terça-feira, 28 de junho de 2011

Centro de Capacitação para Mulher chama atenção para crescimento de tráfico de pessoas

Karol Assunção *

Adital -
Um dos crimes mais lucrativos do mundo, o tráfico de seres humanos também já está entre os delitos mais praticados na Bolívia. Segundo Jessica Velarde, do Centro de Capacitação e Serviço para a Mulher (Cecasem), o tráfico de pessoas no país só não é mais lucrativo do que o narcotráfico e a venda de armas.
Com a crescente lucratividade do delito, aumenta também a quantidade de vítimas e denúncias no país. Em 2008, foram registradas 220 denúncias na Bolívia. No ano seguinte, a cifra subiu para 286. Em 2010, o número caiu para 256. Entretanto, notícias dão conta de que, neste ano, a quantidade de denúncias registradas voltou a crescer.

A representante do Cecasem explicou que 90% das vítimas de tráfico são menores de idade. As principais vítimas são mulheres, as quais são levadas a outras regiões bolivianas ou a outros países para serem exploradas sexualmente.


Um estudo publicado recentemente por Cecasem revelou que as redes de tráfico de pessoas encontram suas vítimas principalmente em terminais rodoviários. De acordo com a pesquisa, intitulada "Os Métodos do Tráfico de Pessoas na Bolívia", as rodoviárias são os locais mais fáceis de encontrar pessoas que estão confusas, que vêm do interior do país em busca de moradia e emprego.

"Nos terminais, os traficantes utilizam o mecanismo operativo de instalar-se nos terminais; assumindo um papel falso de viajantes ou em busca de amizade. Observam a chegada de ônibus e abordam as potenciais vítimas que necessitam com urgência de rendas econômicas, fontes de trabalho ou um lugar onde possam ficar", destacou o documento.

Além disso, as rodoviárias são lugares com grande circulação de pessoas. Segundo o estudo, por dia, partem de La Paz de 180 a 200 ônibus com 30 passageiros cada. Ou seja, todos os dias, de 5.400 a 6.000 pessoas deixam o departamento boliviano.

Situação semelhante foi observada na cidade de Santa Cruz de la Sierra. De acordo com a pesquisa do Centro, em média, 210 ônibus partem todos os dias da cidade, ou seja, cerca de 6.300 pessoas deixam o local.

Geralmente as pessoas ligadas às redes de tráfico aproveitam a situação de vulnerabilidade da vítima para oferecer empregos com bons salários, moradia, viagens e roupas. No estudo, Cecasem ainda chamou atenção para a situação de crianças e adolescentes de oito a 18 anos e de jovens entre 19 e 25 anos, mais suscetíveis a cair nas redes do tráfico para fins de exploração sexual.

Segundo informações do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o tráfico de seres humanos movimenta cerca de 32 bilhões de dólares no mundo inteiro. Além de exploração sexual, as redes criminosas ainda traficam pessoas para remoção de órgãos, servidão e mão de obra escrava.

Com informações de Rádio Fides e El Diario


* Jornalista da Adital

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