terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

BANGLASDESH: VIOLÊNCIAS CONTRA MINORIAS

Ragipara, 22 fev (RV) - Um vilarejo foi incendiado e dezenas de pessoas ficaram feridas e foram expulsas de Ragipara no distrito montanhoso de Rangamati, na diocese de Chittagong, Bangladesh. Os moradores locais que sofreram a violência, perpetrada por agricultores muçulmanos, são budistas, hindus e cristãos das minorias étnicas: essa é a denúncia feita à agência Fides pela Comissão “Justiça e Paz” da Igreja local. No último dia 17 de fevereiro mais de 300 agricultores muçulmanos, que querem tomar as terras para a agricultura, organizaram uma ação punitiva contra o vilarejo habitado por povos indígenas. Os agricultores foram apoiados por agentes da polícia local que legitimaram os abusos.

Outros casos como este (habitantes nativos atacados e privados de sua terra) se registraram nos últimos dias na área de Gulishakhali. Os agricultores muçulmanos usaram como pretexto a morte de seu companheiro, Ali Saber, encontrado morto na área de Ragiparam, e deram vida a uma reação violenta, pisoteando os direitos das minorias.

“Atearam fogo em nossas casas e nas nossas pequenas lojas”, disse uma testemunha ocular. Há muito tempo os agricultores muçulmanos desejam expulsar da área os grupos étnicos locais, não-muçulmanos para adquirir novos terrenos agrícolas. Em muitos casos, eles conseguiram, porque ninguém, nem mesmo as autoridades civis, respeita e garante os direitos das minorias étnicas e religiosas.

O advogado Devasish Roy King, também ele pertencente à minoria local, escreveu uma carta aberta às autoridades civis e à Comissão de Direitos Humanos do Bangladesh, denunciando o ocorrido e citando “a cumplicidade da polícia local”. A carta pede uma investigação sobre o episódio de Ragipara, com a identificação e punição dos culpados, e convida o governo a proteger e salvaguardar os direitos dos cidadãos, membros de minorias étnicas ou religiosas. (SP)

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