terça-feira, 11 de maio de 2010

Integrantes da CPT são ameaçados de morte

No Mato Grosso, a integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Leonora Bruneto, está sendo ameaçada de morte por pessoas ligadas ao grileiro Sebastião Neves de Almeida, que reivindica a posse de uma fazenda ocupada por 180 famílias sem-terra. Já no Tocantins, o também integrante da CPT, Silvano Lima Rezende, sofreu ameaças após denunciar a perseguição dos acampados do projeto Santo Antonio Bom Sussego, no município de Palmeirante.

Ameaças de morte são comuns contra àqueles que reivindicam a reforma agrária no campo brasileiro. Um relatório divulgado pela CPT mostra que em 25 anos, foram 1.546 trabalhadores assassinados. Somente 85 crimes foram a julgamento, com a condenação de 20 mandantes e 71 executores, conforme explica o integrante da coordenação nacional da CPT, Edmundo Rodrigues.

“Isso faz com que os conflitos e ameaças não diminuam porque quem pratica os crimes não recebe punição por parte da Justiça. E quando denunciamos as ameaças de morte, para motivar uma investigação rigorosa acerca dos fatos e isso não acontece, as pessoas também se sentem à vontade para continuar praticando o crime. De certa forma, o Judiciário contribui para que este número de assassinatos no campo permaneça alto.”

Rodrigues também enfatiza que a Justiça pune com prisão àqueles que lutam por terra no Brasil. Anualmente, 422 pessoas são presas e quase 14 mil famílias despejadas das ocupações pelo poder judiciário. Somente neste ano, a CPT teve integrantes presos e autuados nos estados da Bahia e Maranhão por “incitação de invasão de terras”.

De São Paulo, da Radioagência NP, Aline Scarso.

07/05/10

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