Aviva Chomsky já escreveu um livro dismitificando a idéia popular de que os imigrantes tomam emprego dos americanos.
Uma professora comparou o tratamento dado aos imigrantes indocumentados ao mesmo que era dispensado aos escravos americanos. Aviva Chomsky aproveitou para criticar a velha máxima de que os imigrantes tiram os empregos dos americanos. Segundo o The MetroWest Daily News, as palavras foram ouvidas por estudantes da Framingham High School em Framingham, Massachusetts, na terça-feira (6).
Professora da Faculdade Estadual de Salem, Aviva já escreveu seis livros. Em “They Take Our Jobs” (Eles Tiram Nossos Empregos, em tradução livre), ela fala abertamente dos mitos que rondam a imigração nos Estados Unidos. “As pessoas que são imigrantes indocumentados não são diferentes de ninguém. O governo aprovou uma lei (que diz) que eles são diferentes”, alfinetou a professora, que é filha mais velha do ativista político e professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Noam Chomsky. Centenas de estudantes escutaram Aviva dizendo que, quanto mais as pessoas vem para cá, mais empregos são criados para ir ao encontro da demanda por serviços. Segundo um relatório emitido em junho último pelo Immigrant Learning Center de Malden, de 1980 a 2004 a força de trabalho imigrante em Massachusetts pulou de 8,8% para 17%. Ainda segundo o documento, em 2007 cerca de 14% da população estadual (aproximadamente 912 mil pessoas), era composta por imigrantes.
Aviva traçou um paralelo entre a forma como os imigrantes são tratados agora e os escravos afro-americanos, há 150 anos. Segundo ela, o governo decidiu, tanto naquela época quanto agora, que estas pessoas não teriam direito algum. A professora disse ainda que, enquanto alguns imigrantes indocumentados usam números de Seguro Social falsos para obter um bom emprego, outros são explorados com baixos salários. “Mentem para poder pagar impostos e ter acesso a um trabalho”.
Apoio total aos imigrantes
A professora foi convidada pela presidente do departamento de línguas mundiais da Framingham High School, Maria T. Carollo Figueroa, depois de ouvi-la falar no Grupo Mulher Brasileira. Filha de imigrantes italianos que chegaram nos EUA em 1956, Figueroa sabe o que é discriminação.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os ítalo-americanos foram acusados de fascistas. O discurso de Aviva cativou os estudantes. Patrick Greeley, que está no último ano da high school, disse que o assunto imigração não é muito falado entre os estudantes. “No meu círculo de amigos, (nós) somos muito abertos à imigração”, disse ele. Mia Cross, que também está no último ano, comentou que muitos sabem que há estudantes de outros países na escola.
No primeiro ano da high school, Zach Bloomstein elogiou a fala de Aviva. “Ela acha que todos vem para cá com um propósito, ajudar a construir o país”, disse.
Comunidade News - O jornal da Comunidade Brasileira
Nenhum comentário:
Postar um comentário