sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dia Mundial da Alimentação: 53 milhões de pessoas padecem de fome na região

Adital - O Dia Mundial da Alimentação é marcado, amanhã (16), por sua antítese: a fome. Na América Latina e no Caribe, já são cerca de 53 milhões de pessoas que padecem de fome, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, por sua sigla em inglês). Para ela, os governos de todo o mundo deveriam destinar 30 bilhões de dólares para a agricultura, valor irrisório frente aos gastos que a região mantém com a compra de armamentos.

A rede "Para a Erradicação da Desnutrição Infantil na América Latina e Caribe" lembra que a data é bem-vinda para que se possa fazer uma reflexão sobre os números cada vez mais alarmantes. "Refletiremos sobre todas estas cifras devastadoras para um continente cuja capacidade de produzir alimentos supera as necessidades energéticas mínimas de todos seus habitantes, mas que cuja distribuição da riqueza é a mais desigual do mundo", afirma a rede em comunicado.

Sob o lema "Conseguir a Segurança Alimentar em época de crise", o Dia Mundial da Alimentação lembra que a fome acentua a pobreza dos povos e limita o desenvolvimento dos países. Assim, os mais afetados pela crise global são, justamente, os grupos de maior vulnerabilidade do planeta: povos indígenas e afrodescendentes, crianças, mulheres grávidas e pessoas soropositivas.

No caso específico da América Latina e do Caribe, segundo dados oficiais da FAO, hoje já são cerca de 53 milhões de pessoas padecendo de fome. Nesse universo, a anemia atinge uma média de 22 milhões de crianças em idade pré-escolar e 33 milhões de mulheres em idade reprodutiva. Já a desnutrição crônica maltrata cerca de nove milhões de meninos e meninas.

Alguns fatores contribuem para esta realidade latino-americana e caribenha: o acesso à alimentação e o aumento nos preços dos alimentos que compõem a cesta básica. Em alguns países, os preços dos produtos aumentaram em 50% entre 2003 e 2008.

No mundo
Ao todo, neste ano, o número de famintos em todo o mundo vai aumentar em 105 milhões, totalizando 1,02 bilhões de pessoas. Os números reais podem ser ainda maiores, já que os dados são oficiais, da FAO.

Para dar conta da crescente demanda do planeta, a produção alimentar deveria aumentar 70% nos próximos anos, segundo o relatório do organismo, que acrescenta: isso não seria uma tarefa difícil caso os governos tivessem boa vontade.

Em cifras, a FAO salienta que os gastos com armamentos em todo o mundo chegaram a 1.340 trilhões de dólares; os países ricos injetaram 365 bilhões de dólares em suas agriculturas; E, se houvesse mesmo interesse, apenas 3% do valor dados aos bancos de todo o mundo seria suficiente para resolver a forma mais aguda da fome.

A falta de vontade política em resolver o problema coloca compromete o primeiro ponto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que pede a redução da metade da pobreza extrema e da fome mundial até 2015. A medida foi aprovada em 1996 pela Organização das Nações Unidas (ONU), durante a Cúpula Mundial sobre a Alimentação.

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