Tatiana Félix *
Adital -
"Povos em movimento por uma cidadania universal. Derrubando o modelo, construindo atores" é o lema que embala o IV Fórum Social Mundial das Migrações (FSMM) que começou hoje (8) em Quito, no Equador. A expectativa é de reunir mais de três mil pessoas de cerca de 90 países, que se posicionam contrárias ao modelo de globalização neoliberal, para participarem das discussões em torno da mobilidade dos povos, direitos e cidadania.
Movimentos sociais e religiosos, e diversas organizações da sociedade civil e integrantes do Grito dos Excluídos, de todos os continentes, integram o Comitê Internacional do FSMM, numa intensa mobilização mundial em defesa dos direitos das pessoas migrantes, refugiadas, deslocadas e apátridas.
Quatro eixos temáticos dão o direcionamento dos debates: "Crises globais e fluxos migratórios", "Direitos Humanos e Migração", "Diversidade, convivência e transformações socioculturais" e "Novas formas de escravidão, servidão e exploração humana". Além destes temas principais, serão abordados ainda assuntos transversais como Gênero, Etnicidade, Religiosidade e Interculturalidade.
Para refletir sobre essas questões serão realizadas conferências, seminários, painéis e oficinas. As atividades acontecem na Casa da Cultura Equatoriana, na Pontifícia Universidade Católica do Equador (PUCE), na Universidade Politécnica Salesiana (UPS) e na Escola Politécnica Nacional (EPN).
O objetivo é buscar propostas que possam ser apresentadas aos países como medidas de solução de problemas que envolvem o dia-a-dia da população migrantes, marcado por preconceitos e discriminações.
Para amanhã, sábado (9), está prevista a atividade de Integração regional, migrações e luta pelos bens comuns na América Central e os debates sobre os temas "Migração: desenvolvimento da integração dos povos" e "A crise mundial e seu impacto sobre a participação, a cidadania universal e a integração". No domingo (10) acontecem mais seminários, painéis e oficinas. Já a segunda-feira (11), será animada com uma grande Assembleia dos Movimentos Sociais.
O encerramento do IV FSMM será na terça-feira (12) junto com o V Congresso da Coordenadoria Latinoamericana de Organizações do Campo (Cloc) - Via Campesina.
Eventos Paralelos
Nos dias 11 e 12 também acontece em Quito o II Fórum de Autoridades Locais Cidades Abertas para manter o debate regional sobre as questões de migração com foco nos direitos humanos.
O Fórum das Migrações acontecerá ainda de maneira simultânea em Barcelona, na Espanha, e apresentará um mostra de Cinema de Fronteiras, para que o público tenha uma ampla ideia sobre divisões territoriais. Durante a mostra, será estabelecido um diálogo sobre o tema migração, por meio de teleconferência entre especialistas de Quito e de Barcelona.
Histórico do FSMM
A primeira edição do Fórum Social Mundial das Migrações aconteceu em 2001, no Brasil, refletindo sobre o tema "Travessias na desordem global". Já a segunda e terceira edições foram realizadas na Espanha abordando as temáticas: "Cidadania universal e Direitos Humanos. Outro mundo é possível, necessário e urgente" e "Nossas vozes, nossos direitos, por um mundo sem muros", respectivamente.
Na Carta de Princípios do Fórum Social Mundial das Migrações, criada a partir da primeira experiência do encontro no Brasil, os militantes declaram que as propostas do Fórum se opõem a um processo de globalização, comandado por grandes corporações multinacionais e pelos governos e instituições que sirvam a seus interesses. A orientação do movimento é que a globalização se transforme em um modelo solidário, respeitando os direitos humanos universais de todos os cidadãos e o meio ambiente, com base na justiça social, igualdade e soberania dos povos.
Acompanhe as atividades do IV FSMM através do site: http://www.fsmm2010.ec
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