domingo, 31 de maio de 2009

Encontro do Projeto Missionário Regional MS

As comunidades religiosas das Missionárias Scalabrinianas do Mato Grosso do Sul, compreendendo as cidades de Naviraí , Dourados e Campo Grande, com a presença da Coordenadora Provincial do Organismo do Apostolado e da Superiora Provincial da Província Maria Mãe dos Migrantes, estiveram reunidas em processo de discernimento e planejamento regional da Ação Pastoral Missionária. Foi momento propício de reflexão e partilha da caminhada visando o fortalecimento da Espiritualidade Missionária e do próprio carisma congregacional. Como o novo da vivência dessa missão, as irmãs das comunidades que integram esse projeto assumiram: a continuidade das atividades da equipe itinerante nos assentamentos, presença e participação na comissão permanente de investigação e fiscalização das condições de trabalho no MS; maior incidência junto aos trabalhadores temporários; trabalho em redes; continuidade no trabalho de integração nas regiões de fronteiras e na realização de seminários de estudos pertinente à temática migratória e Direitos Humanos.

sábado, 30 de maio de 2009

Campanha da Anistia atua em defesa dos ‘presos da pobreza’

A pobreza como causa e consequência de graves violações aos direitos humanos é o tema da campanha global "Exija dignidade", lançada no dia 29 de maio, em Santiago, pela entidade Anistia Internacional Chile (AI Chile).

Conhecida pelo trabalho desenvolvido há quase 50 anos em defesa dos "presos de consciência", a entidade agora luta também para garantir os direitos humanos dos "presos da pobreza". Segundo um comunicado da AI Chile, o objetivo da campanha é de "por fim às violações aos direitos humanos, que mantêm as pessoas na pobreza". A entidade vai exigir o acesso da população mais pobre ao saneamento, à educação, atenção médica, água, alimentação, moradia adequada, seguridade e a uma vida livre de violência.

"Queremos que as causas da pobreza possam ser combatidas com a exigibilidade plena de todos os direitos, em particular os direitos econômicos, sociais e culturais. Queremos que a exigibilidade faça justiçáveis esses direitos e garantir que quem vive ‘preso à pobreza’ possa mudar sua vida para que o mundo seja mais justo", avalia Sergio Laurenti, diretor executivo da AI Chile.

Os esforços da entidade AI Chile, segundo ela mesma, vão além dos princípios dos "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", apresentado em 2008 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Dentre seus pontos, o documento da ONU traça metas para reduzir pela metade a pobreza absoluta até 2015. "Os Objetivos não abordam alguns abusos fundamentais contra os direitos humanos, que estão por trás da pobreza", argumenta a AI Chile.

A entidade vai concentrar suas ações em quatro áreas. A primeira seria a mortalidade materno-infantil, que, segundo a AI Chile, é resultado de vazios legislativos e estruturais, da violência doméstica e do porte de armas que milhares de famílias possuem. A segunda é o acesso a moradia digna, como forma de sanar o déficit habitacional que, de acordo com a entidade, mantém mais de 28 mil famílias chilenas vivendo em 533 acampamentos.

A terceira ação é cobrar a responsabilidade do setor corporativo, cujas ações extrativas provocam danos, principalmente, para os povos indígenas e rurais, além do uso abusivo da água e da energia geotérmica. A quarta ação é exigir a responsabilização dos grupos econômicos, financeiros e empresariais, que arruínam a vida de milhares de pessoas e de alguns países.

A entidade exige, também, que os Estados adotem medidas como fiscalizar as iniciativas de erradicação da pobreza. A AI Chile ainda recomenda que o poder público priorize os níveis mínimos fundamentais dos direitos econômico, social e cultural de toda a população, como educação primária e saúde básica. A entidade avalia, no entanto, que as pessoas mais vulneráveis aos abusos contra os direitos humanos devem ter atenção prioritária.

A Anistia Internacional Chile define "pobreza" como "viver em situações em que um baixo nível de renda se vê agravado pela privação, exclusão, insegurança e ausência de voz". Essa definição está em conformidade com a utilizada pelo Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU.

Fonte Adital

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Brasil e Suriname articulam ações contra o tráfico de mulheres

Terminou no dia 15 de maio, no auditório do hotel Beira Rio, em Belém, o Encontro Binacional Brasil-Suriname, que discutiu o combate ao tráfico de mulheres. A mesa abordou o tema 'Diálogos sobre atenção à migração feminina". A meta do evento foi a de fortalecer a articulação das organizações governamentais e da sociedade civil organizada entre Brasil e Suriname para promover ações integradas de atenção à migração feminina entre as duas nações.

Crise faz com que brasileiros desistam do 'sonho espanhol'

A crise econômica e o alto índice de desemprego - que em abril chegou a 17,36% - estão fazendo com que mais imigrantes brasileiros decidam deixar a Espanha e voltar para casa.
A Organização Internacional para a Migração (OIM) - que ajuda imigrantes que queiram voltar para casa, pagando sua passagem - afirma que, em 2007, analisou pedidos de 2.073 pessoas na Espanha.
De 2008 até abril deste ano, este número tinha subido para 6.722. Outros 500 casos - que poderiam representar cerca de 1.500 pessoas - aguardavam na fila para ser analisados.

Província São Paulo realiza I Encontro de Párocos

A província dos padres scalabrinianos sediada em São Paulo – SP, realizou no mês de maio, o primeiro encontro de párocos. Pela primeira vez estiveram reunidos párocos dos mais diferentes lugares do Brasil e também do Peru. O objetivo do encontro, além da troca de experiências, foi o de construir uma base comum de orientação pastoral para a paróquia scalabriniana. Os padres presentes responderam a seguinte questão: “O que não pode faltar numa paróquia scalabriniana para que seja reconhecida como tal?” Eis algumas constatações:
- Preocupar-se com a população migrante que está na paróquia;
- Pensar vocacionalmente;
- Ter um espírito de acolhida;
- Disponibilidade para atender as pessoas;
- Tornar conhecido o espírito do fundador;
- Integrar os migrantes na pastoral de conjunto e fazer do leigo um protagonista da sua história;
- Viver a dimensão da Vida Religiosa na comunidade local.
O documento, fruto do encontro, servirá de base para um projeto maior a ser apresentado na próxima Assembléia Provincial.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

11ª Romaria da Terra e da Água do Piauí

Nos dias 01 e 02 de agosto de 2009, em Correntes/Piauí, na Diocese de Bom Jesus do Gurguéia, realizar-se-á a 11ª Romaria da Terra e das Águas. O tema proposto para reflexão é Migração forçada e trabalho escravo e lema “Desci para libertar o meu povo” (Ex 3,8).
Embora a Lei 3.353 de 13 de maio de 1888, chamada Lei Áurea (Lei de Ouro), tenha declarado extinta a escravidão no Brasil, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), em cinco anos, de 2003 e 2007, 21.850 pessoas foram resgatadas de trabalhos escravos. Segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra) somente em 2008 foram resgatados 5.244 trabalhadores. Existem dados estatísticos oficiais comprovatórios afirmando que o Piauí é o Estado brasileiro campão em exportação de mão-de-obra para o sucroalcooleiro e o agronegócio o corte de cana, a colheita de frutas e o trabalho manual em fazendas de criação de gado. De quase todos os municípios do Piauí, em meado de fevereiro ou em março, saem ônibus lotados de trabalhadores e trabalhadoras rurais para São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Pará para os trabalhos acima mencionados. O mesmo cenário é comumente comprovado, no final do ano, em meados de novembro e dezembro, com o retorno destes trabalhadores.

Convencionamos chamar este tipo de saída de: “Migração Forçada” porque as pessoas não migram pelo simples fato de querer migrar ou porque a acepção da vida admite. Migram, ao contrário, porque são forçadas a migrar, porque não tem trabalho, emprego, salário e nem amparo dos órgãos oficiais, responsáveis por eles. E convencionamos chamar de: “Trabalho Escravo”, ou em condições análoga as do trabalho escravo, pelas péssimas condições em que vivem e trabalham os migrantes forçados, pela falta de contrato, seguridade e salubridade que normalizem e assegurem seus direitos e por tudo aquilo que vai de encontro ao respeito á dignidade da pessoa. Piauí é o Estado que mais exporta este tipo de mão-de-obra barata. Corrente, além de contribuir com o aumento desta cifra, é a porta de entrada e de saída da migração forçada e do trabalho escravo.

A cidade de Corrente, situada ao extremo-sul do Piauí, distante 890 Km de Teresina, na quase divisa com a Bahia e Tocantins, pertence a Diocese de Bom Jesus do Gurguéia. Foi elevada à categoria de Vila no ano de 1872. Possui uma população aproximadamente de 25.378 habitantes, uma área de superfície de 3045,9 Km2, e é banhada pelas bacias dos rios Corrente, Paraim e Gurguéia. Berço da Missão Batista Americana, de quem recebeu fortes influências sócio-religioso-cultural-econômica. Corrente também foi e é beneficiada pela presença da Igreja Católica, por meio dos Padres Mercedários e das Irmãs Mercedárias. Por tudo isso, podemos considerar Corrente a porta de entrada e de saída da migração forçada e do trabalho escravo. Por isso foi escolhida para sediar a 11ª Romaria da Terra e da Água do Piauí.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Programa Justiça Econômica

O programa Justiça Econômica – Dívidas e Direitos Sociais, uma parceria entre as entidades Comissão Brasileira Justiça e Paz ( CBJP), as Pastorais Sociais da CNBB, o Grito dos Excluídos/as Continental e a Rede Jubileu Sul/Brasil, com CAFOD – entidade da Igreja Católica da Inglaterra de apoio ao desenvolvimento social no mundo, leva adiante um projeto denominado Dívida e Direitos Sociais. Temos, juntos, trabalhado no sentido de garantir, ampliar e universalizar os direitos sociais no Brasil, sempre ameaçados por políticas, projetos e reformas constitucionais conservadoras que visam tirar direitos básicos da população brasileira.

Para isto procuramos apoiar e promover iniciativas de formação e informação para desenvolver uma consciência e prática popular de “Defesa de Direitos”. Também estamos atentos e incorporados em ações que acompanham e pressionam o Parlamento Federal para que reformas conservadoras não sejam aprovadas.

Foi assim quando da proposta da Reforma da Previdência Social que, com o falso argumento de que a Previdência era deficitária, propunha um desmonte dos recursos destinados a Seguridade Social. A sociedade civil organizada barrou a reforma.

Mas o perigo voltou novamente com a proposta de Reforma Tributária apresentada pelo governo federal. Ela não corrige a injusta estrutura tributária brasileira e ainda representa, mais uma vez, uma ameaça ao financiamento da Seguridade Social e da Educação Pública, cujas contribuições serão transformados em impostos, acabando assim com a garantia constitucional de destinação específica das receitas arrecadadas para essas finalidades. Se faltarem recursos a alternativa será sempre o corte de direitos. Isto não podemos e não vamos aceitar!

Esta cartilha analisa a atual crise que vivemos e como ela ameaça os direitos sociais. Também aponta para um novo projeto popular para o Brasil que garanta os direitos fundamentais básicos previstos na Constituição Brasileira: o direito à vida com dignidade, com segurança, assistência, saúde, etc.

Oxalá este seja um instrumento eficiente para os grupos estudarem, debaterem os problemas, fortalecerem e ampliarem a luta pela manutenção, ampliação e universalização dos direitos sociais.

Utilize a cartilha para promover encontros nas comunidades, associações, escolas, sindicatos. E, se precisarem, convidem alguém do Programa Justiça Econômica para assessorar o encontro. Estamos à disposição para ajudar na animação das atividades. Acesse: Programa Justiça Econômica, Dívida e Direitos Sociais
www.direitosocial.org.br

terça-feira, 26 de maio de 2009

22ª Romaria dos/as Trabalhadores/as

"A Sabedoria dos pobres, derrota as armas dos poderosos”.

Esta Romaria acontece há 22 anos. É uma das maiores que ocorrem em Aparecida, SP. Para participar, procure pela Pastoral Operária ou o Serviço Pastoral do Migrante no seu local.
Unidos como irmãos e irmãs, junto com a Mãe Aparecida, companheira do povo, seguimos em romaria para que a nossa fé se fortaleça e que confirme mais uma vez, o nosso propósito de nos organizar e lutar pela vida.
“Depôs do trono os poderosos, e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu de mãos vazias, os ricos.” (Lucas 1, 52-53). A Romaria dos trabalhadores e das trabalhadoras é o momento em que ligamos nossa devoção por Maria à nossa vida de trabalhadores/as.
Nossa Senhora Aparecida, em nossa história recente, não apareceu aos nobres da época, mas a trabalhadores. Por isso, nessa 22ª Romaria tendo como lema: “A sabedoria dos pobres derrota as armas dos poderosos”, reafirmamos a grande força que o povo possui, na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Nem Jesus, nem Maria confiaram no poder dos grandes, mas estiveram sempre ao lado dos pequenos e pobres. Quem tem o poder nas mãos não quer mudar nada, quer apenas manter seu status. É o povo organizado que transforma a realidade de injustiça.
Inspirados na citação bíblica de Eclesiastes 13-18, “A Sabedoria é capaz de derrotar as armas dos poderosos”, queremos reforçar a grande importância dos trabalhos de base nas comunidades, porque a sabedoria está em trabalhar em conjunto, agir com prudência, mas também em arriscar.
Queremos um país e uma América Latina que tenha: vida em plenitude, em todas as suas dimensões e etapas; trabalho digno, com os direitos garantidos e novos direitos; queremos multiplicar os trabalhos coletivos sem padrão, que são os grupos de economia popular solidária e queremos o fim de toda forma de violência (inclusive o desemprego e a corrupção).

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ações buscam o combate ao tráfico de mulheres

Os governos do Suriname e do Estado do Pará, na região Norte brasileira, aprovaram, no dia 15 de maio, a "Declaração de Belém". O documento propõe medidas de combate do tráfico de seres humanos estabelecido através da fronteira entre Brasil e Suriname. Conforme informações da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Pará, o documento está sendo redigido pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e deverá ser divulgado na próxima semana.

A Declaração de Belém traz em seu texto as recomendações e conclusões dos grupos de trabalho do "I Encontro Binacional Brasil - Suriname", realizado nos dias 14 e 15 deste mês, em Belém, capital do Pará, que discutiu o problema envolvendo os dois países.

O evento pretendeu fortalecer a articulação das organizações governamentais e da sociedade civil dos dois países, para promover ações integradas de atenção à migração feminina entre Brasil e Suriname.

"O encontro mais do que cumpriu os objetivos traçados, porque fomos além da articulação, estabelecemos metas", avaliou Miguel Biz, um dos coordenadores do evento e o titular da Coordenadoria de Combate ao Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas, da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Pará (SEJUDH-PA).

Na opinião de Miguel, cada secretaria estadual e cada ministério do Executivo Federal deve se responsabilizar pela execução de suas próprias políticas públicas. "No Pará, nós temos uma rede de serviços que, juntos, podem amenizar esse problema. Não se pode resumir num núcleo, com políticas específicas", opina.

"O que precisa não é criar novas políticas públicas, e sim, dar eficácia, direcionar bem as que já existem". Miguel citou projetos estaduais e federais - dentre eles, o "Bolsa Família", o "ProJovem" e "Minha Casa, Minha Vida" - como exemplo de políticas já existentes que, somadas, podem reduzir as chances de tráfico de pessoas na região.

Miguel afirmou, ainda, que "o problema é do governo brasileiro", referindo-se ao fato de que é o Brasil quem exporta as vítimas do tráfico. "O que o governo do Suriname pode fazer é contribuir, informando e evitando a entrada [das vítimas]. O Brasil tem que atender as que já estão lá e evitar que outras mais vão pra lá", avaliou.

O Encontro Binacional Brasil - Suriname é considerado como uma das principais estratégias do Plano Estadual de Enfrentamento ao Trafico de Pessoas, aprovado pelo governo do Pará em abril deste ano. As ações traçadas pelo plano possuem três finalidades: prevenção, atenção às vítimas e repressão ao crime.

O plano estadual tem como base o Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas - do Governo Federal -, e ambos seguem as diretrizes propostas pela Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

A migração entre Brasil e Suriname é antiga. Na década de 1980, o garimpo de ouro realizado na Serra Pelada, a 35 km de Belém, atraiu para a região fronteiriça muita gente interessada em enriquecer. A proximidade entre o estado do Pará e o Suriname ocasionou um intenso fluxo migratório entre os dois territórios. Atualmente, há cerca de 20 mil brasileiros no Suriname, o que representa 4,5% da população desse país.


(Fonte: Matéria publicada em Adital – 21mai09)

15º Grito dos/as Excluídos/as

Vida em primeiro lugar, a força da transformação
está na organização popular.
Objetivo
- Anunciar em diferentes manifestações populares sinais de esperança com perspectiva de transformação através da unidade, da organização e da luta popular.
- Denunciar todas as formas de injustiças promovidas pelo sistema capitalista implantado em nosso país, que causa a destruição e a precarização da vida do povo e do planeta.
Eixos
- Participação e organização popular
- A força da transformação está na organização popular
- Projeto Popular – Poder Popular
- Soberania Nacional e Internacional
- Mística, Esperança e Universalização dos Direitos
- Integração entre os povos
- Comunicação Popular
- Outra Segurança Pública é possível
O que queremos no Brasil
- Defesa e promoção da vida em todas as suas dimensões;
- Reforma política que garanta espaços de participação do povo nas decisões políticas sobre o destino da nação;
- Política econômica que garanta vida digna, distribuição de renda, geração de emprego e direitos para todas as pessoas;
- Reforma agrária com incentivo à agricultura familiar e camponesa e a regularização fundiária das comunidades tradicionais, garantindo a soberania alimentar para o país;
- Uma nova cultura do trabalho como fonte de promoção de vida e realização da pessoa humana;
- Reforma urbana profunda que ofereça moradia digna para todos/as;
- Valorização da arte e das manifestações populares da cultura e controle popular da cultura e dos meios de comunicação;
- Promoção de novas relações de gênero e raciais;
- Respeito à biodiversidade e uso das riquezas naturais, da energia, do petróleo, dos minérios, para criar fundos que sejam investidos nas demandas sociais do povo brasileiro, como emprego, educação, terra, moradia, etc;
- Consolidação de uma integração regional alternativa com participação popular;
- Mobilização de toda a população na construção de um projeto popular para o Brasil.

domingo, 24 de maio de 2009

12º Intereclesial das CEB's

“Do ventre da Terra, o grito que vem da Amazônia”.
De 21 a 25 de julho de 2009, em Porto Velho – RO, realizar-se -á o 12º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, que apresenta o tema de reflexão: “CEBs: Ecologia e Missão - Do ventre da Terra o grito que vem da Amazônia!”. A Igreja do Brasil está em movimento preparando este grande evento. O Secretariado de Porto Velho, intensifica o processo de organização, envolvendo centenas de pessoas que fazem parte das diversas comissões de trabalho, no grande mutirão de serviço solidário. As Comunidades Eclesiais de Base, arraigadas no coração do mundo, são espaços privilegiados para a vivência comunitária da fé; mananciais de fraternidade e de solidariedade; alternativa à sociedade atual fundada no egoísmo e na concorrência impiedosa. As CEBs revitalizam as Paróquias em seu interior e fazem delas comunidades. As CEBs são verdadeiras escolas que formam discípulos e missionários, elas recolhem a experiência das primeiras comunidades, como estão descritas nos Atos dos Apóstolos (At 2,42-47); tem a Palavra de Deus como fonte de sua espiritualidade e a orientação de seus Pastores como guia que asseguram a comunhão eclesial; desempenham seu compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples e desamparados e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres. São, por fim, fonte e semente de variados ministérios em favor da vida na sociedade e na Igreja. Maiores informações pelo fone: (69) 3229-8192, ou pelo endereço eletrônico: decimosegundointerclesialpvh@yahoo.com.br e site: www.cebs12.org.br

sábado, 23 de maio de 2009

43º Dia Mundial das Comunicações

“Novas tecnologias, novas relações.
Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade”

Domingo da Ascensão, 24 de maio de 2009

Joana T. Puntel*

Introdução
Há 43 anos, o Magistério da Igreja, por meio das mensagens dos papas Paulo VI, João Paulo II e, atualmente, de Bento XVI, acompanha o desenvolvimento e as contínuas mudanças que ocorrem no âmbito da comunicação, um fenômeno em contínua transformação, na explosão de sua criatividade, de suas articulações e de suas conseqüências na sociedade contemporânea. O primado de tais mensagens, segundo a missão fundamental da Igreja, tem sido sempre a de colocar a pessoa como centro do papel histórico e da função que os meios de comunicação têm na construção do viver humano, segundo a sua vocação basilar de ser humano e filho de Deus.

Sobre o Dia Mundial das Comunicações
É sempre importante mencionar a origem e trajetória do Dia Mundial das Comunicações a fim de que se crie uma cultura sobre a profundidade de um ‘mandato’ da Igreja, que passa despercebido, inclusive, por vários setores da instituição. Trata-se de algo solicitado pelo Concílio Vaticano II, quando a Igreja, levando em consideração as profundas transformações da sociedade e avanços na área tecnológica em todos os setores, percebeu, também, o seu ‘despreparo’ neste campo. Assim, entendeu que, a respeito da comunicação, não bastavam apenas a profissionalização e a competência técnica no uso dos meios, mas o compreender a evolução da comunicação, nas suas mais diferentes expressões, como linguagem, cultura e, sobretudo, como elemento articulador da sociedade.

Encontramos, então, a afirmação no Decreto Inter Mirifica (n.18): “Para reforçar o variado apostolado da Igreja por intermédio dos meios de comunicação social celebre-se anualmente, nas dioceses do mundo inteiro, um dia dedicado a ensinar aos fiéis seus deveres no que diz respeito aos meios de comunicação, a se orar pela causa e a recolher fundos para as iniciativas nesse setor, segundo as necessidades do mundo católico”.

Com a finalidade de levar adiante a atenção-ação nesse importante setor da comunicação, e lembrando o reconhecimento que o decreto Inter Mirifica (Concílio Vaticano II) externara sobre a importância da comunicação, o papa Paulo VI cria, em 1964, por meio do documento In fructibus multis, a Pontifícia Comissão para as Comunicações Sociais, com a finalidade de coordenar e estimular a realização das propostas dos Padres Conciliares.

A fim de colocar em prática as recomendações já mencionadas, a Pontifícia Comissão, após receber o parecer de presidentes de Comissões Episcopais, em 1964 e 1965, sobre como aplicar o que foi estabelecido no n.18 do Inter Mirifica, criou o Dia Mundial das Comunicações Sociais (em 1966), com a aprovação do Sumo Pontífice. E no dia 7 de maio de 1967 celebrou-se pela primeira vez, no mundo inteiro, o Dia Mundial das Comunicações Sociais (celebrado sempre no domingo da Ascensão).

Se quiséssemos, então, sintetizar, três foram os objetivos fixados pelo Concílio Vaticano II e, um quarto pela Instrução Pastoral Communio et Progressio:
1. A formação de consciências frente às responsabilidades que tocam a cada indivíduo, grupo ou sociedade, como usuários desses meios.
2. O convite dirigido a todos os que crêem para rezar, a fim de que tais meios sejam empregados conforme o desígnio de Deus sobre a humanidade, ou seja, para o bem comum.
3. O estímulo oferecido aos católicos para sustentar com generosidade, num gesto de solidariedade, as iniciativas de evangelização no campo da comunicação social.
4. Realçar o papel de todos os que trabalham na área da comunicação (Communio et Progressio n.167).

Portanto, com o intuito de “suscitar na Igreja e no mundo uma atitude social nova e salutar com relação ao uso desses instrumentos”, desde 1967, os papas escrevem anualmente uma mensagem, discorrendo sobre o tema escolhido para a reflexão de cada ano. Em 2009, temos a significativa mensagem de Bento XVI “Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade”.

A crescente consciência da Igreja a respeito da comunicação
Primeiramente, percebe-se a atualidade da mensagem, expressa já no título por parte de Bento XVI, que reafirma o pensamento positivo do Magistério sobre a comunicação, semeado ao longo de seus documentos. É a consideração das “maravilhosas invenções técnicas”, dons de Deus, na medida em que criam laços de solidariedade entre as pessoas e são também o resultado do esforço humano, portanto do processo histórico-científico. O avanço das tecnologias de comunicação, entretanto, constitui para a Igreja não somente objeto de “uso” dos meios, mas uma preocupação e um incentivo para perceber a comunicação “mais do que um simples exercício na técnica” (Igreja e Internet, n.3)

Na verdade, a Igreja, já no seu documento Redemptoris Missio (n.37c-1990), chamava a atenção para um aspecto fundamental que constitui a grande reviravolta da reflexão do magistério eclesial em relação ao mundo da comunicação e que é de capital importância neste momento da história Igreja-sociedade. A Igreja esforçou-se para compreender os new media, e progrediu no expressar-se com mais clareza a respeito do impacto que eles têm na construção social, e passou, então, a refletir sobre a comunicação (embora haja ainda muito caminho a fazer!) não mais de forma restrita ou somente como “meios” ou “instrumentos” (isolados) a serem usados ou dos quais se precaver. Mas a Igreja refere-se à cultura da comunicação como que a um ambiente no qual estamos imersos e do qual participamos. Trata-se de uma cultura, a cultura midiática, em que a comunicação é o elemento articulador das mudanças que ocorrem na sociedade de hoje.
Há uma crescente consciência das profundas transformações operadas pelos novos meios de comunicação e, portanto, diz o referido documento, “não é suficiente usá-los para difundir a mensagem cristã e o Magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nesta nova cultura criada pelas modernas comunicações”.

Um cenário em mudança
Hoje, vivemos uma encruzilhada perante os desafios da cultura midiática, pois a comunicação se apresenta progressivamente como elemento articulador da sociedade, desafios que ultrapassam o uso da tecnologia e tocam a esfera da cultura e da questão ética, e, portanto, do ser cristão (discípulo e missionário, segundo o que nos aponta o documento de Aparecida”, no grande e moderno aerópago das comunicações. (cf RM 37c).

Seria redundância dizer que a comunicação é um dos fenômenos mais importantes dos séculos 20 e 21. Hoje, a comunicação é o tema central de um grande número de correntes intelectuais que pensam sobre ela, com abordagens de longo alcance que formam um corpo consistente de visões rivais sobre a matéria, embora tenhamos que admitir que o campo da comunicação se apresenta desarticulado, conflituoso e, por vezes, confuso devido à velocidade e complexidade com que se misturam mercado, tecnologia e necessidade do ser humano de relacionar-se. O mundo da comunicação se articula, favorece e se movimenta dentro de sistemas existentes que tocam a esfera da antropologia, do sociocultural e, portanto, inclui o âmbito humano-cristão.

No contexto de pós-modernidade, a comunicação, descrita hoje, com uma variedade e diversidade de definições, conquistou, ao longo do tempo, novos parâmetros junto à economia, à política, à filosofia e à cultura. Não obstante a diversidade de ângulos, há um consenso entre os estudiosos da sociedade ao indicar a comunicação como um aspecto essencial, que articula e move a lógica da mudança hoje.

Quando olhamos em volta, logo percebemos o quanto a nossa sociedade está repleta, num caminho ascendente, de pequenas janelas digitais que atraem nossa atenção, “janelas” que prometem notícias, avisos, diversão, recados de amigos. São os visores dos celulares, palmtops, terminais eletrônicos nos bancos, aparelhos de fax, bips, espaços de informações em shoppings e aeroportos, computadores, televisão digital, gameboys e tamagochis... Entretanto, todos têm em comum o fato de que só conversam conosco se sabemos manipula-los, enfatiza o pesquisador Rogério Costa em seu pequeno-grande livro Cultura Digital. Nesse contexto, ocorre uma mudança que dá início a uma série de transformações, inclusive no modo de conceber o computador, isto é, os instrumentos informáticos não são concebidos apenas como meios de transformação e uso da informação, mas também como instrumentos de suporte para as outras atividades do indivíduo.

Vivemos em um planeta envolto em uma infinita rede comunicativa em que a pessoa, em qualquer lugar do globo, pode entrar em contato com outra pessoa, cultura, trabalho, entretenimento. Chegou-se a uma etapa na qual cada ser humano se transforma em um ‘nó’ comunicativo coligado a todos os outros. Nessa perspectiva, não se poderá mais viver senão ‘em rede’. Estamos imersos no fluxo da comunicação midiatizada como se fosse ‘num aquário’.

Essas inovações trazem em seu bojo vantagens indiscutíveis e notáveis progressos também do ponto de vista sociocultural. As novas tecnologias da comunicação constituem um aspecto essencial da sociedade industrial avançada: dos bancos de dados aos instrumentos interativos, da alta definição à realidade virtual, do satélite à fibra ótica, do telefone celular ao fax, à internet. Hoje, a visão atual e de futuro que se propõem à sociedade na sua mudança nos impele a olhar a comunicação social como um fenômeno cultural dos nossos tempos, que organiza e move a globalização, a modernidade e a pós-modernidade.

Facilmente identificamos as inúmeras modificações na esfera do trabalho, marcado cada vez mais pela presença de computadores, da internet e dos telefones celulares. Se considerarmos o âmbito da educação, são milhares os pesquisadores, professores, estudantes que apostam na internet, vendo-a como um fator indispensável na evolução do ensino, nas suas formas a distância e presencial. São indiscutíveis as profundas transformações na área do entretenimento. Iniciando o século 21, já se apresenta a TV digital interativa que, certamente, em um futuro muito próximo se tornará o símbolo de interação com imagens e dados.

Novas relações
Considerando o quadro evolutivo da trajetória da comunicação, mencionado brevemente, e a provocação que a cultura midiática cria e recria na sociedade hoje, damo-nos conta de que algo nunca vivido anteriormente está se passando e forjando um novo sujeito na sociedade, onde permanecem necessidades fundamentais do ser humano, mas modifica-se rápida e profundamente a sua forma de se relacionar. É o que constitui o aspecto antropológico-cultural da mensagem de Bento XVI em seu tema “Novas tecnologias, novas relações”.

Colocada no contexto da pós-modernidade, a comunicação não se restringe a mais um setor da atividade humana (aquele dos meios de comunicação social). Ela inaugura o advento de um complexo modo de viver, redistribui e interage com a cotidianidade das pessoas, onde se constroem os significados através das formas simbólicas e da diversidade da linguagem da mídia. Já advertia André Lemos a respeito do ciberespaço, como um novo ambiente que cria uma nova relação entre técnica e a vida social, espaço onde se encontram as culturas e os vários modos de pensar, de agir, de sentir.

O eixo fundamental reside no fato de compreender o que significa encontrar-se diante de uma verdadeira revolução tecnológica que exige ir além dos instrumentos, e tomar consciência das mudanças fundamentais que as novas tecnologias operam nos indivíduos e na sociedade, por exemplo, nas relações familiares, de trabalho, entre outras. A questão não se coloca, portanto, entre o aceitar ou rejeitar. Estamos diante de um fenômeno global que se conjuga com tantos outros aspectos da vida social e eclesial.

As palavras de João Paulo II na encíclica Redemptoris Missio são claras: “Não basta usar (os meios) para difundir a mensagem cristã... mas é preciso integrar a mensagem nesta nova cultura criada pela comunicação social” (n.37c).

A questão de fundo, portanto, já não é apenas reconhecer que os meios de comunicação passaram, em pouco tempo, de emergentes na vida social para uma centralidade na maneira de estruturar e explicar essa vida social. A questão de fundo ultrapassa o reconhecer e reside na sua significação, ou seja, no seu lugar social.

Coloca-se, então, aqui o ponto fundamental na discussão atual da cultura digital ou seja, no fenômeno das novas tecnologias: é preciso atenção para não considerar a convergência somente como um processo tecnológico que une múltiplas funções dentro dos mesmo aparelhos. Mas, a convergência, segundo Henry Jenkins, representa sim, uma transformação cultural, na medida em que consumidores são incentivados a procurar informações e a fazer conexões em meio a conteúdos midiáticos dispersos. Trata-se de uma cultura participativa que contrasta com noções mais antigas sobre a passividade dos espectadores dos meios de comunicação. Em vez de falar sobre produtos e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, podemos, agora considera-los como participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras que nenhum de nós realmente entende por completo – de maneira que a convergência não ocorre, continua Jenkins, por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham a ser. “A convergência ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com outros”.

Refletimos, então, nas novas relações que as novas tecnologias vêm provocando e já realizando, como vimos ao longo do texto. Mudam as formas, mas a necessidade humana de se relacionar permanece. É de grande importância reter o conceito fundamental de que o ser humano vive a dinâmica constante de autocompreensão de si mesmo, bem como de autoconstrução. É por isso que sempre falamos de sua necessidade intrínseca de estar em relação consigo mesmo, com a sociedade, com o outro e com o transcendente. O ser humano busca sempre a relação, o contato com o outro.

Especialmente, na cultura digital, é enorme a capacidade de relação dos indivíduos com os inúmeros ambientes de informação. São as famosas interfaces, pois se colocam entre os usuários e tudo aquilo que eles desejam obter. O mundo está a um clique, onde se encontram informações, mas também o excesso, a escolha, a incerteza: isto é, a manipulação de dados, imagens, sons, as conexões através da web, a formação das comunidades virtuais, oportunidades de protestos, de defesa dos direitos humanos, convites às mais variadas formas de participação... formam o dia-a-dia do indivíduo hoje. Isto implica novas relações (R.Costa, op.cit).

Algo importante, porém, é preciso enfatizar na transformação comunicacional: nas múlttiplas formas de conhecer, ser e estar, portanto, nos usos das novas tecnologias, a mente, a afetividade e a percepção são agora estimuladas não apenas pela razão ou imaginação, mas também pelas sensações, imagens em movimento, sonoridades, efeitos especiais, visualização variada do impossível, encenação de outras lógicas possíveis de construir realidades e se construírem como sujeitos.

“... Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade”
Partindo, então, do novo mapa, ou da reconfiguração do processo comunicacional na sociedade contemporânea, somos convidados a pensar que a sociedade atual se rege pela midiatização, quer dizer, pela tendência à virtualização das relações humanas, à excitação de todos os sentidos e emoções, à provocação do imaginário e dos desejos. Hoje, o indivíduo é solicitado a viver pouco autoreflexivamente e mais na superficialidade do que percebe, sabe e sente. No horizonte comunicacional da interatividade absoluta, põe-se em primeiro plano o envolvimento sensorial, a pura relação. A própria recepção ou consumo dos produtos midiáticos pode ser vista como uma atividade rotineira integrada em outras que são características da vida cotidiana.

Daí a importância de, além de observar esse fenômeno, educar para a relacionalidade e trabalhar com cuidado as interações, os usos e os consumos no contexto das dinâmicas culturais. Assim, a atenção se volta, primeiramente, para os processos que estão envolvidos na recepção, para o modo de construir significados e para os mecanismos de resignificação e aplicação da simbologia midiática, entre outros aspectos. Aí ocorrem os processos de negociação, de significação, dos novos sentidos. Pois, como vimos, com as novas tecnologias, aonde estamos imersos, não temos mais simplesmente novos aparatos, mas sobretudo novos espaços simbólicos, geração de significados, formas inéditas de relações, oportunidades de novas identidades, novos sujeitos.

A mensagem de Bento XVI para este 43º Dia Mundial das Comunicações vem nos dizer, entretanto, que justamente nesse novo panorama comunicacional, por vezes assustador, está a oportunidade de promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade. Tudo depende de uma pessoa bem formada nos princípios. Isto requer:

- sistemas educativos que apontem, desde a infância, para essa possibilidade (e para isso, os documentos da Igreja, sobretudo Igreja e Internet e Ética na Internet – 2002, são enfáticos sobre tal necessidade). Uma educação (escolas, universidades), competente em compreender e discutir as modalidades e linguagens comunicacionais contemporâneas, apresentando e dialogando sobre os valores essenciais da pessoa, sob o ponto de vista humano-cristão. Assim, o conteúdo que circulará nas interatividades existentes na cultura digital será de respeito, de amizade e de valorização do ser humano. Trata-se de grande oportunidade para a educação, pois toda a expressão comunicacional será o produto daquilo que a pessoa tem dentro de si, como princípio, como valor;

- a produção de programas (softwares, etc) e conteúdos que favoreçam uma plataforma que promova o desenvolvimento de conteúdos que constroem e alimentam o respeito, a dignidade e as relações de amizade e bem-estar do ser humano. A circulação desses valores, nas interconexões, nas interfaces que as novas tecnologias nos proporcionam, depende também da criatividade de quem produz comunicação – os operadores da comunicação. Reside aqui uma tarefa de grande responsabilidade para esses profissionais, a quem o papa faz um apelo todo particular. De modo especial, são eles os atores principais na construção de uma sociedade pautada nos valores e a quem devemos apoiar e nos unir.

Oxalá, a mensagem de Bento XVI seja de estímulo para a discussão, o debate, a conscientização e para novas criatividades, dentro e fora da Igreja, para a construção de uma sociedade comunicacional baseada na promoção do respeito, do diálogo e da amizade, valores esses constitutivos da evangelização, missão essencial da Igreja.

*Joana T. Puntel é irmã paulina e doutora em Comunicação Social pela Simon Fraser University (Canadá) e pela USP-SP. É coordenadora dos cursos no SEPAC-SP, docente e coordenadora da Iniciação Científica na FAPCOM, além de membro da Equipe de Reflexão sobre Comunicação da CNBB.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Salmo da Comunicação

Louvado sejas, Senhor, por nossa irmã, a imprensa, pão para a inteligência e luz para a alma.
Ilumina com a tua luz, Senhor, os redatores e editores, para que saibam edificar o mundo na verdade e no amor.
Louvado sejas, Senhor, pelos jornalistas e repórteres, pelas agências de notícias, pelos desenhistas da comunicação social, pelos pintores das trilhas publicitárias.
Glória a ti, Senhor, por nosso irmão, o cinema. Que ele seja guia de bons caminhos, mestre da justiça, amigo da verdade.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo rádio, que caminha nas asas do vento, aproximando as pessoas pelo som e levando a Palavra por sobre os telhados.
Louvado sejas, Senhor, por nossa irmãs, a televisão, cátedra que se coloca no espaço da casa. Jamais seja mestra que deforme a consciência ou dê lições de ódio e imoralidade.
Louvado sejas, Senhor, pleos CDs e DVDs, compêndios e sínteses de conhecimento e de ciência.
Louvado sejas, Senhor, por nossos irmãos, os satélites, a fibra ótica, a informática, a internet, que encurtam as distâncias e criam solidariedade entre as pessoas.
Glória a ti, Senhor, pela comunicação humana e social. Amém!

Adaptação do Salmo da Comunicação
Bem-aventurado Tiago Alberione

Mensagem do Papa Bento XVI para o 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais

"Novas tecnologias, novas relações.
Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade".

Amados irmãos e irmãs,
Aproximando-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais, é com alegria que me dirijo a vós para expor-vos algumas minhas reflexões sobre o tema escolhido para este ano: Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade. Com efeito, as novas tecnologias digitais estão a provocar mudanças fundamentais nos modelos de comunicação e nas relações humanas. Estas mudanças são particularmente evidentes entre os jovens que cresceram em estreito contato com estas novas técnicas de comunicação e, consequentemente, sentem-se à vontade num mundo digital que entretanto para nós, adultos que tivemos de aprender a compreender e apreciar as oportunidades por ele oferecidas à comunicação, muitas vezes parece estranho. Por isso, na mensagem deste ano, o meu pensamento dirige-se de modo particular a quem faz parte da chamada geração digital: com eles quero partilhar algumas ideias sobre o potencial extraordinário das novas tecnologias, quando usadas para favorecerem a compreensão e a solidariedade humana. Estas tecnologias são um verdadeiro dom para a humanidade: por isso devemos fazer com que as vantagens que oferecem sejam postas ao serviço de todos os seres humanos e de todas as comunidades, sobretudo de quem está necessitado e é vulnerável.

A facilidade de acesso a celulares e computadores juntamente com o alcance global e a onipresença da internet criou uma multiplicidade de vias através das quais é possível enviar, instantaneamente, palavras e imagens aos cantos mais distantes e isolados do mundo: trata-se claramente duma possibilidade que era impensável para as gerações anteriores. De modo especial os jovens deram-se conta do enorme potencial que têm os novos “mídia” para favorecer a ligação, a comunicação e a compreensão entre indivíduos e comunidade, e usam-nos para comunicar com os seus amigos, encontrar novos, criar comunidades e redes, procurar informações e notícias, partilhar as próprias ideias e opiniões. Desta nova cultura da comunicação derivam muitos benefícios: as famílias podem permanecer em contacto apesar de separadas por enormes distâncias, os estudantes e os pesquisadores têm um acesso mais fácil e imediato aos documentos, às fontes e às descobertas científicas e podem por conseguinte trabalhar em equipe a partir de lugares diversos; além disso a natureza interativa dos novos «mídia» facilita formas mais dinâmicas de aprendizagem e comunicação que contribuem para o progresso social.

Embora seja motivo de maravilha a velocidade com que as novas tecnologias evoluíram em termos de segurança e eficiência, não deveria surpreender-nos a sua popularidade entre os usuários porque elas respondem ao desejo fundamental que têm as pessoas de se relacionar umas com as outras. Este desejo de comunicação e amizade está radicado na nossa própria natureza de seres humanos, não se podendo compreender adequadamente só como resposta às inovações tecnológicas. À luz da mensagem bíblica, aquele deve antes ser lido como reflexo da nossa participação no amor comunicativo e unificante de Deus, que quer fazer da humanidade inteira uma única família. Quando sentimos a necessidade de nos aproximar das outras pessoas, quando queremos conhecê-las melhor e dar-nos a conhecer, estamos a responder à vocação de Deus - uma vocação que está gravada na nossa natureza de seres criados à imagem e semelhança de Deus, o Deus da comunicação e da comunhão.

O desejo de interligação e o instinto de comunicação, que se revelam tão naturais na cultura contemporânea, na verdade são apenas manifestações modernas daquela propensão fundamental e constante que têm os seres humanos para se ultrapassarem a si mesmos entrando em relação com os outros. Na realidade, quando nos abrimos aos outros, satisfazemos às nossas carências mais profundas e tornamo-nos de forma mais plena humanos. De fato amar é aquilo para que fomos projetados pelo Criador. Naturalmente não falo de relações passageiras, superficiais; falo do verdadeiro amor, que constitui o centro da doutrina moral de Jesus: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças» e «amarás o teu próximo como a ti mesmo» (cf. Mc 12, 30-31). Refletindo, à luz disto, sobre o significado das novas tecnologias, é importante considerar não só a sua indubitável capacidade de favorecer o contato entre as pessoas, mas também a qualidade dos conteúdos que aquelas são chamadas a pôr em circulação. Desejo encorajar todas as pessoas de boa vontade, ativa no mundo emergente da comunicação digital, a que se empenhem na promoção de uma cultura do respeito, do diálogo, da amizade.

Assim, aqueles que operam no setor da produção e difusão de conteúdos dos novos «mídia» não podem deixar de sentir-se obrigados ao respeito da dignidade e do valor da pessoa humana. Se as novas tecnologias devem servir o bem dos indivíduos e da sociedade, então aqueles que as usam devem evitar a partilha de palavras e imagens degradantes para o ser humano e, consequentemente, excluir aquilo que alimenta o ódio e a intolerância, torna vil a beleza e a intimidade da sexualidade humana, explora os débeis e os inermes.

As novas tecnologias abriram também a estrada para o diálogo entre pessoas de diferentes países, culturas e religiões. A nova arena digital, o chamado ciberespaço, permite encontrar-se e conhecer os valores e as tradições alheias. Contudo, tais encontros, para ser fecundos, requerem formas honestas e correta de expressão juntamente com uma escuta atenciosa e respeitadora. O diálogo deve estar radicado numa busca sincera e recíproca da verdade, para realizar a promoção do desenvolvimento na compreensão e na tolerância. A vida não é uma mera sucessão de fatos e experiências: é antes a busca da verdade, do bem e do belo. É precisamente com tal finalidade que realizamos as nossas opções, exercitamos a nossa liberdade e nisso - isto é, na verdade, no bem e no belo - encontramos felicidade e alegria. É preciso não se deixar enganar por aqueles que andam simplesmente à procura de consumidores num mercado de possibilidades indiscriminadas, onde a escolha em si mesma se torna o bem, a novidade se contrabandeia por beleza, a experiência subjetiva sobrepõem-se à verdade.

O conceito de amizade obteve um renovado lançamento no vocabulário das redes sociais digitais que surgiram nos últimos anos. Este conceito é uma das conquistas mais nobres da cultura humana. Nas nossas amizades e através delas crescemos e desenvolvemo-nos como seres humanos. Por isso mesmo, desde sempre a verdadeira amizade foi considerada uma das maiores riquezas de que pode dispor o ser humano. Por esse motivo, é preciso prestar atenção para não banalizar o conceito e a experiência da amizade. Seria triste se o nosso desejo de sustentar e desenvolver as amizades on-line fosse realizado à custa da nossa disponibilidade para a família, para os vizinhos e para aqueles que encontramos na realidade do dia a dia, no lugar de trabalho, na escola, nos tempos livres. De fato, quando o desejo de ligação virtual se torna obsessivo, a consequência é que a pessoa se isola, interrompendo a iteração social real. Isto acaba perturbando também as formas de repouso, de silêncio e de reflexão necessárias para um desenvolvimento humano sadio.

A amizade é um grande bem humano, mas esvaziar-se-ia do seu valor, se fosse considerada fim em si mesma. Os amigos devem sustentar-se e encorajar-se reciprocamente no desenvolvimento dos seus dons e talentos e em colocá-los a serviço da comunidade humana. Neste contexto, é gratificante acompanhar a chegada de novas redes digitais que procuram promover a solidariedade humana, a paz e a justiça, os direitos humanos e o respeito pela vida e o bem da criação. Estas redes podem facilitar formas de cooperação entre povos de diversos contextos geográficos e culturais, permitindo-lhes aprofundar a comum humanidade e o sentido de corresponsabilidade pelo bem de todos. Todavia devemo-nos preocupar por fazer com que o mundo digital, onde tais redes podem ser constituídas, seja um mundo verdadeiramente acessível a todos. Seria um grave dano para o futuro da humanidade, se os novos instrumentos da comunicação, que permitem partilhar saber e informações de maneira mais rápida e eficaz, não fossem tornados acessíveis àqueles que já são econômica e socialmente marginalizados ou se contribuíssem apenas para incrementar o desnível que separa os pobres das novas redes que estão se desenvolvendo a serviço da informação e da socialização humana.

Quero concluir esta mensagem dirigindo-me especialmente aos jovens católicos, para exortá-los a levarem para o mundo digital o testemunho da sua fé. Caríssimos, senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais se apóia a vossa vida. Nos primeiros tempos da Igreja, os Apóstolos e os seus discípulos levaram a Boa Nova de Jesus ao mundo greco-romano: como então a evangelização, para ser frutuosa, precisou de uma atenta compreensão da cultura e dos costumes daqueles povos pagãos com o intuito de tocar as suas mentes e corações, assim agora o anúncio de Cristo no mundo das novas tecnologias supõe um conhecimento profundo das mesmas para se chegar a uma sua conveniente utilização.

A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste «continente digital». Sabei assumir com entusiasmo o anúncio do Evangelho aos jovens de vossa idade! Conheceis os seus medos e as suas esperanças, os seus entusiasmos e as suas desilusões: o dom mais precioso que lhes podeis oferecer é partilhar com eles a «boa nova» de um Deus que Se fez homem, sofreu, morreu e ressuscitou para salvar a humanidade. O coração humano anseia por um mundo onde reine o amor, onde os dons sejam compartilhados, onde se construa a unidade, onde a liberdade encontre o seu significado na verdade e onde a identidade de cada um se realize numa respeitosa comunhão. A estas expectativas pode dar resposta a fé: sede os seus arautos! Sabei que o Papa vos acompanha com a sua oração e a sua bênção.

Vaticano, 24 de Janeiro - dia de São Francisco de Sales - de 2009
BENTO XVI

Sugestões para celebrar o Dia Mundial das Comunicações

1. Conhecer a mensagem do papa Bento XVI.
2. Ler e compreender o tema do 43° Dia Mundial das Comunicações "Novas tecnologias, novas relações. Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade". Ler e estudar o artigo.
3. Promover momentos de encontro e reflexão nas comunidades, dioceses, escolas, com profissionais da comunicação e de outras áreas. Neste ano, o papa faz menção especial aos jovens.
4. Motivar equipes de liturgia para preparar a celebração do Dia Mundial das Comunicações, celebrado no domingo da Ascensão do Senhor.
5. A Pastoral da Comunicação poderá promover algum debate, seminário ou palestra sobre o tema, convidando especialistas, se possível.
6. Falar do tema do Dia Mundia das Comunicações em programas de rádio, televisão, internet, jornais paroquiais ou diocesanos e em outros espaços possíveis.
7. Promover uma reunião com comunicadores da cidade. Pode-se programar uma entrevista coletiva, uma confraternização, um café da manhã. Ou, ainda, mandar uma mensagem aos comunicadores cumprimentando-os por esse dia.
8. Fazer uma exposição ou feira educativa, para que as pessoas conheçam os meios de comunicação católicos: revistas, jornais, livros, CDs, DVDs, sites, boletins, programas de rádio, TV.
9. Mobilizar professores e educadores para o tema, para que promovam atividades como concursos de redação e de desenho, visitas a redações de jornais, revistas, emissoras de TV e rádio.

Parabéns a todos os comunicadores!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Decreto oficializa Conferência Nacional de Comunicação

A reivindicação de entidades mobilizadas na luta pela realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação foi oficializada. O Diário Oficial da União publicou na sexta-feira,17, decreto do presidente Lula que convoca a 1ª Confecom, com data da etapa nacional marcada para os dias 1º, 2 e 3 de dezembro de 2009. Desde que o presidente Lula anunciou, em janeiro, durante o Fórum Social Mundial de Belém (PA), a realização de “uma grande conferência sobre comunicação no Brasil”, a sociedade mobilizada pela realização do evento vinha aguardando o decreto do governo federal para também oficializar seus encaminhamentos. A Confecom será um marco na história da comunicação brasileira. Um dos pioneiros na luta pela realização do encontro, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) propõe que temas como o controle público e a cadeia produtiva dos meios sejam amplamente debatidos. Sob essa premissa, a Coordenação Executiva do FNDC estabeleceu propostas preliminares que a entidade irá sugerir à comissão organizadora, tão logo seja convocada. Celso Schröder, coordenador-geral do FNDC, acredita que esta é a forma mais representativa e que o encontro deve incorporar algumas possibilidades tecnológicas, já testadas em outras conferências, possibilitando maior acesso aos debates. “Há a possibilidade de a população, através da internet, telefone, e outras vias, contribuir. Claro que não serão delegados, não terão direito a voto, mas poderão ter suas opiniões incorporadas às teses”, defende.

II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade

O II Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, realizou-se nos dias 6 e 7 de maio de 2009, no Palácio das Convenções no Anhembi, e teve como objetivo dar continuidade à promoção da troca de informações entre os setores público, privado e sociedade civil sobre o papel educativo da comunicação para a compreensão do conceito de sustentabilidade. O foco foi a discussão do papel da educação e da comunicação na consolidação mundial de uma cultura de sustentabilidade. A segunda edição do evento deu ênfase à educação, à diversidade humana, ao meio ambiente e aos fatos históricos das crises econômicas recentes para o encontro de soluções para os problemas globais. O evento foi organizado pela Atitude Brasil em parceria com a UNESCO, o PNUD entre outros.

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa 2009

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, evento organizado pela Unesco, foi comemorado nos dias 2 e 3 de maio de 2009, em Doha - Qatar, com o tema de reflexão “O potencial da mídia em divulgar o diálogo, o entendimento mútuo e a reconciliação”. Profissionais e cidadãos da indústria de mídia tiveram a oportunidade de explorar o potencial da mídia como plataforma de diálogo e veículo para compreensão mútua e reconciliação. Além da reflexão e do diálogo sobre a temática, o evento contou com o Prêmio Mundial da Liberdade de Imprensa UNESCO, realizado no dia 3 de maio de 2009, tendo como homenageado o jornalista colombiano Guillermo Cano, assassinado em 1986 no exercício da profissão.

Semana de Oração

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC – promove, todos os anos, a Semana da Oração pela Unidade dos Cristãos. Neste ano, a semana será realizada de 24 a 31 de maio, com o tema “Unidos na tua mão” (Ez. 37,17). Esta profecia de Ezequiel é a Palavra Bíblica inspiradora que faz pensar que Deus não quer o seu povo dividido. Saiba mais através do endereço eletrônico: conic.brasil@terra.com.br

Missa na Praça Paraguaia em Dourados

Anualmente, no dia 14 de maio se comemora a Independência do Paraguai e dia das Mães. Nesta data é celebrada a missa nos três idiomas – espanhol, guarani e português - na Capela de Caacupé, na Praça Paraguaia, em Dourados, MS. A Celebração foi presidida pelo Pe. Teodoro que é paraguaio e atualmente pároco em Caarapó. Apesar do frio, houve boa participação dos fiéis que se reuniram em torno da Mãe, brasileiros e paraguaios unidos na mesma fé. O evento é uma realização da Pastoral do Migrante.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Dia Ítalo-Brasileiro

No dia 18 de maio, às 20 horas, no Plenário da Casa Legislativa, Câmara Municipal de Alvorada, RS, ocorreu a sessão solene em comemoração ao 'Dia Ítalo-Brasileiro em Alvorada'. Na ocasião, as Irmãs Maria Potrich, Ivete Trevisan e Odete Spagnol foram homenageadas com o troféu Giuseppe Garibaldi, por serem personalidades que se destacaram em serviços prestados à comunidade. O proponente ao prêmio foi o vereador Edson Borba, idealizador e criador da sociedade ítalo-brasileira, no ano de 2005, na cidade. Cerca de 20% da população de Alvorada é de descendência italiana. Em novembro, a sociedade inaugurará a Casa da Cultura Italiana. Parabéns pela iniciativa!

A paz é fruto da justiça

Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS

Paz e justiça são dois conceitos recorrentes. O segundo é base indispensável para a realização do primeiro. Ambos são indissociáveis. Semelhante raciocínio está bem expresso no termo que intermedeia as duas palavras. É como se a justiça fosse uma árvore cujo fruto principal é a paz. Vale lembrar aqui toda a reflexão da Campanha da Fraternidade de 2009, como também a célebre frase do Papa Paulo VI, na encíclica Populorum Progressio, publicada há mais de 40 anos: o desenvolvimento é o novo nome da paz! Fica claro que desenvolvimento aqui é sinônimo de justiça se prosseguirmos na leitura: “As excessivas disparidades econômicas, sociais e culturais provocam, entre os povos, tensões e discórdias, e põem em perigo a paz” (PP, nº 76).

Mas podemos abordar a questão por outro ângulo, de forma mais ligada ao nosso dia-a-dia. Como podem ter paz as pessoas que são vítimas da injustiça? Olhemos o mapa do mundo, depois da América Latina e Caribe e, por fim, do Brasil. Neles não será difícil identificar os grandes bolsões de pobreza, miséria e fome causadas por aquilo que o Documento de Medellín, também há mais de 40 anos, já chamava de “injustiça institucionalizada”. Por vezes são continentes inteiros, ou todo um país, mas o mais das vezes são as zonas abandonadas e esquecidas dentro de cada nação.

No chamado Primeiro Mundo, são comuns os bairros marginalizados onde impera a pobreza em meio a uma ampla classe média. Grande parte desses bairros é formada por imigrantes, com boa proporção de clandestinos. No Terceiro Mundo, ilhas de luxo e bem-estar num oceano de abandono, miséria, violência e droga. Após essa identificação, também não seria difícil colorir esse mapa de acordo com o grau de marginalização. Segundo as últimas estimativas da FAO, mais de 900 milhões de pessoas não ingerem o número suficiente de calorias necessárias para uma boa nutrição. No Brasil, por exemplo, apesar do projeto Bolsa Família e de outros programas sociais similares, os indícios apontam para um significativo aumento de favelas.

Sob tais condições de flagrante injustiça, evidente que não pode haver paz. Basta pensar nos pais de família desempregados ou subempregados, com salários insuficientes: como podem ter paz com os filhos chorando em volta? Ou pensar nos pequenos produtores rurais, praticamente abandonados e pressionados pelo agronegócio: facilmente o sonho da paz vira pesadelo. Pensar nos aposentados que, com a crise mundial, talvez venham a constituir-se as primeiras vítimas da falta de liquidez: onde está a paz de uma velhice tranqüila? Pensar nos jovens, rapazes e moças, que vêm os horizontes de fecharem cada vez mais: a paz é trocada pelo mundo da violência e da droga. Pensar nas mães e pais com filhos adolescentes: ao temor de uma gravidez precoce, agrega-se o medo de um namoro ou noivado que pode terminar em tragédia. A lista poderia multiplicar-se indefinidamente. Ainda por cima, são nesses bolsões de miséria onde os serviços públicos de infra-estrutura, saúde, educação, transporte, habitação, entre tantos outros, são os mais caros, raros e precários. Qual a saída? Onde buscar paz?

A migração acaba se tornando uma janela para um novo horizonte, uma alternativa. Ás centenas, milhares, milhões, sós ou em família, as pessoas põem-se em marcha. As estimativas apontam para cerca de 200 milhões o número de pessoas que residem fora do país em que nasceram. Mas no caminho da migração, os obstáculos tornam-se numerosos e difíceis. Da África para a Europa há a travessia do mediterrâneo, controlado e perigoso; da América Latina e Caribe para os Estados Unidos, há o funil da Guatemala e do México, com seus muros e autoridades hostis, além das ondas do Golfo do México; da Ásia para a Europa ou os Estados Unidos, há leis mais duras que muros, como a Diretiva do Retorno; tanto na migração estrangeira como na migração interna, há famílias que se partem, se bifurcam e se desintegram... Enfim, por toda parte as mesmas fronteiras que se abrem ao capital, às mercadorias, à tecnologia e aos serviços, cerram-se sobre os trabalhadores e trabalhadoras migrantes. Nas zonas de trânsito ou na travessia não há paz!

Mas a justiça e a paz constituem um sonho. Nada e ninguém podem detê-lo. O migrante persiste: parte, arrisca, insiste, cruza mares e desertos, enfrenta adversidades para poder construir um futuro mais promissor. Está em jogo a dignidade humana e o reencontro da própria família. De teimosia em teimosia, muitos conseguem cruzar a fronteira territorial ou geográfica, mas não conseguem cruzar a fronteira política. Esta está na lei, na política migratória de cada nação, no Congresso Nacional, na capital do país. Não poucos sonhos se quebram aí. Sem documentação, passam a viver como “clandestinos” em terra estranha. A situação de ilegalidade os expõe a todos os riscos, desde a super-exploração de seu trabalho até a ameaça da deportação, passando pelo medo e a insegurança diários. Poderíamos enumerar aqui tanto os hispano-americanos em São Paulo, Porto Alegre, Manaus e nas cidades fronteiriças dos países vizinhos, quanto os brasileiros e outros nos Estados Unidos, Europa, Japão e Austrália. Em alguns casos os próprios imigrantes mais antigos acabam explorando os recém chegados.

Outros, mesmo após ter cruzando a fronteira geográfica e política, com os papéis em dia, ainda têm de enfrentar discriminação e preconceito, vivendo em meio a tensões e hostilidades, ou formando guetos fechados para defender-se. Ou seja, não conseguiram cruzar uma terceira dimensão da fronteira, a cultural, isolando-se e freando a possibilidade de uma integração mais profunda com a comunidade de destino.

Felizmente, uma parte considerável, logra cruzar as três dimensões da fronteira. Formam ricas comunidades, seguem expressando sua religiosidade e suas expressões culturais e, num mundo cada vez mais plural, contribuem para o enriquecimento mútuo dos povos. Do ponto de vista religioso, e citando o Documento de Aparecida, são imigrantes ou emigrantes que podem se transformar de discípulos em apóstolos. Como lembrava Scalabrini, a migração, na medida em que cada povo mantém seus valores e sua riqueza, pode ser meio para a evangelização.

Outro lado positivo é que, tantos estes que foram bem sucedidos quanto os trabalham na clandestinidade, não raro sustentam de longe seus familiares que ficaram na região de origem. O fenômeno das remessas dos emigrantes torna-se cada vez mais expressivo e vem intrigando os estudiosos do tema. O Brasil, com seus 3 a 4 milhões de emigrantes já faz parte desse rol de países. Não deixa de ser uma forma de manter a família integrada, apesar das distâncias.
No caso da migração interna, em especial as trabalhadoras e trabalhadores temporários, é também o sonho da paz que os move. Como move igualmente muitos jovens para a zona urbana, numa tentativa de levantar um vôo mais alto. Mas aqui a injustiça e a desilusão costumam quebrar uma porção desses sonhos. Na migração temporal ou sazonal, as condições de alojamento, saúde, transporte e alimentação, como o excesso de trabalho, são os obstáculos que sempre batem à porta, chegando a levar alguns à morte. É o caso dos cortadores de cana, dos que “fazem” a safra da laranja ou do café, dos que trabalham nas carvoarias. O sonho voa com as asas quebradas nas cartas e telefonemas entre as regiões de origem e destino desses migrantes. Os agentes pastorais que trabalham cá e lá são as melhores testemunhas dessa comunicação dolorosa e constrangedora. Vale destacar, porém, a força e a garra desses trabalhadores em sustentar a família, ainda que seja em meio a um pão duro e regado de lágrimas.

Para os que se dirigem à cidade, as coisas não são muito diferentes. A falta de qualificação os leva a entrar no mercado de trabalho pela porta dos fundos: serviços domésticos, subemprego, bicos, ajudantes gerais, e uma série de outros postos, muitas vezes sem carteira assinada. Alguns, com esforços inauditos, trabalhando e estudando ao mesmo tempo, conseguem vislumbrar alguns lampejos do sonho da paz. A grande maioria, entretanto, permanece à margem do trabalho, da escola e da vida. Como na emigração/imigração, aqui também não são raros a discriminação e o preconceito. Não poucos, a exemplo dos que se aventuraram no exterior, se sentem fora da pátria no próprio país em que nasceram.

Os sonhos, porém, renascem das cinzas e dos escombros. Muitos se juntam, se organizam. Nos sindicatos, nos movimentos sociais, em associações ou na Igreja, eles buscam tornar o sonho individual em sonho coletivo. Criam-se grupos, que se interligam em redes, e pouco a pouco, de reivindicação em reivindicação, a luta avança. A esperança se refaz, e se refaz coletivamente.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Existe justiça para todos?

Mosaico de rostos e olhares, de riso e pranto,
De encontros e desencontros, afã de convivência,
De luzes e sombras e de sofrimentos tantos,
De fuga e de busca no vaivém da existência.

Existe justiça para todos?

Mosaico de imagens e cores, ruído e melodia,
De culturas e costumes, de sons e expressões,
De sabedorias variadas e variadas utopias,
De raças e povos, de línguas e nações,

Existe justiça para todos?

Mosaico de fartura e sobras, luxo e desperdício,
De ação e renovação, na reciclagem do lixo,
De mansões e favelas, prédios e cortiços,
De cercas e muros, como superar isso!

Existe justiça para todos?

Mosaico de dor e suor, de luta e esperança,
De acolhida e exclusão, falta de sintonia,
Romper fronteiras, agir sem mais tardança,
No horizonte novo de uma nova cidadania!

Existe justiça para todos?

Partir e chegar, começo e recomeço,
Perdidos e solitários, migrantes aos milhões,
Atravessar o deserto, superar tropeços,
Disputando no mercado magros cifrões,
Justiça e paz lograr como preço;
Arrancar e replantar fundas raízes,
Forjar da vida um futuro de dias felizes!

Existe justiça para todos?

Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Regularização migratória de estrangeiros no Brasil

A fim de que se dissipe qualquer dúvida a respeito da “anistia” que, certamente, será concedida a imigrantes irregulares em nosso País, apresento nota técnica e solicito circule entre as entidades que se dedicam ao tema em questão. Esclareço que adoto tal postura em razão de haver notícias de que golpistas vêm exigindo dinheiro para providências afetas à regularização (que ainda não foi definida legalmente). E mais, encareço que se dê ciência aos interessados de que o exercício do direito a ser definido não dependerá da intercessão de terceiras pessoas e que a Secretaria Nacional de Justiça é a instância competente para dar os esclarecimentos necessários.
Atenciosamente, Romeu Tuma Júnior - Secretário Nacional de Justiça


Regularização migratória de estrangeiros no Brasil
Anistia: um processo simples e transparente
Preocupada com a situação de milhares de estrangeiros e ciente tanto dos aspectos positivos como das dificuldades procedimentais ocorridas no passado, bem assim da necessidade de se proceder brevemente a uma ampla regularização migratória de estrangeiros, a Secretaria Nacional de Justiça (SNJ) encaminhou à Casa Civil, em dezembro do ano passado, proposta de Medida Provisória para promover uma 'anistia'.
De caráter essencialmente humanitário, sabe-se que os milhares de estrangeiros que serão beneficiados, hoje, se encontram vivendo à margem da sociedade como se criminosos fossem. Outra justificativa para a brevidade da notícia é que uma mera irregularidade administrativa não pode se prestar como pano de fundo para o cometimento crimes complexos, como o tráfico de pessoas, por exemplo, ou para o fortalecimento de verdadeiras organizações criminosas especializadas nas mais variadas formas de exploração e na falsificação de documentos.
Ocorre que desde o anúncio da medida, chegou ao conhecimento desta Secretaria que, a cada dia, pessoas inescrupulosas têm vendido facilidades se dizendo capazes de agilizar um processo que sequer necessita de intervenção de terceiros.
Na verdade, já tramitava no Congresso, há quase dois anos, o Projeto de Lei nº 1664/2007, cujo texto original reportava-se aos mesmos termos das anistias de 1988 e 1998. Entretanto, verificou-se que a proposta não atenderia às atuais demandas, eis que não solucionava os problemas já observados nas anistias anteriores. Nesse sentido, texto semelhante ao encaminhado pela SNJ foi apresentado como emenda Substitutiva na Câmara.
É bom que fique claro que em nenhum momento o texto faz menção a qualquer tipo de pagamento de taxas senão a de pedido de registro e de carteira, que serão reduzidas em relação às hoje cobradas, prevendo, inclusive, a isenção do pagamento de multas por estada irregular.
Além disso, os documentos a serem apresentados são menos burocráticos, não havendo previsão de nenhum que implique necessariamente em custo para o estrangeiro que pretenda ser anistiado.
Portanto um alerta a todos os estrangeiros: não existem filas de espera nem taxas ou documentos que necessitam ser pagos ou obtidos previamente para ser beneficiado com a anistia. O procedimento será simples e transparente.
A SNJ está atenta a todas as fases necessárias até a concretização da anistia e se compromete a promover ampla divulgação dos procedimentos necessários, dispensando, assim, a intermediação de terceiros. Ademais, a SNJ terá a incumbência de dirimir quaisquer casos omissos ou especiais, não sendo plausível que antes de se tê-la publicada já se tenham pessoas inescrupulosas criando dificuldades e procedimentos inexistentes.
O Projeto de Lei retornou, neste mês de abril passado, à Câmara após ter sido reformado no Senado para assegurar que a regularização migratória contemple os imigrantes irregulares que aqui se encontram e não que tal medida promovesse uma chamada de novos imigrantes, o que se pretende fazer com políticas públicas, como é o caso da nova lei de estrangeiros que foi democraticamente encaminhada no ano passado por meio da SNJ.
A SNJ espera que o texto que se encontra na Câmara seja brevemente aprovado, até para que não haja mais demoras na edição de medida legislativa que tanto solidifica os direitos humanos como essa.

Brasília, maio de 2009.
Romeu Tuma Júnior
Secretário Nacional da Justiça

Missão vai investigar trabalho escravo no Brasil

A ONU enviará em junho uma missão para investigar a questão do trabalho escravo no Brasil e o setor do etanol estará no centro da atenção da entidade. A relatora da ONU para o assunto, Gulnara Shahinian, avaliará a situação do País em uma visita de dez dias em várias cidades e regiões e fará um relatório com sugestões que o governo deve seguir. Nesta quinta-feira (07), o ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, admitiu que o número de pessoas vítimas de trabalhos escravos é maior do que o próprio governo estimava. "Trabalhávamos com o número de 25 mil pessoas vítimas desse problema. Mas esse número estava errado, já que só as liberações realizadas pelos inspetores de trabalho foram superiores", disse.
Fontes na Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra estimam que o número é bem maior que os 25 mil, mas afirma não ter condições de divulgar suas avaliações. Além disso, admitem que o governo tenta impedir que um novo número - mais elevado - seja divulgado. Um dos pontos que será avaliado pela ONU é a situação do trabalho escravo no campo, principalmente na produção de cana-de-açúcar. Países ricos, em especial da Europa, vem pressionando para que selos sociais sejam estabelecidos no comércio do etanol, o que é rejeitado pelo Brasil.
Vannuchi acredita que, mesmo assim, os número de pessoas vivendo em uma situação análoga a escravidão está caindo. Ele, porém, não cita números. O governo brasileiro ainda tenta coordenar uma política com Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia para tentar lidar de forma coordenada com o problema. Dados da Comissão Pastoral da Terra apontam que o ano de 2008 registrou o maior número de denúncias sobre trabalho escravo, desde que a entidade iniciou o trabalho de registrar o problema, há 14 anos. No total, 280 denúncias foram registradas.
No mesmo ano, 5,2 mil pessoas foram liberados de condições de escravidão. A Comissão Pastoral da Terra informou que 48% deles estavam no setor sucroalcooleiro. Em 2007, 5,9 mil pessoas foram liberadas. Dados do próprio governo apontam que 2,4 milhões de crianças estão ainda trabalhando, o que representa 4% da população infantil. Por sua vez, o Ipea aponta que, mesmo mais de um século depois do fim da escravidão, a renda da população negra ainda é inferior à média nacional. Segundo cálculos do IPEA, levará ainda 32 anos para que os negros tenham o mesmo nível de renda que brancos no Brasil. Isso se o ritmo de avanço continuar nas mesmas taxas dos últimos cinco anos.
(Agência Estado - 09/05/09)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Peregrinação da Família Scalabriniana

A Peregrinação da Família Scalabriniana ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida acontecerá no dia 21 de junho, Dia Nacional do Migrante, com participação na celebração eucarística que será televisionada, às 8 horas da manhã. Pede-se aos missionários/as, missionárias seculares e leigos(as) scalabrinianos que organizem caravanas para poder celebrar juntamente o Dia de Scalabrini e o Dia Nacional do Migrante. Espera-se a confirmação de participação até o dia 24 de maio. Caso alguém necessitar de hospedagem, favor entrar em contato com Pe. Paulo Caovila (vocaresc@uol.com.br), ou Rita Bonassi (saopaulo@scala-mss.net), ou ainda, Ir. Maria Clélia Alves (clelia.mscs@terra.com.br).

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Semana Nacional do Migrante

De 12 a 20 de junho de 2009, o Brasil se move em torno da Semana Nacional do Migrante que este ano propõe a reflexão do tema: “Existe Justiça para todos?” Muitas são as ações possíveis, entre seminários, romarias, celebrações, entrevistas, encontros de migrantes com destaque a duas atividades especiais. No dia 12 de junho, às 21h30 (horário de Brasília), Dom Luiz Demétrio Valentini, presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes e alguns Agentes de Pastoral estarão na Rede Vida programa Tribuna Independente, para falar da realidade migratória e da missão da Igreja junto a esta parcela da população. E, no dia 20 de junho, às 8 horas, (horário de Brasília), no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, haverá a Celebração Eucarística com a presença de missionários/as Scalabrinianas/os e dos migrantes. A Rede Vida transmitirá. Acompanhe, participe!

Mutirão da Comunicação

Vem aí o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe de 12 a 17 de julho, na PUCRS, em Porto Alegre, RS, com o tema “Processos de comunicação e cultura solidária”. O mutirão visa promover espaços de diálogo sobre os processos de comunicação à luz da cultura solidária, na construção de uma sociedade comprometida com a justiça, a liberdade e a paz. Durante o mutirão serão trabalhados vários eixos temáticos pertinentes aos novos cenários políticos e sociais da comunicação, diálogos das culturas, ética da comunicação na perspectiva de direitos, entre outras temáticas que serão oferecidas nos seminários e oficinas. As congregações Scalabrinianas estarão presentes com sua contribuição nos seminários e na tenda. Para maiores informações, acesse: www.muticom.org, ou mutirão@portoweb.com.br ou ainda pelo fone: (55) 5133912434

Encontro da Família Scalabriniana

Nos dias 06 a 07 de maio de 2009, no Seminário João XXIII, em São Paulo, SP, a família Scalabriniana esteve reunida. Este foi o XXI Encontro da Equipe Interinstitucional da América Latina – EISAL e contou com a participação das Missionárias Seculares, de Padres Scalabrinianos das Províncias de São José, São Pedro e São Paulo e das Irmãs Scalabrinianas das Províncias: Nossa Senhora Aparecida, Imaculada Conceição, Cristo Rei e Maria, Mãe dos Migrantes. Dom Alessandro Ruffinomi, cs, também esteve presente e assessorou o encontro com o tema: “A Missão das/os Scalabrinianas/nos a partir do Documento de Aparecida”. Houve espaço para cada provincial partilhar a caminhada, desafios e avanços na missão. Fez-se a avaliação das atividades e iniciativas das Equipes de Comunicação (ESC) e Animação Vocacional as quais se empenham em ações concretas, possibilitando ampla divulgação do carisma e da missão Scalabriniana. Os participantes, na sua maioria superioras/es provinciais e coordenadoras/es provínciais do apostolado, assumiram algumas atividades e frentes missionárias em conjunto, seja em regiões de fronteira, bem como missões populares de caráter pastoral com os migrantes. Durante o encontro, destacou-se vários momentos de espiritualidade e celebração eucarística, em clima de fraternidade, colaboração, mística, unidade no carisma e na missão.

I Seminário Scalabriniano de Comunicação Social

Em Jundiaí, SP, nos dias 04 e 05 de maio, realizou-se o I Seminário Scalabriniano de Comunicação Social, com o tema “Comunicação e Carisma Scalabriniano”. O evento foi organizado e coordenado pela Equipe Scalabriniana de Comunicação - ESC e Centros de Estudos Migratórios (CEM e CESEM). O Seminário teve como objetivo “favorecer o conhecimento do vasto campo da comunicação, elaborar princípios de orientação, prioridades e estratégias de ação que contemplassem as áreas de atuação do carisma. Os assessores desenvolveram as seguintes temáticas: “mídia, opinião pública e migração: pistas de orientação, prioridades e estratégias de ação; Estratégias de Marketing Institucional; Igreja e Comunicação Social: desafios, estratégias e perspectivas para nossa ação pastoral hoje.” Durante o Seminário, os participantes construíram o quadro sinótico, tornando visível os princípios, estratégias, projetos e investimentos principalmente nos campos: rádio e TV, imprensa, internet e pastoral vocacional. Ao final do encontro os presentes avaliaram positivamente a iniciativa e proposição da temática pertinente e oportuna para os dias atuais e solicitaram a continuidade em outros seminários.

Encontro: Vida Religiosa

Religiosas/os das diversas congregações que integram o núcleo da Conferência dos Religiosos em Dourados/MS, estiveram reunidos nos dias 28 a 30 de abril. Refletiram sobre a Vida Religiosa: Inserção em meios Populares e Novos Espaços de Presença Solidária, numa opção pelo povo empobrecido e excluído, nos diferentes contextos sociais. Os consagrados entendem que assumir a causa dos pobres é a razão de ser do segmento a Jesus e sua missão profética, vivendo a vocação com mais audácia e somando forças na luta pela promoção integral do ser humano. O encontro ocorreu em clima de alegria e fraternidade, que favoreceu aos participantes reafirmarem o compromisso da vida religiosa consagrada em cultivar uma espiritualidade encarnada e profética, centrada na Palavra de Deus.

Seminário: Trabalho Temporário

Dia 18 de junho 2009, na cidade de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul, o Serviço Pastoral dos Migrantes em parceria com outras entidades afins, realizará um seminário de estudo sobre o Trabalho Temporário. Inúmeros são os desafios que se apresentam neste campo, principalmente nas usinas de álcool e açúcar onde concentram-se muitos trabalhadores existentes na região, procedentes da região Norte e Nordeste do País, explorados pelas jornadas excessivas de trabalho, precárias de habitação nos alojamentos, falta de equipamento de proteção individual, sujeitos a sérios riscos de saúde. No seminário estará presente, além dos migrantes e dos Agentes de Pastoral, também a Comissão Permanente de Fiscalização e Investigação das condições de trabalho no Mato Grosso do Sul, representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Delegacia Regional do Trabalho, Ministério Público, entre outros.