sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Organizações realizam Jornada Internacional em solidariedade a Honduras

Karol Assunção *

Adital - Mais de três meses após o golpe que destituiu Manuel Zelaya do poder, segue, em Honduras, o clima de tensão. Repressão aos movimentos organizados, fechamento de emissoras contrárias ao governo de fato, violações aos direitos humanos são algumas situações vividas pelo povo hondurenho desde o golpe. Por conta disso, organizações e movimentos populares de vários países realizam, amanhã (2), uma Jornada Internacional em Solidariedade ao Povo de Hondurenho e Contra o Golpe.

A ideia é realizar manifestações em todo o continente americano contra o golpe, pela restituição da democracia e pela assembleia constituinte em Honduras. De acordo com Joaquim Pinheiro, membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além do Brasil, já estão confirmadas ações na Argentina, México, Estados Unidos, El Salvador e Nicarágua. A expectativa, segundo ele, é que, até o final da tarde de hoje, mais países confirmem a participação na Jornada.

Para Joaquim, a Jornada é uma maneira de lutar e manifestar de forma contundente o repúdio ao golpe. Na opinião dele, é importante a participação e o apoio das nações do continente americano porque a maioria já passou por situação parecida. "O continente já viveu tempos sombrios, com ditaduras e golpes", comenta.

A intenção também é aproveitar a oportunidade da Jornada para articular delegações e comissões que irão para o Primeiro Encontro Internacional contra o Golpe e pela Assembleia Constituinte, que ocorrerá entre os dias 8 e 10 de outubro, em Tegucigalpa. Segundo Joaquim, a expectativa é que delegações de todo o continente participem desse encontro. Entretanto, ele afirma que isso dependerá mais da organização interna de Honduras do que da articulação externa. "Temos que avaliar a organização interna [do país] de abrigar o Encontro", comenta.

De acordo com a convocatória internacional, amanhã, serão realizadas ações em frente aos escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU), das embaixadas e dos consulados dos Estados Unidos e das representações do Conselho Empresarial da América Latina em cada país.

Além disso, as organizações pretendem enviar cartas às organizações internacionais - como ONU, União Europeia, OEA (Organização dos Estados Americanos), CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e Tribunal Penal Internacional - pedindo que pressionem mais o governo de Micheletti pela restituição da democracia e do presidente legítimo de Honduras ao poder.
A ocasião, segundo a convocatória, também servirá para constituir comitês nacionais, estaduais, municipais e locais nos países em solidariedade com o povo hondurenho e contribuir com as campanhas de informação, de pressão política e de arrecadação de doações para as pessoas em resistência.

Manifestações no Brasil
Apesar de ser uma Jornada Internacional, realizada no mesmo dia em vários países, Joaquim Pinheiro explica que não há uma programação "fechada" para as atividades. "Cada organização e cada entidade se manifesta da forma como quiser", afirma.

No Brasil, já estão confirmada para acontecer ações em São Paulo e Rio de Janeiro. Mas, de acordo com ele, espera-se que mais locais confirmem atividades até o final da tarde de hoje.
Em São Paulo, as organizações se concentrarão em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, a partir das 17h para realizar uma vigília. Já no Rio de Janeiro, as entidades pretendem entregar, no escritório da ONU, um manifesto em solidariedade ao povo hondurenho e pedindo a volta da ordem constitucional.

* Jornalista da Adital

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