Karol Assunção *
Adital -
"20 países não devem decidir o destino do mundo inteiro". É sob esse lema que organizações e movimentos sociais de várias partes do mundo estão, desde o último sábado (6), em Seul, na Coreia do Sul, promovendo protestos contra a Cúpula do G20. Convocada pelo Comitê Coreano de Ação ‘Resposta dos Povos ao G20’, a Semana de Ações Coletivas dos Povos em Seul se estenderá até sexta-feira (12), com um ato final.
As ações são em rechaço à reunião dos chefes de Estados e de Governos dos 20 países mais industrializados do mundo (G20), que acontecerá nos próximos dias 11 e 12, em Seul. Nessa edição, o foco das discussões da Cúpula deverá ser as diferenças que os blocos têm em relação à inadequação da correlação das moedas e a importância de proteger a recuperação econômica.
As organizações manifestantes, entretanto, acreditam que as decisões devam ser tomadas por todos os países que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU) - inclusive pequenos e médios - e não apenas por um grupo restrito de 20 nações.
"Os líderes dos países mais poderosos, que se reuniam no G8, resolveram dar uma nova configuração ao G20 ao convidar os Chefes e Chefas de Estado deste grupo restrito formado pelas economias grandes e ‘emergentes’ para unirem-se a eles e aos ministros de finanças durante as Cúpulas do G20. Autoproclamando-se como o ‘novo fórum para a governabilidade econômica mundial’, o G20 renovado busca se afirmar como centro do poder global, dando as costas aos demais 172 países que integram a ONU que, não por coincidência, são principalmente os mais pobres do mundo", destacam.
Além disso, as organizações sociais recordam que o Grupo dos 20 países mais industrializados surgiu para conter a crise e que, agora, tenta também se tornar um espaço de poder político, o qual, na visão das organizações, servirá para definir tanto questões relacionadas à economia mundial, quanto à governabilidade e a temas climáticos.
Atividades
Desde sábado passado (6), milhares de manifestantes realizam, em Seul, atividades relacionadas à Semana de Ações Coletivas dos Povos. As mobilizações seguirão até a próxima sexta-feira (12), quando terminará a Cúpula do G20. Na ocasião, as organizações ainda realizarão uma coletiva de imprensa para lançar a Declaração de Seul, documento que denunciará o G20.
A programação da Semana começou no sábado com um ato de abertura. No dia seguinte, os manifestantes promoveram uma Mobilização Nacional dos (as) Trabalhadores (as). De domingo até amanhã (10), os participantes se concentrarão na Conferência Internacional dos Povos e, na quinta-feira (11), realizarão um ato político e uma "mobilização de massas".
Entre as demandas dos manifestantes, destacam-se: mudança de modelo econômico e fim do neoliberalismo; profundas mudanças no sistema de produção, distribuição e consumo; promoção da soberania alimentar; e suspensão de negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) e de acordos bilaterais de comércio e de investimento.
* Jornalista da Adital
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