“A fé e a esperança de vocês estão em Deus” (1Pd 1,21)
Na origem deste dia está a Convenção Internacional sobre a Proteção dos direitos de Todos os Trabalhadores e Trabalhadoras Migrantes e Membros de suas Famílias, aprovada pela ONU em 1990. Desde então, na luta pela defesa dos direitos humanos dos migrantes, faz parte da agenda de todos os grupos e organizações que trabalham junto aos migrantes, a preocupação pela ratificação da Convenção. Diferentemente de outras Convenções, esta não tem contado com boa e ampla recepção e adesão por parte dos países. De fato esse processo reflete a situação social, econômica e política que existe em cada país, de modo que o processo de ratificação é um sinal efetivo do empoderamento dos grupos e movimentos sociais que atuam junto aos migrantes na defesa de seus direitos humanos e de cidadania.
Inúmeras situações em que os migrantes são vítimas de agressões, negação de direitos e mesmo morte, foram veiculadas pela mídia ao longo de 2010. Citamos aqui duas delas: 1) Em agosto, no México, 72 migrantes foram mortos por traficantes do cartel Los Zetas, após negarem-se a trabalhar para o crime organizado; 2) Há poucos dias, um naufrágio matou pelo menos 28 iraquianos que buscavam asilo na Austrália, viajando num pequeno barco de madeira indonésio. A vida destes homens e mulheres na mão dos que traficam pessoas e/ou intermediam o ingresso irregular vale muito pouco. Fatos como estes são trevas a serem dissipadas! O Natal do Senhor é luz que vem para iluminar o caminho.
A realidade, felizmente, não é feita só de trevas. Nela também germinam sementes de boa vontade, florescem iniciativas de solidariedade e acolhida, frutificam políticas que sinalizam para uma sociedade mais humana e cidadã. Neste sentido é que desafiados pela celebração do dia internacional do migrante, somos chamados a ver e anunciar que também existe luz e sentido para nossa esperança.
Celebramos neste Dia Internacional do Migrante, o envio da Mensagem de nº 896, encaminhada pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, propondo a Ratificação da Convenção sobre a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e Membros de suas Famílias. Sem dúvida, esse acontecimento é uma primeira vitória no processo de ratificação, tanto da sociedade civil, como de segmentos do próprio Estado e dos partidos políticos que têm representação popular, que em função de seu campo de atuação são sensíveis à causa dos migrantes. Há razões para acreditarmos e termos esperança de que dias melhores para os migrantes e suas famílias no Brasil poderão resultar ao final deste processo.
Luzes e trevas, como o joio e o trigo de que o Evangelho nos fala, estão misturados em nossa realidade. Os homens e mulheres migrantes têm urgência em suas necessidades, em suas dores, clamam por justiça e respeito à sua condição humana e cidadã. Fazem parte do povo de Deus, para o qual um ‘menino nasceu’, simples e pobre, mas nele estavam e estão todas as esperanças e sonhos de um mundo melhor em que a felicidade seria um direito para todos.
Sejamos companheiros e companheiras destes caminhantes e, para aqueles amigos e amigas que partilham de nossa espiritualidade, que o discipulado e a missão encontrem nas boas práticas um efetivo sinal de que a boa nova está sendo anunciada.
O Instituo Migrações e Direitos Humanos (IMDH) deseja a todos e todas um FELIZ NATAL e abençoado 2011!
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