sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Aumenta sensação de insegurança entre população salvadorenha

Karol Assunção *
Adital - Salvadorenhos e salvadorenhas vivem cada vez mais inseguros. De acordo com enquete realizada pelo Instituto Universitário de Opinião Pública (Iudop), da Universidade Centro-americana José Siméon Cañas (UCA), aproximadamente 55,4% da população de El Salvador teme ser vítima da delinquência.

A pesquisa "A vitimização e a percepção de insegurança em El Salvador em 2009", realizada entre 21 de julho e 6 de agosto, ouviu 2.414 pessoas adultas com o objetivo de conhecer a percepção de insegurança e saber os níveis de vítimas da violência no país. A margem de erro é de 1,9% para mais ou para menos.

Segundo a pesquisa, pelo menos 16,4% dos salvadorenhos e das salvadorenhas foram assaltados ou vítimas de delinquência nos últimos 12 meses. A cifra revela que, gradativamente, mais pessoas sofrem com a criminalidade no país. Em 2004, por exemplo, 12,8% da população havia sido vítima de algum crime. Dois anos depois, o número subiu para 14,8% e, neste ano, a porcentagem já atingiu 16,4%.

A violência afeta, principalmente, jovens e pessoas com maior nível de escolaridade ou de melhor condição socioeconômica, que moram na Área Metropolitana de San Salvador ou em zonas urbanas do país. O estudo aponta ainda que a maioria dos casos de violência está relacionada a assaltos ou tentativas de roubos que, geralmente, acontecem nas ruas (49,9%), nos ônibus (26,3%) ou na própria casa da vítima (13,4%).

Por conta disso, predomina na população um sentimento de insegurança, presente tanto em locais públicos quanto privados. "Em outras palavras, os lugares onde as pessoas experimentam maior desproteção frente à delinquência são os espaços públicos; no entanto, uma de cada três pessoas disse sentir-se insegura em sua própria casa", afirma.

O estudo revelou que o medo de ser vítima da violência está tão presente entre a sociedade que é capaz até mesmo de mudar certos costumes e comportamento da população. Segundo a pesquisa, 63,1% dos entrevistados disseram ter evitado certos locais de recreação; 53,2% reduziram os lugares de compras; 19,6% pensaram em mudar de bairro; e 10,9% já trocaram o número de telefone por causa de ameaças.

A pesquisa ainda perguntou aos entrevistados sobre o desempenho das instituições de combate ao crime no país. Ao que tudo indica, apesar de todas as críticas, a Polícia Nacional Civil (PNC) ainda é avaliada de forma positiva por 66,9% da população, ficando atrás somente das Igrejas, que receberam 83,1% de aprovação, e da Força Armada, com 73,9%.

Entretanto, quando o assunto é a efetividade das ações de combate à delinquência, as opiniões em relação à PNC mostram-se divididas. Enquanto 44,7% dos entrevistados acreditam que a Polícia tem sido menos efetiva, 38,9% pensam que a eficácia aumentou, e 15,2% consideram que as ações se mantêm iguais.

O estudo indica ainda que a violência não deve ser somente um assunto das instituições públicas. De acordo com a pesquisa, os entrevistados acreditam que toda a sociedade deve ser responsável por ações de combate e prevenção ao crime.

"Em outra ordem, a enquete revela que quase toda a cidadania (96,7 por cento) está de acordo com a ideia que para o combate da violência é necessário que todos os cidadãos tomem consciência de sua responsabilidade na solução do problema e da importância de criar programas de prevenção (96,1 por cento). Contudo, também há um importante acordo na necessidade de endurecer as leis (89,3 por cento) e que tenham mais policiais (80,5 por cento).", apresenta o relatório.

* Jornalista da Adital

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