Jeane Freitas *
Adital -
Incomodados com o número de assassinatos de comunicadores e a forma bárbara como estes vêm sendo praticados, a Comissão Nacional de Comunicações Sociais em Honduras, membro da Comissão episcopal do país, divulgou comunicado manifestando que "igreja e a sociedade hondurenha acompanham com indignação a violência que tem atingido níveis de irracionalidade suprema".
Desde o golpe militar em 2009, que depôs o então presidente José Manuel Zelaya Rosales, 13 jornalistas foram assassinados, dois somente este ano. O mais recente foi o jornalista Jeremias Nery Orellana, diretor da rádio comunitária Joconguera e membro da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP). A Comissão Internacional de Direitos Humanos (CIDH) pediu ao governo para investigar o caso.
Diante do atual quadro, o documento da Comissão Nacional de Comunicações Sociais reconhece a delicadeza da profissão dos comunicadores que trabalham com informações que tocam interesses e, por isso, sofrem pressões para não descobrir a verdade, além de tentativas de suborno e chantagens. Em meio aos desafios, os comunicadores se vêem diante da "vulnerabilidade, falta de segurança e do risco de perder a vida", denunciam.
Para os membros da Comissão, "os donos da mídia e as autoridades competentes têm a obrigação moral de proteger os jornalistas, especialmente aqueles que têm sido ameaçados e aqueles que trabalham em áreas sensíveis na Mídia", demandam.
"Nos dói todas as mortes, não importa a condição social, sua história penal ou se a causa foi passional, política, conflitos de terra, ajustes de contas, ‘limpeza social’, brigas entre gangues, para defender a ordem ou por delinquir. Toda vida é sagrada", afirma documento.
A reputação e o bom nome das pessoas estão em jogo, e por isto, os jornalistas devem continuar seu compromisso com a verdade dos fatos, sempre com prudência e provas, pede a Comissão Nacional.
Os membros da entidade apelam por fim que as autoridades investiguem todos os casos para encontrar os culpados e puni-los, impedindo assim que a impunidade incentive ainda mais os crimes que estão ocorrendo.
"Se prevalecer o medo nos comunicadores, a verdade deixará de ser conhecida e ao ser sepultada imperará e a escuridão e a consequente desorientação da opinião pública. Lamentamos pois a morte por assassinato dos jornalistas em Honduras e pedimos ao Senhor que cesse a violência em nossa terra".
* Jornalista da Adital
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário