sexta-feira, 26 de junho de 2009

Grave situação da infância e das mulheres nos Estados Unidos

Estados Unidos é um dos principais mercados do tráfico humano no mundo, particularmente com fins trabalhistas e sexuais, como o assinalam várias organizações particulares.

A grave situação de crianças, adolescentes e mulheres nos Estados Unidos tem tido uma tendência crescente para o deterioro, apesar de que as administrações estadunidenses tendem a julgar as situações de outros países e não confrontam sua própria realidade, de acordo com a análise de distintas agências, meios alternativos e organizações especializadas.

Segundo um relatório da organização em defesa de um banco de alimentos, Feeding America (Alimentar América), mais de 12 milhões de crianças estão ameaçados pelo risco de uma alimentação não adequada e pela fome no território estadunidense. De maneira significativa, o estudo concluiu que mais de três milhões e meio de crianças menores de cinco anos enfrentam a fome. Esta cifra equivale a 17% (um em cada três) crianças estadunidenses, de cinco anos ou idade inferior.

Por outro lado, um relatório do Centro para Controle e Prevenção de Enfermidades dos EUA assinala que 1,35 milhões de estudantes do ensino fundamental foram ameaçados ou feridos com arma pelo menos uma vez dentro da escola.

No sitio web da Zona Pediátrica Staff, noticia-se que na última década, os crimes por agressão física e sexual aumentaram e nos Estados Unidos noticiam-se mais de 80 mil casos por ano de abuso sexual a crianças, apesar de que o número de incidentes que não são denunciados é ainda maior, já que as crianças têm medo de dizer a alguém o que lhes passou e o processo legal para verificação dos fatos é difícil. O dano físico e emocional a longo prazo pode ser devastador.

Uma análise de uma organização de direitos humanos informa que a situação de centenas de milhares de crianças que trabalham em condições perigosas e extenuantes em muitas áreas rurais do país. O documento indica que as leis que governam o trabalho infantil na agricultura são muito menos estritas do que as relativas a outros setores da economia nacional.

Enquanto o Departamento de Educação dos EUA reconheceu que mais de 200 mil alunos de escolas públicas receberam castigos corporais pelo menos uma vez durante o último ano escolar. O castigo corporal, que consiste em um ou mais golpes com uma pá de madeira nas nádegas do castigado, é legal nas escolas públicas de 21 Estados. Um estudo realizado em 2008 sobre "Uma educação violenta", se centra no castigo corporal nas escolas do Texas e Mississipi, dois dos Estados onde mais predomina essa prática. O texto observa que o castigo corporal pode produzir graves lesões e é empregado de maneira desproporcional contra os alunos negros e de educação especial.

Quanto á situação das mulheres, a discriminação está presente no mercado de trabalho e nos lugares de trabalho.
As mulheres estadunidenses são vítimas de violência intrafamiliar. De acordo com uma informação da Organização Nacional para as mulheres, no país ao redor de 1.400 mulheres são assassinadas por seu cônjuge a golpes a cada ano. O cálculo anual de mulheres golpeadas nesse país é de entre dois e quatro milhões. Elas têm dez possibilidades a mais de ser agredidas que os homens. As mulheres separadas, divorciadas ou solteiras bem como as de baixos recursos e as afroamericanas são vítimas em uma medida desproporcional de ataques e violações.


A taxa de violência intrafamiliar nas famílias que vivem abaixo da linha da pobreza é cinco vezes mais alta do que nas famílias de classe média. Estatísticas mostram que 37% das mulheres nos EUA receberam tratamento médico de emergência devido à violência intrafamiliar, pelo menos uma vez; 30% das mulheres grávidas sofre ataques por parte de seus parceiros; 50% dos homens estadunidenses ataca com frequência suas esposa se filhos; 74% das profissionais sofre violência por parte de seus colegas. Segundo um relatório de AP, a violência familiar está se estendendo aos lugares de trabalho.

O diário La Opinión, de Los Ángeles, diz que somente nos EUA ao redor de 50 mil vítimas são trazidas anualmente para a escravidão sexual, das quais somente em Los Angeles, sem incluir vítimas em fábricas ou serviços domésticos, umas 10 mil mulheres vivem retidas em prostíbulos clandestinos.

Na nação nortenha, 40% das prostitutas é de origem afroamericana e as afroamericanas são 12% da população, advertiu Richard Poulin, professor titular no Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade de Ottawa, reconhecido investigador dos processos de globalização da indústria do sexo, em uma entrevista para o diário argentino Página/12.

Outro estudo publicado pelo American Journal of Epidemiology, diz que a idade média de falecimento das prostitutas nos Estados Unidos é de 34 anos. Outras análises mostram que nove entre dez prostitutas desejam veementemente deixar sua atividade e quase a metade tentou cometer suicídio pelo menos uma vez. (SE)

[Publicado em Granma. Enviado por Unidad Latinoamericana / La Polilla]
Tradução: Adital

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