Karol Assunção *
Adital -
Na Costa Rica, três ativistas da Frente Norte contra a Mineração e da Coordenadora Ni Una Sola Mina estão, desde o dia 8 deste mês, em greve de fome pela derrogação do decreto executivo n° 34-8001 do Ministério do Ambiente e da Energia (34-8001 Minaet).
Tal decreto, assinado em 2008 pelo então presidente Óscar Arias - quem declarou que o projeto é de "interesse social" -, concede à empresa canadense Infinito Gold a exploração da Mina Crucitas. Para as organizações, o projeto mineiro resultará em graves problemas ambientais por conta da contaminação.
"Dois aquíferos serão contaminados pelo cianeto que se utiliza para a extração do ouro e, ademais, se afetará a Bacia do rio San Juan, limítrofe entre Costa Rica e Nicarágua", destaca comunicado da Rede de Ação Ecologista, em solidariedade aos trabalhadores.
Além disso, a Rede destaca que pelo menos 200 hectares da mata tropical úmida, localizada no nordeste do país, serão sacrificados por conta da exploração mineira. "A concessão para a exploração da Mina Crucitas, localizada em San Carlos, foi dada à empresa canadense Infinito Gold por procedimentos considerados como irregulares, sobretudo no relativo à veracidade dos estudos de impacto ambiental e da superfície que será arrasada pelas atividades da mina", revela.
Também não são somente ambientalistas que são contrários ao projeto. Segundo o comunicado de Renace, "90% da população costarriquense se opõe à empresa mineira Indústrias Infinito".
Greve de Fome
Contrários ao projeto de exploração de ouro a céu aberto no país, 13 ativistas das organizações Frente Norte contra a Mineração e da Coordenadora Ni Una Sola Mina iniciaram, no último dia 8, uma greve de fome em frente à Casa Presidencial da Costa Rica. Por questões de saúde, alguns grevistas não puderam continuar, mas seguem apoiando o protesto e realizando mobilizações pela derrogação do decreto 34-8001 Minaet.
Os três ativistas que continuam em greve de fome - Rosibel Porras, Andrés Guillén e David Rojas - já afirmaram que permanecerão até que o Governo derrogue o decreto. "(...) se seguir vigente, representaria um gravíssimo precedente no que se refere à mudança do uso dos solos florestais em benefício de estreitos interesses privados e em prejuízo do meio ambiente, da biodiversidade, das comunidades e da grande maioria da população costarriquense", destacou um comunicado divulgado pelas duas organizações no domingo (17) passado.
* Jornalista da Adital
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