quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Violência vitimou duas mil pessoas nos oito primeiros meses de 2011

Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital

Permanece o clima de insegurança entre guatemaltecos e guatemaltecas por conta da violência. O mais recente Informe sobre a situação dos direitos humanos na Guatemala e feitos de violência durante oito meses de 2011, elaborado pelo Grupo de Apoio Mútuo (GAM), revela que, até o mês de agosto, 2.231 pessoas morreram de forma violenta no país. Dessas, 1.882 eram homens, 306 mulheres, 37 meninos e oito meninas.

"O aumento da violência não tem sido somente na sanha e crueldade, mas também no presente ano se agrega o número de vítimas, o aumento em relação ao ano anterior tem sido de 5%, especialmente refletido este aumento nos meses de fevereiro, maio e agosto”, destaca.

Na média mensal de mortes, de acordo com o informe, 2011 teve 280 por mês, cifra inferior apenas a dos anos de 2009 e 2007, quando a média mensal de mortes nos oito primeiros meses foi de 322 e 306, respectivamente.

Em agosto deste ano, 283 pessoas morreram de forma violenta na Guatemala. Dessas, 241 eram homens e 36 mulheres. Nem mesmo as crianças escaparam na violência. No mês passado, seis meninos morreram.

O número de feridos até o mês de agosto também foi alto. Segundo o relatório, 888 pessoas ficaram feridas nos oito primeiros meses deste ano em decorrência de ações violentas. Dessas, não se sabe quantas sobreviveram ao entrar no hospital e quantas receberam atendimento médico adequado.

Além do elevado número de mortos e feridos, o documento chama a atenção para a quantidade de massacres ocorridos neste ano. "Mostra da pouca atenção que se tem dado para a implementação de políticas de segurança tem sido os terríveis massacres provocados ao longo de 2011; mais de 460 vítimas reportadas, refletindo claramente desta forma que a crueldade, sanha e níveis tão altos de violência não se reduziram em absoluto”, considera.

Neste ano, 354 pessoas morreram por conta de massacres e 112 ficaram feridas. Somente no mês de agosto, o país foi palco de nove massacres que resultaram na morte de 31 pessoas, entre adultos e crianças.

Não bastasse a quantidade de mortos, a crueldade nos assassinatos também choca o país. "Existe crueldade e sanha em cada um dos crimes perpetrados nos últimos tempos”, afirma. Nos oito primeiros meses deste ano, 99 pessoas foram torturadas no país, sendo 74 homens, 24 mulheres e uma menina menor de 15 anos.

Até o mês de agosto, 67 vítimas foram encontradas desmembradas. E, de acordo com GAM, o quadro se repete "sem que as autoridades agilizem as investigações necessárias a respeito do ocorrido com aquela vítima”.

A falta de atitude das autoridades fica mais clara quando se observa as regiões com maiores índices de violência. "A violência tem se posicionado especificamente em determinados lugares, os quais têm sido localizados de acordo com o monitoramento do GAM; no entanto, apesar disso, não se tem conseguido observar por anos que haja a implementação de sistemas de segurança que mudem esta realidade; exemplo disso é a zona 18, que segue reportando-se como a mais vulnerável da cidade capital”, denuncia.

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