segunda-feira, 1 de junho de 2009

Scalabrini - Homem de Deus e Homem de ação

Irmã Clecy Maria Baccin, mscs

Feliz festa do Bem-aventurado Scalabrini! Esta saudação manifesta o desejo de celebrar com entusiasmo e alegria a festa do fundador de nossa família religiosa. É um momento de “reavivar o dom de Deus que está em nós” (cf.2 Tm 1,6), isto é o chamado à vida consagrada e missionária que desejamos entender sempre mais como dom, compromisso e profecia.

A espiritualidade própria do nosso Instituto, vivida por nós seus membros, é, sem dúvida, uma fonte geradora do ardor missionário que nos impele ao serviço com os migrantes, como viveram, o bem-aventurado fundador, os co-fundadores e as primeiras irmãs. O carisma Scalabriniano, dom de Deus à Igreja, vive hoje em nós e nos desafia a atualizá-lo e cada vez mais torná-lo eficaz na Igreja e no mundo, porque o carisma é graça que Deus nos concede neste tempo de salvação.

Neste sexênio em que, como Congregação, retomamos a reflexão sobre a identidade consagrada da irmã missionária de são Carlos Borromeo, scalabriniana, somos desafiadas a tomar sempre mais consciência de que a identidade scalabriniana tem sua raiz principal em Deus e na identidade própria do carisma acolhido e vivido com radicalidade pelo fundador. Ele expressava sua espiritualidade na consciência de ser filho no Filho, “centrado na pessoa Humano-Divina de Jesus Cristo, centro da criação e da história da salvação...” (cf. Scalabrini, Carta Pastoral, Quaresma, 1884).

O segredo de toda a sua vitalidade na ação apostólica tinha sua fonte na profundidade de sua vida interior. Scalabrini foi pastor, Apóstolo do catecismo, Pai dos Migrantes e, poderíamos acrescentar outros vários títulos. Era sensível à arte, à música, às ciências, às belezas naturais e ao progresso. Foi um homem de visão ampla. Organizou a assistência aos operários, aos jovens, aos leigos, fundou duas congregações e ajudou outras congregações e colocou os princípios basilares para a Pastoral dos Migrantes. Viu e sensibilizou a sociedade e a Igreja sobre o fenômeno migratório do seu tempo com as suas causa e conseqüências e agiu em favor dos migrantes sob diversas formas.

Todas(os) conhecemos o fenômeno migratório que hoje é planetário. Não há no mundo uma nação que não tenha sido atingida pela chegada ou saída de migrantes. Ser herdeiras(os) do carisma scalabriniano exige, por sua natureza, abertura à universalidade, aos valores religiosos, culturais e étnicos de todos os povos. Reconhecermos que a outra, o outro são uma diversidade que nos enriquece e não uma diferença que nos ameaça.

Scalabrini se deixou tocar pela realidade que viu na estação de Milão e respondeu aos clamores da migração. Hoje são muitas as ‘estações de Milão’, e inúmeras as ‘cartas’ tangidas pelos clamores da migração. Basta ler jornais, revistas, navegar na Internet, acessar outros meios de comunicação, ou encontrar migrantes, de carne e osso, para sentir o apelo à responder como scalabriniana(o). Hoje compete a nós, na Igreja e no mundo, ver, ouvir e dar uma resposta adequada ao fenômeno migratório.

As Diretrizes do Apostolado que a Congregação mscs elaborou são uma orientação e um desafio para o serviço missionário, uma rica orientação para nossa missão na atualidade.

Que são Paulo, migrante e “Apostolo das gentes, com seu exemplo nos ajude e sirva de estímulo para sermos solidárias(os) para uma convivência pacífica entre todos os povos, culturas e religiões” (Mensagem Papa para o dia do Migrante – 2009).

Temos muitas razões e incentivos para que o dia do Fundador seja de ação de graças, de reflexão e motivo para renovar nosso ardor missionário e nossa identidade Scalabriniana.

Feliz Festa do Bem-aventurado Scalabrini.

(Texto publicado pelo CSEM por ocasião da Festa de Scalabrini)

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