Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital
Anita é uma menina que sofre exploração sexual. Felizmente, ela é apenas uma personagem criada pela organização Save the Children para a Campanha O Futuro de Anita. Lançada hoje (23), no Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, a campanha tem o objetivo de alertar as pessoas para a exploração sexual infantil, crime que afeta milhares de crianças de todo o mundo.
A Campanha de Save the Children convida as pessoas a mergulhar no mundo de Anita (www.elfuturodeanita) e conhecer as causas e consequências da exploração sexual infantil para, assim, mudar a vida de meninas e meninos que são vítimas do crime. A campanha aponta a corrupção, a tolerância social, o machismo, a violência e a desigualdade social como algumas das causas de exploração.
A organização também destaca os tipos de exploradores, as modalidades de exploração e as consequências do crime para as crianças. De acordo com a Campanha, meninas e meninos explorados, além da violência sexual, sofrem violência física e verbal. As consequências vão desde baixa autoestima, perda da confiança nas pessoas e medo generalizado até doenças sexualmente transmissíveis, gestações indesejadas e problemas psicológicos.
O tráfico de seres humanos também é um problema que preocupa. Segundo informações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), por ano, cerca de 700 mil pessoas são vítimas de tráfico. Dessas, 90% são meninas e adolescentes e 80% são traficadas para fins de exploração sexual. A organização estima que atualmente existam entre 4 e 5 milhões de pessoas em alguma situação de tráfico.
No Peru, dados do Sistema de Registro e Estatística do delito de Tráfico de Pessoas e Afins revelam que neste ano já foram registrados 385 casos de tráfico de seres humanos com fins de exploração sexual. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que, por ano, entre 1.000 e 1.500 crianças guatemaltecas sejam traficadas para Europa e América do Norte.
Dia 23 de setembro
O Dia Internacional contra Exploração Sexual e Tráfico de Mulheres e Crianças, celebrado nesta sexta-feira (23), foi estabelecido na Conferência Mundial da Coligação contra o Tráfico de Pessoas, realizada em janeiro de 1999 em Bangladesh. A ideia é utilizar a data para chamar a atenção de governos e sociedade civil de todo o mundo para as causas e consequências da exploração sexual e o tráfico de seres humanos, e buscar soluções para o problema.
Para isso, organizações de direitos humanos de vários países realizam atividades ligadas ao assunto. No Brasil, por exemplo, 60 estudantes promoveram nesta manhã, no centro do Recife (Pernambuco), uma mobilização com distribuição de panfletos com informações sobre tráfico de pessoas e exploração sexual.
O assunto também foi tema de uma manifestação realizada na tarde de hoje em Mar del Plata, na Argentina. Na ocasião, os manifestantes participaram de uma rádio aberta, leram um documento e marcharam pelas ruas da cidade.
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