Viviane Vaz
Ganhar cidadania israelense vai ficar mais difícil nos próximos meses. O mesmo vale para a entrada ilegal de imigrantes em Israel. Os governos do Cairo e de Jerusalém anunciaram que começarão a construir em novembro uma barreira eletrônica no Deserto do Negev. O projeto israelo-egípcio tem por meta impedir que africanos entrem em Israel, vindos do Sinai.
No último domingo, as autoridades israelenses também discutiram mudanças para a lei de nacionalidade: quem quiser ser cidadão deveria jurar lealdade não só ao Estado de Israel, mas também ao “Estado judeu e democrático”. De acordo com o jornal Jerusalem Post, a ideia é dificultar que palestinos casados com israelenses árabes e muçulmanos consigam a nacionalidade com base na unificação familiar.
Polêmica
Além de evitar a naturalização dos imigrantes ilegais, o governo israelense espera que a barreira eletrônica impeça a entrada de refugiados e trabalhadores sem documentação da África, que já somam 25 mil em Israel. “Neste momento, atravessar a fronteira não representa dificuldade”, disse o ministro de Segurança Interna, Yitzhak Aharonivic. Segundo o ministro, todo mês entram ilegalmente em Israel 1,2 mil africanos. Ele informou que a nova barreira será construída ao longo de 110km dos 240km de fronteira, e a conclusão está prevista para 2013.
Por sexo, árabe “vira” judeu
Sabar Kashur, 30 anos, casado e cidadão árabe de Jerusalém, foi condenado ontem a um ano e meio de prisão por se fazer passar por um judeu solteiro para conseguir manter relações sexuais com uma jovem judia. Primeiramente, ele teria prometido um relacionamento estável à jovem. Mas, após o ato sexual, Kashur a teria abandonado em um edifício do centro de Jerusalém. “O tribunal está obrigado a proteger o público de criminosos sofisticados que possam enganar vítimas inocentes a um preço insuportável — a santidade de seus corpos e suas almas”, disse o juiz Tzvi Segal.
O tribunal condenou Kashur à prisão por violação e falsidade ideológica, além de obrigá-lo a pagar indenização de 10 mil shekels (R$ 4,6 mil). “Não se trata de violação no sentido clássico, isto é, por força. Mas o ato foi conseguido com base em mentira e em falsa identidade. Se a demandante soubesse que o acusado não era solteiro e judeu, não teria aceitado (o sexo)”, disseram os juízes. Os advogados de Kashur tentaram, em vão, reverter a pena em serviços comunitários.
Fonte: Correio Braziliense, 21/07/2010.
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