Para os militantes pró-Zelaya, que esperavam o resultado da votação, os deputados se demoraram na votação como forma de dar visibilidade ao "espetáculo político". Após a decisão do Congresso, os manifestantes anunciaram o não reconhecimento da decisão dos parlamentares e o início, hoje, de novos protestos pelas ruas da capital Tegucigalpa.
Em nome dos 55 deputados do Partido Nacional, o deputado Rodolfo Irías Navas afirmou apoiar a decisão do decreto 141-2009, que destituiu Zelaya e nomeou o então presidente do Congresso, Roberto Micheletti, como mandatário provisório do país, em 28 de junho.
Em oposição, o deputado e ex-presidenciável derrotado César Ham (Unificação Democrática - UD) chamou de "cínicas" as instituições responsáveis pelos informes. Ham criticou os "golpistas" por, diante dos supostos crimes de Zelaya, terem optado por sua expulsão, ao invés de submetê-lo às leis do país.
Ao retomar ontem o cargo de presidente provisório do país, Micheletti disse que Zelaya deve aceitar a decisão do Congresso. O mandatário de fato se manteve afastado da presidência por uma semana, alegando querer se isentar do processo eleitoral concluído no domingo.
O retorno de Zelaya ao poder era um dos pontos do Acordo Tegucigalpa/San José, firmado entre governo provisório e deposto no mês passado. O quinto item do documento recomendava ao Congresso Nacional a restituição do mandatário constitucional até o fim de seu mandato constitucional, em 27 de janeiro de 2010.
A decisão do Congresso Nacional, no entanto, baseou-se nos informes sobre a restituição de Zelaya, pedido à Corte Suprema de Justiça (CSJ), ao Comissionado Nacional dos Direitos Humanos (Conadeh), ao Ministério Público (MP) e à Procuradoria Geral da República (PGR). Em resposta, todos os órgãos - considerados atores do "espetáculo" - disseram ser impossível o retorno do presidente constitucional.
O documento do Conadeh lista uma série de ilegalidades políticas supostamente cometidas por Zelaya desde o início de sua gestão. Já a PGR considerou a restituição "inviável", enquanto que a Promotoria Geral da República tratou o caso como "inadmissível e inaceitável", além de "insustentável juridicamente".
Com informações da TeleSur
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