quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Entidades religiosas lutam para combater o tráfico de pessoas

Adital - Um relatório publicado em 2006 pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) afirmava: "…na prática, nenhum país do mundo está livre do crime do tráfico de pessoas para exploração sexual e/ou laboral". É um drama transversal a todas as nações, seja como ‘países de origem, trânsito ou destino’ de pessoas vítimas de tráfico.

Crime que vitima milhares de pessoas ao redor do mundo, o tráfico de seres humanos atinge as mais diferentes nações, culturas e religiões. Nesse tocante, diversas entidades e igrejas se unem com o mesmo objetivo de combater tal atividade criminosa.

O tráfico de pessoas se desenrola de maneira obscura e silenciosa, dificultando o combate e o resgate das pessoas traficadas e exploradas. As vítimas, uma parcela esquecida da sociedade, geram negócios altamente lucrativos para os traficantes. Organismos internacionais, movimentos sociais, ONGs e Igrejas qualificam este crime como ‘prática vergonhosa, deplorável e abominável’.

Segundo uma mensagem enviada pelo Papa Bento XVI, o combate ao tráfico de pessoas é uma prioridade da Igreja Católica. Ele declarou que "é importante conduzir a uma consciência renovada do valor inestimável da vida e a um empenho cada vez mais corajoso na defesa dos direitos humanos e à superação de todo o tipo de abuso".

Lei Islâmica e o Tráfico
O estudo "Combate ao Tráfico de Pessoas em Conformidade com os Princípios da Lei Islâmica", lançado recentemente pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), é direcionado aos países islâmicos com o objetivo de combater o crime hediondo do tráfico de seres humanos de acordo com os princípios do Islã.

O estudo do UNODC analisa a abordagem islâmica em relação ao tráfico de pessoas, especialmente, no sentido de eliminar a escravidão e proibir a exploração de pessoas em todas as suas formas. A publicação revela ainda a possibilidade de se fazer aliança entre países não-islâmicos e nações muçulmanas a fim de fortalecer o enfrentamento à rede criminosa.

O documento, redigido por Mohamed Mattar, pesquisador e diretor-executivo do Projeto de Proteção do Departamento de Estudos Internacionais Avançados na Universidade John Hopkins, em parceria com o UNODC, utiliza princípios por trás da proibição da exploração e da escravidão humana e da proteção das vítimas contidos nas leis internacionais e islâmicas.

O conteúdo é dirigido tanto a muçulmanos que queiram saber mais sobre o tráfico, quanto a pessoas que desejam saber mais sobre islamismo.

Instituto Cristão na Inglaterra
Na Inglaterra, o Instituto Cristão já advertiu governo e população sobre a necessidade de se fazer alterações significativas à legislação no que se refere à prostituição e tráfico sexual tanto na Inglaterra, como no País de Gales.

De acordo com a instituição, a compra de serviços sexuais seria como cometer um crime. O Instituto declarou que o cliente poderia ser culpado, independente de saber se a prostituta exerce a atividade por vontade própria ou por submissão. Estimativas apontam que, aproximadamente, 18 mil mulheres, incluindo adolescentes, foram traficadas para bordéis do
Reino Unido no ano passado.

Religiosas em Rede contra o Tráfico de Pessoas
A União Internacional de Superioras Gerais (UISG) organismo que integra as Congregações Religiosas Femininas, com sede em Roma, criou a rede "Religiosas em Rede contra do Tráfico de Pessoas", com o objetivo de acolher e proteger pessoas vítimas do tráfico de seres humanos em diversos países.

Segundo declaração, a rede se compromete a trabalhar em conjunto com outros organismos sociais, religiosos e políticos, a fim de articular iniciativas para prevenir o crime, além de dar assistência e proteção às vítimas. A rede desenvolve programas educativos que sensibilizam pessoas sobre este crime e que denunciam casos de tráfico.

Com informações do UNODC e das agências Eclesia e Zenit.

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