Roma, 20 jun (RV) – A propósito do Dia Mundial do Refugiado, a organização Médicos Sem Fronteira expressou sua desaprovação para com a decisão do governo italiano de estender para 18 meses a duração máxima de permanência dos migrantes irregulares nos Centros de Identificação e Expulsão (CIE). Esses centros recebem as pessoas que chegam ao país “sem papéis” e as alojam enquanto fazem o processo de reconhecimento e de avaliação de cada caso, e então decidem se mantém ou não o requerente como um refugiado.
A Médicos em Fronteiras, porém, denuncia as péssimas condições em que essas pessoas são mantidas, e pede o fechamento de, pelo menos, dois desses Centros, ambos localizados na Sicilia. Para a Organização, as conseqüências dessa detenção são muito danosas para a saúde física e psicológica dos migrantes, visto que as condições de vida ali são inaceitáveis.
“As pessoas dormem em barracas e os serviços médicos são largamente insuficientes. Falta eletricidade, as condições higiênicas são péssimas e o acesso à água é escasso”, explicou o chefe da missão da Organização na Itália, Rolando Magnano, referindo-se a esses dois Centros do Estado meridional.
Para a coordenadora das operações, Freya Raddi, mesmo nos locais de acolhimento com melhores condições, a longa permanência ali tem fortes repercussões sobre a saúde mental dos migrantes, “que já passaram por experiências muito difíceis e vivem atualmente na total incerteza sobre o seu futuro, devido a procedimentos de reconhecimento muito longos e lentos”.
“Ao invés de endurecer as medidas de detenções, expulsões e controle nas fronteiras, as autoridades italianas deveriam concentrar seus esforços nas condições de acolhimento dos migrantes”, ponderou ela. Já em relatórios anteriores – de 2004 e 2010 – a Médicos Sem Fronteiras havia denunciado as más condições desses Centros e pedido o seu fechamento. (ED)
Noticiário da Rádio Vaticano 20/06/2011
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