dinheiro para que decasséguis partissem –e não voltassem para trabalhar.

Nakamura seguiu esses imigrantes de volta ao Brasil e continuou a filmá-los. O tema era outro, agora: a difícil adaptação a um país que já havia se tornado estranho. ”Foi realmente terrível forçar esses trabalhadores a ir embora quando as empresas não precisavam mais deles.” Nakamura reuniu as imagens no documentário “Lonely Swallows” (andorinhas solitárias), sem previsão de lançamento no Brasil.

A diretora nota, entre as reclamações que registrou, que “eles têm medo de andar à noite”. É umas das preocupações que relata Célio Takenaka, 40. “Saio tremendo de casa todo os dias.”

Ele vive em Curitiba, após ter passado 26 anos em Osaka, no Japão.

Takenaka voltou ao Brasil há dois meses para ter o filho aqui. “O impacto foi o mesmo de quando fui para o Japão. Estou em um país estranho.”
Fonte: Folha de S. Paulo

http://provinciasaopaulo.com/

domingo, 22 de julho de 2012

RS: estrangeiros ilegais entram no País com a ajuda de 'coiotes'


Começa a aumentar no Rio Grande do Sul a ação de criminosos que exploram estrangeiros que tentam ingressar no Brasil, os chamados "coiotes". Nos últimos 30 dias, de acordo com a Polícia Federal (PF), foram pelo menos 12 ocorrências só em Uruguaiana, na fronteira oeste do Estado. Os ilegais são imigrantes em busca de oportunidades vindos da África, da Coreia do Sul e da China. As informações foram publicadas no jornal Zero Hora.

De acordo com a delegada Ana Carolina Becker, são pessoas que têm medo de se submeter aos trâmites legais ou que não foram aceitas pela Imigração. A maioria não tem, necessariamente, ligação com o tráfico de drogas ou outros crimes. Já os coiotes, segundo a PF, moram na Argentina e no Brasil e se aproveitam da burocracia na imigração legal e da fiscalização deficiente nas fronteiras.

Fonte: http://www.miguelimigrante.blogspot.com.br/





segunda-feira, 23 de abril de 2012

Migrações: Igreja alerta para «falsas ilusões»

D.R.Lisboa, 19 abr 2012 (Ecclesia) – O coordenador nacional da Pastoral das Migrações na Suíça, padre Aloísio Araújo, referiu hoje que “as pessoas foram iludidas” na “nova vaga de emigração” para aquele país.

Em declarações à Agência ECCLESIA, este responsável sublinhou que algumas famílias “foram enganadas por redes de angariação de trabalho”.

O sacerdote participa no encontro a decorrer em Alfragide (Lisboa), com responsáveis de Cáritas e capelanias católicas de alguns países europeus.

Alguns emigrantes portugueses na Suíça “começaram a dormir na rua e nos espaços públicos dos comboios” devido à escassez de trabalho.

Atualmente, confessou o padre Aloísio Araújo, “andam centenas de portugueses na rua à procura de trabalho” e as missões católicas tentam ajudar “naquilo que podem, através do auxílio nas necessidades básicas”.

O responsável aconselha os portugueses “a não irem caso não tenham um contacto seguro e um trabalho garantido”.

Também no Luxemburgo, onde a taxa de desemprego se situa nos 6%, a “precariedade se torna evidente” e o número de emigrantes portugueses" continua a aumentar”, disse à Agência ECCLESIA Amílcar Monteiro, técnico de ação social da Cáritas nesse país.

O Luxemburgo “não estava preparado” para receber tantos emigrantes e, segundo este responsável, “chegam portugueses com bom nível escolar e formação universitária (enfermeiros, juristas, psicólogos), mas não preenchem os requisitos necessários, que são os idiomas: luxemburguês, francês e alemão”.

Dado que “numa atitude de desespero tudo é permitido”, Amílcar Monteiro revelou que algumas pessoas “chegam no seu próprio veículo”, mas “ficaram desencantados” porque “não conseguiram encontrar o emprego e alojamento”.

O capelão da Missão Católica na Inglaterra, padre Pedro Rodrigues, referiu que também naquele país “alguns emigrantes foram enganados com falsas promessas”.

Se o mercado de trabalho está saturado noutros país, a Alemanha “está bem economicamente e tem muita oferta de trabalho”, disse o padre Manuel Janeiro, delegado local das Missões Católicas Portuguesas.

As empresas alemãs estão “a precisar de trabalhadores, mas, essencialmente, pessoas diplomadas, o problema é saber a língua alemã”, salienta, antes de deixar um alerta: “Nunca ir à toa, as pessoas devem informar-se antes de partirem”.

Esta iniciativa, promovida pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, Cáritas Portuguesa e Agência ECCLESIA, conta com a participação de agentes pastorais do Luxemburgo, Suíça, França, Reino Unido, Alemanha e Holanda, e pretende articular estes organismos na colaboração em ordem a “uma melhor integração dos portugueses nesses países”.

LFS/OC
www.agencia.ecclesia.pt

terça-feira, 17 de abril de 2012

Governo cria comitê paranaense para refugiados e migrantes

Fonte: http://www.cidadao.pr.gov.br/

O governador Beto Richa criou, nesta semana, o Comitê Estadual para os Refugiados e Migrantes do Estado do Paraná (CERM), que passará a funcionar no âmbito da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju). Com isso, o Paraná passa a ser o terceiro estado brasileiro a ter um comitê especial, encarregado de atender as pessoas que sofrem problemas em função da grande mobilidade social contemporânea. Até o momento, apenas São Paulo e Rio de Janeiro tinham esse comitê devidamente organizado.

Proposto pela secretária Maria Tereza Uille Gomes, o Comitê tem o objetivo de orientar os agentes públicos sobre os direitos e deveres dos solicitantes de refúgio e refugiados, bem como promover ações e coordenar iniciativas de atenção, promoção e defesa dos refugiados no Paraná, junto aos demais órgãos do Estado que possam provê-los e assisti-los através de políticas públicas – conforme prevê o decreto de criação. O novo comitê será integrado pela Secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e por um representante de cada um dos seguintes órgãos de governo: Casa Civil e secretarias de Estado da Segurança Pública, da Família e Desenvolvimento Social, da Saúde, do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, do Turismo e de Relações com a Comunidade. Também será integrado por dois representantes de organizações não-governamentais voltadas a atividades de assistência e proteção a refugiados e migrantes no Estado ou no País, indicados pela Seju.

A instalação oficial do comitê será feita nos próximos meses, quando se realizará a primeira reunião de trabalho do grupo, a fim de analisar demandas já existentes e organizar o trabalho futuro. Para isso, cada uma dessas instituições deverá indicar o seu representante e respectivo suplente.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Começa hoje, no Equador, seminário internacional sobre lutas sociais, direitos humanos e educação

Começa hoje (10) e segue até sexta-feira (13) em Quito, Equador, o seminário internacional Lutas sociais, direitos humanos e educação, promovido pela Campanha Latino-americana pelo Direito à Educação (Clade) com o apoio da Associação Latino-americana de Educação Radiofônica (Aler) e do Contrato Social pela Educação no Equador. O evento acontecerá na Faculdade de Ciências da Educação da Pontifícia Universidade do Equador (Puce) e abordará temas como direito à educação, liberdade de expressão e participação cidadã.

O seminário internacional se insere no marco da VII Assembleia da Clade e tem como fim "aprofundar a análise do direito à educação e do direito à comunicação na luta por democracias fortalecidas e cidadanias ativas”.

O evento é aberto e as inscrições são gratuitas. Já está confirmada a participação de representantes e delegados de organizações sociais de mais de 15 países da América Latina. A expectativa é que o evento tenha representantes de 21 países.

Também são esperados especialistas, convidados internacionais e integrantes do movimento estudantil do Chile para discutir a influência dos meios de comunicação na luta pelo direito humano à educação (DHE), novas tecnologias, estratégias de comunicação na luta pelo direito à educação, o uso dos meios alternativos na educação e o tratamento jornalístico dado à questão educativa.

O seminário internacional tem em sua programação do primeiro dia três painéis sobre: Democracias na América Latina e Caribe; Sujeitos sociais e participação democrática; e Direito à Comunicação, liberdade de expressão e participação cidadã. Durante toda a quarta-feira a programação está reservada para o painel ‘Características da conjuntura no cenário da luta pelo direito humano à educação’.

Um dos temas principais a serem tratados durante o seminário será a crescente criminalização dos movimentos sociais na América Latina. O assunto terá destaque já nos debates do primeiro dia de evento com a participação de Pablo Gentili, coordenador da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso) - Brasil, e de Francisco Rhon Dávila, presidente do Conselho Superior da Flacso.

Na manhã de quinta-feira acontece o debate de abertura das oficinas de interaprendizagem sobre ‘Educação e Comunicação: Campos Convergentes, enfoques e desafios’. Esta programação continua durante toda a sexta-feira com oficinas simultâneas sobre: Incidência nos meios de comunicação na luta pelo DHE; Uso das novas tecnologias e estratégias de comunicação na luta pelo direito à educação; Leitura crítica dos meios na educação; Uso da comunicação e meios alternativos na educação; e Tratamento jornalístico da questão educativa.

As oficinas de interaprendizagem vão apresentar casos concretos, experiências e ferramentas para quem deseja dar visibilidade pública às lutas e temáticas sociais, além de debater o potencial de organização e mobilização através de meios de comunicação comunitários e alternativos.

Quem não puder participar do evento em Quito terá a oportunidade de acompanhá-lo pelo link: http://www.aler.org/educacionycomunicacion/. A Aler transmitirá ao vivo o seminário e as oficinas de interaprendizagens.

Para informações e inscrições, escreva: inscripcion@campanaderechoeducacion.orgou acesse: http://campanaderechoeducacion.org/clade2012/.

Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Adital

Concurso premiará melhores iniciativas de combate e prevenção ao tráfico de mulheres e meninas

09.04.12 - AMÉRICA LATINA

Natasha Pitts *
Adital -

Desde o dia 8 de março já é possível se inscrever para participar do 5º Prêmio Latino-americano pela Vida e a Segurança das Mulheres e Meninas na América Latina e Caribe. A iniciativa é da Coalizão Regional contra o Tráfico de Mulheres e Meninas na América Latina e Caribe (CATWLAC) e busca reconhecer as melhores práticas em matéria de atenção, proteção, prevenção, pesquisa acadêmica, meios de comunicação e expressões culturais artísticas contra o tráfico de mulheres e meninas na América Latina.
O concurso se insere nas comemorações do 23 de setembro - Dia Internacional contra o Tráfico de Pessoas, a Prostituição e todas as formas de exploração sexual - e deseja envolver toda a sociedade. Organizações, governos locais e federais, funcionários dos poderes executivo, legislativo e judiciário, e pessoas dedicadas ao trabalho contra o tráfico e em favor da atenção às vitimas podem se inscrever.

Os/as candidatos/as precisam ter contribuído de forma relevante e exemplar com o ensino e divulgação dos direitos humanos das mulheres, a promoção da igualdade e equidade de gêneros e mais especificamente serem reconhecidos/as pelo trabalho contra o tráfico de mulheres e meninas com fins de exploração sexual e comercial.

Os/as interessados/as devem escrever uma carta de apresentação e enviá-la por e-mail (premiolac@catwlac.org) até o dia 31 de julho para o jurado do prêmio junto com seu currículo e documentos que avaliem sua trajetória nos últimos cinco anos. Todo material deve estar escrito em espanhol.

Junto a estes documentos, é preciso enviar proposta de ações que contribuíram para diminuir, proteger, prevenir ou atender mulheres e meninas vítimas de tráfico; ações voltadas para a perseguição e sanção dos exploradores e traficantes e iniciativas para acabar com a demanda e o consumo de prostituição na região.

As propostas devem contemplar dimensões como: atividades de organizações sociais na prevenção do tráfico de mulheres e meninas; programas e políticas públicas voltada à atenção e prevenção com perspectiva de gênero; difusão e divulgação nos meios de comunicação massivos sobre o fenômeno em um país da AL e Caribe que respeite os direitos das vítimas; pesquisa acadêmica sobre tráfico de mulheres e meninas na região; expressões artísticas, literárias e culturais que deem visibilidade ao fenômeno, com destaque para a demanda.

A proposta enviada precisa seguir uma estrutura básica e definir a problemática do tráfico de mulheres e meninas, definir quais foram os objetivos e estratégias, relatar ações implementadas e a metodologia empregada, mostrar os resultados obtidos, as conclusões, lições aprendidas e possibilidades de aplicação em outros contextos. Também pode ser acrescentado material informativo.

A decisão do júri sairá até 31 de agosto e o resultado será divulgado no dia 23 de setembro na cerimônia de premiação que acontecerá neste mesmo dia. A proposta que tirar o 1º lugar em cada categoria será publicada e divulgada pela CATWLAC.

Tráfico de mulheres e meninas

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), todos os anos cerca de quatro milhões de mulheres são vítimas de tráfico para exploração sexual e dois milhões de meninas com idade entre cinco e 15 anos são levadas para a indústria do sexo. Mulheres e meninas representam 86% das vítimas de tráfico de seres humanos. Hoje a internet é uma grande facilitadora deste crime.

Mais informações sobre o premio em: http://www.catwlac.org/

* Jornalista da Adital