Camila Maciel
Jornalista da Adital
Adital
Concluem-se nesta quarta-feira (14), os debates do Colóquio Políticas de Segurança e Direitos Humanos, que está sendo realizado na cidade de São Paulo (SP), Brasil. Com o tema "Enfocando a primeira infância, infância e adolescência”, o encontro discute a situação de crianças e adolescentes em contextos de violência e conflito, assim como políticas de segurança e respeito aos direitos humanos. Brasil, Colômbia e México são os países foco do evento.
Grande número de assassinatos contra adolescentes, no Brasil, recrutamento e deslocamento forçado, na Colômbia, e controle territorial de bandos criminosos, no México. Em cada região são percebidas diferentes formas de subtrair direitos, que concorrem para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes.
A programação foiestruturada em dois eixos: desigualdades sociais, contextos e condições de vida; e respostas estatais e da sociedade civil. Participaram como expositores, o Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (CIESPI), o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e o Observatório de Favelas, do Brasil. De outros países, o Observatório sobre Infância da Universidade Nacional da Colômbia e Comissão de Direitos Humanos do Distrito Federal do México.
Foram enfocadas algumas situações específicas, como "a falta de atenção dada à primeira infância nas discussões sobre a violência e a segurança pública, bem como a visibilização social dos adolescentes principalmente como agentes de violência, sendo por isso foco de repressão e de demandas sociais por maior punição”, assinala o texto de apresentação do evento.
De acordo com Valeria Llovet, coordenadora regional de Equidade para a Infância da América Latina, as discussões no Colóquio pretendiam alcançar três objetivos. A primeira delas é entender os problemas da violência a partir de distintos grupos que se relacionam com a infância. A segunda é a separação, dentre as ações do Estado, do que se relaciona à proteção e à criminalidade.
Em terceiro, o Colóquio propôs um olhar que não separe a discussão de criminalidade dos problemas que geram a desigualdade. Valeria ressalta a importância de entender esse processo, que acontecem também em uma perspectiva regional. E, assim, a partir dessa percepção, compartilhar uma agenda regional de enfrentamento às violações aos direitos humanos da infância e da adolescência.
Como um papel a ser desempenhado pela sociedade, Valeria Llovet ressaltou a contribuição que pode ser dada pelos meios de comunicação, tendo em vista que são setores capazes de modificar a agenda social. "Normalmente, as notícias estão focadas em um fato violento, mas não há preocupação em noticiar as resoluções do caso”, avalia. Além disso, ela enfatiza, ainda, que a mídia é também responsável por disseminar a sensação de insegurança e impunidade.
Para mais informações: www.equidadeparaainfancia.org
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