quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ACNUR promove repatriação de primeiro grupo de refugiados do Sri Lanka na Índia‏

COLOMBO, Sri Lanka, 12 de outubro (ACNUR) - O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) começou nesta quarta-feira a repatriar refugiados do Sri Lanka vindos do Sul da Índia em barcos,adicionando uma nova dimensão ao programa de retorno voluntário para civis que fugiram da ilha antes que o longo conflito terminasse em 2009.

Um primeiro grupo de 37 refugiados (15 famílias) chegou a Colombo em um barco comercial na manhã de quarta-feira, após uma viagem noturna saindo de Tuticorin, no estado de Tamil Nadu. Eles foram acompanhados por três funcionários do ACNUR.

“A repatriação pelo mar é importante, já que muitos refugiados na Índia disseram que preferem voltar em balsas, para trazer objetos domésticos com eles,” disse o representante do ACNUR no Sri Lanka, Michael Zwack.

Até o final de setembro, o ACNUR ajudou no retorno de 1.493 refugiados do Sri Lanka (466 famílias) para as regiões norte e leste. Todos voltaram por via aérea. A maioria dos retornados veio da Índia (1.448), enquanto um número menor veio da Malásia, Geórgia e da ilha caribenha Santa Lúcia. Em 2010, cerca de 2.054 refugiados do Sri Lanka voltaram para casa, enquanto no ano anterior o número foi de apenas 800.

Todos os repatriados até o momento viveram em um dos 112 campos de refugiados em Tamil Nadu, na Índia. Dentre as primeiras chegadas de barco, havia refugiados que viveram na Índia por mais duas décadas.

O representante Michael Zwack esteve presente no porto de Colombo para receber os recém-chegados, juntamente com o ministro do Desenvolvimento Econômico, Basil Rajapaksa, e com o vice-ministro do Reassentamento, Vinayagamoorthy Muralitharan.

A maioria dos refugiados retornou para o distrito de Trincomalee, seguido de Mannar, Vavuniya e Jaffna, no norte do Sri Lanka. Alguns também retornaram para as áreas de Kilinochchi, Colombo, Batticaloa, Kandy, Ampara, Matale e Puttalam.

“Os refugiados, assim como as dezenas de milhares de deslocados internos que voltaram para casa recentemente, enfrentam desafios para se reestabelecer. Ganhar a vida e conseguir lugares decentes para morar estão entre as principais preocupações dos refugiados”, afirmou Zwack.

Refugiados do Sri Lanka que retornam ao país por meio do programa de repatriação voluntária do ACNUR recebem um subsídio padrão de reintegração, como um primeiro passo para ajudá-los a reiniciar suas vidas. Uma vez instalados em seus destinos no Sri Lanka, eles podem se dirigir a um dos cinco escritórios do ACNUR para obter kits de utensílios domésticos básicos.

O ACNUR realiza monitoramento regular e procura assegurar que os retornados recebam aulas sobre minas terrestres, sejam incluídos em programas alimentares e passem a ser considerados como beneficiários do governo, da ONU ou de outros projetos que possam auxiliá-los na reconstrução de suas vidas no norte e leste do Sri Lanka.

Além disso, o ACNUR encaminha pessoas com necessidades especiais para instituições especializadas, e aqueles que precisam de assessoria jurídica são direcionados a autoridades governamentais ou outras organizações que possam prestar uma assitência específica.

Refugiados do Sri Lanka no exterior que desejem voltar para casa podem procurar o escritório mais próximo do ACNUR, para receber assistência e orientação em seu país de refúgio.

Estatísticas recentes do ACNUR, obtidas de fontes governamentais, mostram que no final de 2010 havia cerca de 140 mil refugiados do Sri Lanka em 65 países, a maioria - quase 70 mil - nos campos, e outros 32 mil fora dos campos, em Tamil Nadu. Outros países com grande quantidade de refugiados do Sri Lanka são França, Canadá, Alemanha, Reino Unido, Suíça, Austrália, Malásia, Estados Unidos e Itália.

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