terça-feira, 8 de junho de 2010

Dia Mundial do Meio Ambiente alerta sobre a perda da biodiversidade

Natasha Pitts *

Adital -
Em 5 de junho é comemorado mundialmente o Dia do Meio Ambiente. No entanto, para além das comemorações, a data tem sido utilizada largamente para alertar sobre a necessidade de preservação da natureza e para os riscos que a humanidade corre com a extinção de espécies animais e vegetais.
O ano de 2010 foi batizado como o ‘Ano da Biodiversidade’. Em virtude disso, os países signatários da Organização das Nações Unidas (ONU) deveriam apresentar os esforços que realizam desde 2002 para conter a perda da biodiversidade em suas regiões. Os resultados não foram os esperados. Apesar dos esforços, diversas espécies continuam em sério risco de extinção, prejudicando assim a harmonia da natureza.


Em virtude deste panorama de luta para a preservação e utilizando como marco o Ano da Biodiversidade, uma campanha ambiental mundial está promovendo a conexão entre as espécies e a conservação do planeta Terra. A partir do lema "Muitas espécies, um planeta, um futuro", o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) está tentando mostrar que, na medida em que se promove a conservação, a vida dá sinais concretos de que as ações estão no caminho certo.

De acordo com dados atuais da ‘Lista Vermelha’, produzida pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), cerca de 25% das espécies de mamíferos estão ameaçadas de extinção. Apenas na América do Sul, das 1.275 espécies conhecidas, 202 estão em risco de desaparecer e onze espécies já desaparecerem. Entre eles está o ‘vampiro gigante’ (Desmodus draculae). Na mesma situação estão os anfíbios, já que, em nível mundial, um em cada três se encontra ameaçado. Equador e Colômbia são os países onde os anfíbios se encontram em maior risco.

A Lista Vermelha apresenta outros dados que demonstram a urgência com que deve ser tratada a questão da preservação da biodiversidade. A UICN esclarece que 12.295 espécies têm como habitat a América do Sul. Destas, 35 estão extintas. O total de espécies extintas em Estado Silvestre é sete. Em Perigo, se encontram 1.342 espécies e em Perigo Crítico existem 649. 2.289 espécies estão Vulneráveis e 937 estão Quase Ameaçadas. No total, 4.280 espécies estão ameaçadas de desaparecer na América do Sul.

Outro grande desafio desta mesma região é reverter a ameaça em que se encontram as espécies de cervos neotropicais. Das 17 espécies existentes na América do Sul dez estão na Lista Vermelha da UICN em alguma categoria de ameaça e três estão listadas como dados insuficientes.

A atividade humana continua sendo a principal responsável por esta situação. Em nome do desenvolvimento o homem ‘civilizado’ desmata grandes áreas verdes, acabando assim com o habitat natural de várias espécies, contamina a água, reduzindo significativamente a quantidade e as espécies de peixes, e emite gases tóxicos que reduzem gradativamente a qualidade do ar.

Mesmo em meio a situações críticas e de descaso com o meio ambiente, algumas boas notícias se destacam. De acordo com a Lista Vermelha, 5% dos mamíferos em estado silvestre ameaçados estão dando sinais de recuperação. De acordo com o PNUMA, com a ação de conservação é possível aumentar as população de espécies em extinção e restaurar habitats naturais vitais em todo o mundo.

Com informações da UICN


* Jornalista da Adital

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