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Desde a semana passada, argentinos e argentinas comemoram o Bicentenário de Independência de seu país com atividades artísticas e culturais e mobilizações. Nos últimos anos, o 25 de maio tem sido lembrado para além das festas. A data tem sido utilizada para relembrar que o país ainda precisa avançar nas esferas política, social e econômica e sanar dívidas históricas que tem com a população.
Nesta data, Buenos Aires, capital argentina, celebra 200 anos da criação de sua junta soberana. Antes da emancipação política a região era a capital do vice-reinado de La Plata, que unia as localidades que atualmente são Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e parte do Chile.
Desde ontem (24), organizações indígenas, de povos originários, de estudantes, de mulheres, militantes de movimentos sociais, estudiosos, ambientalistas, membros de meios de comunicação alternativos, artistas, organizações campesinas e diversos outros organismos sociais estão acampados no Congresso Nacional na luta por "Outro bicentenário, o bicentenário dos povos".
A intenção das organizações foi se mobilizar de forma independente e pacífica e incentivar uma postura de protagonismo coletivo frente às "transformações pendentes desde 1492", quando da invasão do capitalismo no continente. A ação se encerrou na noite desta terça-feira com uma marcha até a Praça de Maio.
Em 21 de maio, quando teve início as atividades relacionadas ao bicentenário, o movimento ‘Barrios de Pie’ realizou uma massiva mobilização em frente ao Ministério de Desenvolvimento Social e nas principais cidades argentinas. a fim de solicitar ao Governo a imediata implementação do ‘Programa Argentina Trabalha’ em todo o país. O movimento também deseja festejar o Bicentenário, mas acredita que as jornadas de mobilização são mais relevantes para uma transformação social do país.
Como parte da programação oficial do Bicentenário da Independência, na noite desta terça-feira, a presidente argentina Cristina Fernández caminhou da Casa Rosada, sede do Governo, até o Cabildo, onde colocou um quadro de Ernesto Che Guevara junto aos outros retratos de Simón Bolívar e José de San Martín.
Estiveram presentes para as comemorações os presidentes da Bolívia, Evo Morales; do Uruguai, José Mujica e do Chile, Sebastián Piñera, além dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez; do Equador, Rafael Correa; de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente de Cuba, Esteban Lazo.
História
Em 25 de maio de 1810, a Argentina iniciou a Revolução de Maio, um processo de emancipação política que só culminou em 9 de julho de 1816, quando foi declarada formalmente a libertação do domínio dos colonizadores espanhóis. A data relembra a formação da Primeira Junta de Governo, entidade que inicialmente liderou a luta pelo fim da dominação espanhola sobre o então Vice-Reinado de Prata.
Neste ano, outras nações também comemoram o início de seus processos de independência. Em 25 de maio de 1809, Chuquisaca (atualmente Sucre, capital constitucional da Bolívia) criou a primeira junta soberana e declarou-se independente das juntas espanholas. Semanas depois desta revolução, La Paz e Quito também optaram por lutar pela autonomia e conseguiram, respectivamente, em 16 de julho e 19 de Abril de 1809. No ano seguinte, a independência de Bueno Aires foi acompanhada pela emancipação de Bogotá (20 de julho), México (16 de setembro) e Chile (18 de setembro).
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