quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

ACNUR apela a refugiados sudaneses para que deixem região fronteiriça

ESTADO UNIDADE, Sudão do Sul, 4 de janeiro (ACNUR}) - As bombas caíam do céu de Kordofão do Sul e Zahara* conseguia ouvir quando atingiam sua vila. A garota de 20 anos ouviu as explosões, agarrou seus dois filhos e fugiu. Ela correu desde sua casa em Lehemid, nas montanhas de Nuba, até a próxima cidade. Eles chegaram à cidade de Al Reika e, apesar da distância, as explosões ainda podiam ser ouvidas. Então continuaram correndo até a cidade de Tamanya. Quando bombardeio alcançou Tamanya fugiram para a vila Angola e posteriormente cruzaram a fronteira do Sudão do Sul até chegarem em vida, onde encontraram milhares de outros refugiados acomodados em cabanas construídas entre as árvores. “Estávamos sem nada”, disse Zahara. “Nós corremos, caímos, nos levantamos e voltamos a correr”.
Eles pensaram que estavam salvos. Mas no dia 10 de novembro outra
aeronave de bombardeio se aproximou. O avião deu três voltas ao redor de
Yida antes de liberar sua carga. As pessoas se fugiram em todas as
direções. Duas das bombas caíram na pista nos arredores do campo e
as outras caíram em locais mais distantes. Mas uma bomba foi jogada no
meio de uma escola provisória. As crianças tinham sido evacuadas, mas
Zahara lembra o medo que todos passaram. “As pessoas correram para o
mercado e para a floresta”, disse. “Alguns permaneceram na floresta
por horas”. De fato, cerca de 600 estudantes fugiram após o bombardeio e alguns continuam desaparecidos.
Quando se lembra daquele momento, Zahara sente o medo se apoderar dela.
Havia pouca comida e então ela se preocupou com sua situação e a de seus
filhos. Há poucos dias eles deixaram Yida, pegaram carona com um
caminhão e se transferiram para o centro de trânsito do Alto
Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), mais ao sul da fronteira.
“Claro que nos sentimos mais seguros aqui”, diz. “Se tivéssemos
sentido segurança em Yida não teríamos vindo para cá”.
O ACNUR e seus parceiros têm expressado fortemente sua preocupação com
o destino de mais de 20 mil refugiados que permanecem no acampamento de
Yida. O maior temor é que a proximidade com a fronteira e os crescentes
enfrentamentos militares coloquem a vida de pessoas inocentes em risco.
Enquanto o ACNUR continua provendo assistência emergencial em Yida, vem solicitando aos refugiados que se transfiram a outros centros e acampamentos mais ao sul do país, os quais estão prontos para recebê-los.

Leia a íntegra desta notícia em: www.acnur.org.b

Nenhum comentário:

Postar um comentário