segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MIGRANTES DISCUTEM DESAFIOS DA PASTORAL URBANA

O Encontro aconteceu no dia 4 de outubro, no Centro Pastoral Belém, em São Paulo, com a presença de 13 lideranças da Pastoral dos Migrantes. O texto "Teologia e Pastoral Urbana", do Pe. Alfredo José Gonçalves, subsidiou o estudo. A dinâmica de apresentação foi feita através da construção de uma rede, onde cada pessoa falou sobre "que rede é essa que estamos construindo". Precisamos pensar o urbano como espaço entre alteridades que se aglomeram e se "esbarram". É preciso ter em mente que o urbano é marcado pelo dinheiro, onde a pessoa vive uma "liberdade vigiada". O trabalhador é controlado, o desempregado é controlado. O anonimato e o consumo passam a idéia de que somos livres. Na questão pastoral, aumentam os desafios. Vários relatos testemunharam que ao chegar à cidade os migrantes estranharam muito a religião. A Igreja de lá, onde todos se conheciam, era diferente da de cá. A falta de acolhida reflete o mundo urbano, do indivíduo. Nestes anos, a Igreja católica recuou no trabalho de Cebs. O espaço do pobre está sendo o pentecostalismo. Enquanto tenta-se trazer as pessoas para as paróquias, os evangélicos se reúnem nas casas, fazem visitas. Os evangélicos são também discriminados e estão próximos aos excluídos, aos "mal vistos" da sociedade. Por outro lado, a circulação do povo nas diferentes igrejas sugere uma busca desesperada de sentido e soluções para os problemas vividos. No espaço católico, ocorrem propostas de uma religião puramente individual, "eu e Deus", sem compromisso social e isto acentuou o conservadorismo e o clericalismo. Foi apresentado um exemplo de uma comunidade que cresceu em número e vitalidade quando se faziam reuniões nas casas em horários adaptados à realidade dos trabalhadores da periferia. Quando o padre quis alterar esta dinâmica, trazendo as pessoas para a paróquia em horário fixo, a participação diminuiu. Porém, Igreja cheia não deve ser nosso objetivo. O objetivo principal é a libertação das pessoas através do Evangelho, com a partilha de vida e a solidariedade. Percebe-se que o catolicismo precisa passar por mudanças radicais: desburocratizar as estruturas, acolher os migrantes, incluir os excluídos e resgatar o profetismo.

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