quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Relatório apresenta agosto como um dos meses mais violentos do ano

Adital - "O ano de 2009 se tem caracterizado pelo aumento geral da violência". Isto é o que afirma o "Relatório sobre a situação de direitos humanos e feitos de violência no mês de agosto de 2009", divulgado este mês pelo Grupo de Apoio Mútuo (GAM) da Guatemala. De acordo com o relatório, até o mês de agosto, 2.580 pessoas morreram no país, todas vítimas de violência.

No entanto, segundo o Grupo, a situação ainda fica na impunidade: do total de mortes durante este ano, só 2% chegam a ser investigados. "Novos feitos sangrentos somam-se a cada dia ao longo pendente de investigação por parte do Ministério Público - MP -, o qual se apresenta incapaz de dar resposta aos mesmos. A PNC [Polícia Nacional Civil] por sua parte, vai de mal a pior, já que na Guatemala não é estranho ter o conhecimento de que um policial se encontra vinculado de certa forma com crimes, atos de corrupção entre outros.", afirma.

Agosto foi um mês com altos níveis de violência. Das 2.580 vítimas do ano, 345 morreram nesse mês. A cifra só não foi mais alta que o mês de janeiro, com 358 mortes. Ademais dos mortos, muitas pessoas - 131, entre homens, mulheres, meninos e meninas - também ficaram feridas por causas violentas em agosto deste ano. De acordo com o relatório, apesar da nova lei de armas e munições no país, os feitos de violência seguem ocorrendo com armas de fogo (80% dos casos).

O GAM destaca a situação das guatemaltecas, que sofrem distintas formas de violência por "só o feito de ser mulher". Segundo o relatório, nos primeiros oito meses do ano, 350 morreram e 315 foram vítimas de violência intrafamiliar. "2009 se tem caracterizado por apresentar extrema violência nos assassinatos de mulheres, as quais têm aparecido com sinais de tortura e, no pior dos casos, esquartejadas", comenta.

Em relação à profissão, o relatório conclui que a mais perigosa e violenta é de motorista de transporte coletivo. Em agosto, mais uma vez, os motoristas encabeçam a lista de profissões mais violentas, com 13 das 94 mortes deste ano.

"A profissão seguinte que se caracteriza por ser violenta é a dos comerciantes, quem têm um total de 49, os taxistas, 47 e agentes de segurança, com 43. Notamos que as profissões que se presumem mais perigosas têm algo em comum: todas manejam dinheiro e duas delas se encarregam de oferecer o serviço de transporte a muitos guatemaltecos", afirma.

Ademais dos roubos, execuções extrajudiciais e linchamentos, o relatório destaca também o sequestro como forma de violência. De acordo com o informe, durante o mês de agosto, 97 pessoas foram vítimas de sequestros. Para o Grupo, os guatemaltecos e as guatemaltecas têm "o temor de serem a qualquer momento extorquidos, assaltados e, no pior dos casos, serem privados da vida".

O GAM denuncia, também, a impunidade e corrupção no país. "É difícil poder combater o abuso e corrupção das autoridades em um país onde a efetividade de investigação por parte do MP é extremamente pobre, ademais de que o Organismo Judicial dentro de suas estatísticas mostra que de 100% dos expedientes que entram, em 34 meses, 94% encontram-se sem resolver e só 6% se resolvem e não precisamente com resoluções condenatórias", aponta.

O Grupo finaliza o relatório com propostas e recomendações para mudar esta realidade no país. De acordo com GAM, as autoridades devem reavaliar o pessoal de cada instituição do Estado para destituir os trabalhadores envolvidos em atos de corrupção, além de criar e promover ações com o objetivo de reduzir a delinquência em Guatemala.

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