Camila Maciel
Jornalista da Adital
Adital
Criado em março 2007, o projeto Titanzinho Digital vem oferecendo oportunidades na área da tecnologia da informação para jovens do bairro Serviluz, na cidade de Fortaleza, estado do Ceará (Brasil). Com apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), todos os anos pelo menos 15 jovens tornam-se agentes digitais e ajudam a difundir o conhecimento das novas tecnologias.
Um dos jovens egressos do projeto Agente Digital, que hoje está à frente do Titanzinho Digital, é Luís Filho, que exerce o cargo de coordenador de projetos. Ele conta que a oportunidade lhe rendeu a possibilidade de profissionalização. Depois de concluir a graduação em web designer e a pós-graduação em gestão de tecnologia da informação (TI), Luís conquistou uma vaga em uma empresa de desenvolvimento de sistemas.
"Nasci e me criei no bairro. É uma área muito carente, que convive com a criminalidade. Despertei o gosto pela TI com o projeto Pirambu Digital (parceiro do Titanzinho Digital) e através do projeto fui fazendo contatos e me capacitando na área. Sempre digo para os novos agentes que a saída é o estudo”, conta Luís Filho, que serve de espelho aos demais jovens do bairro.
O Titanzinho Digital nasceu através de uma parceria possibilitada pela Cooperativa Pirambu Digital, localizado em outro bairro periférico da cidade, e pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. Inicialmente, foram formados 30 jovens, que tinha a tarefa de repassar o conhecimento aos jovens das turmas seguintes. E assim acontece até hoje.
Novas turmas são formadas a cada ano. "São disponibilizadas vinte bolsas pela Funcap, mas renovamos pelo menos umas cinco para que os mais antigos sirvam de monitores aos mais novos”, explica Luís. Cada agente digital, com idade entre 16 e 21 anos, recebe uma bolsa no valor de 100 reais. "Há casos em que o jovem inicia sem a bolsa e depois surge o recurso”, afirma.
Atualmente, a ação no bairro Serviluz também contempla outros projetos sociais, além da capacitação em tecnologia da informação. Reaproveitamento do lixo tecnológico na produção de artesanato, visitas de intercâmbio, processo de encaminhamento a estágios de aperfeiçoamento em empresas, escola profissionalizante, dentre outras ações.
Dentre as dificuldades encontradas para o desenvolvimento do projeto, Luís aponta a questão da violência no bairro. Com a existência de gangues, há áreas em que determinados grupos não podem frequentar, limitando a frequência ao Titanzinho Digital para apenas algumas pessoas. Mesmo assim, Luís avalia que a ação tem oferecido importantes oportunidades, até mesmo "salvando vidas”, como ele se refere.
Além da difusão do conhecimento, ele aposta que a tecnologia da informação oferece grandes chances de inserção no mercado de trabalho. "São muitas áreas possíveis: gráfica, desenvolvimento de sistemas, manutenção de site”, dentre outras, e reforça que setor ainda carece de profissionais. Como fruto de sua formação, Luís ministrará, no dia 29, uma oficina sobre blogs em evento da Coordenadoria de TI da Prefeitura de Fortaleza, que será realizado no Instituto Aldy Mentor.
Para mais informações: www.titanzinhodigital.com
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