Fonte: BBC Brasil
Cerca de 500 famílias de brasiguaios saíram nos últimos meses do Paraguai, rumo ao acampamento Antônio Irmão, no Mato Grosso do Sul, de acordo com os coordenadores do MST no local. Segundo a prefeitura, no entanto, há cerca de 600 brasiguaios no local. Todos esperam recomeçar a vida após conseguirem terras no Brasil.
Entre estes novos moradores, as queixas a respeito da violência e da ameaças por parte de sem-terra e até mesmo de autoridades policiais paraguaias são comuns.
A tensão entre os sem-terra paraguaios e proprietários de terra brasileiros não são recentes. Já em 2008, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota em que dizia que “a existência de ameaças e manifestações de animosidade contra comunidades brasileiras têm sido objeto de manifestações de apreensão por parte das autoridades brasileiras”. O assunto teria sido inclusive tema de uma conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega paraguaio, Fernando Lugo, na ocasião.
Há cerca de seis meses, no entanto, o MST passou a enviar representantes ao Paraguai para se reunirem com membros destas comunidades e convidá-los a integrar o movimento no Brasil.
O catarinense André Webler, acusa a polícia de violência e diz que a hostilidade dos paraguaios para com os brasileiros é motivada por ‘racismo’. “Eles são racistas. Tratavam mal a gente”, diz. Webler, que morou 42 anos no Paraguai, diz estar mais satisfeito com situação atual, no acampamento. “Hoje eu me sinto mais feliz debaixo desta lona do que lá no Paraguai. Lá não há segurança, não há garantia”, diz.
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