As famílias vêm passando por inúmeras transformações, que apontam desafios importantes para a reconfiguração e qualificação das políticas públicas. Uma expressão desta mudança revela-se através do número crescente de famílias e domicílios chefiados por mulheres. Inúmeros são os estudos e pesquisas sobre a caracterização destas famílias, que se apresentam mais empobrecidas e vulneráveis. Neste contexto, constata-se que esta vulnerabilidade é decorrente, especialmente, da inexistência de renda ou do rendimento exclusivo de benefícios.
No Brasil, segundo dados do Censo 2010, 1.082.239 mulheres são chefes de família sem renda. O Rio Grande do Sul reúne 3,5% destas mulheres. A Região do Vale do Rio dos Sinos tem 5.350 mulheres chefe de família, ou seja, 0,09% das mulheres gaúchas. Destaca-se que 98% dos domicílios chefiados por estas mulheres estão em área urbana.
Outro dado que necessita ser considerado para a análise, avaliação e projeção das políticas públicas, especialmente dirigidas às crianças e adolescentes, é que somam 5.893 brasileiras responsáveis por domicílios, que têm entre 10 e 14 anos. Ou seja, crianças e adolescentes, que, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA são prioridade absoluta e que necessitam ser protegidas, estão protegendo seu grupo familiar. Gaúchas nesta mesma faixa etária são 38.602 e no Vale do Rio dos Sinos são 28 crianças e adolescentes chefiando suas famílias.
Mulheres acima de 70 anos é a faixa etária de maior número no Brasil, 111.674. No Estado são 4.411. Sendo que 16,8% destas mulheres estão no Vale, coincidindo com a faixa etária com o maior percentual de mulheres chefe de família na região. Trata-se de mais uma evidência de desproteção, já que os idosos, assim como as crianças e adolescente, necessitam ser protegidos, conforme garantido no Estatuto do Idoso.
Constata-se que estes grupos familiares chefiados por mulheres necessitam ser radicalmente protegidos por um conjunto de políticas, em vista do seu fortalecimento e garantia de cidadania.
Os indicadores socioeconômicos contribuem para esta análise. O Censo 2010 apresenta muitas informações para ampliar e qualificar este quadro de realidade. O ObservaSinos comprometido com a publicização das informações e com a formação para este acesso e análise, realizará no dia 24 de agosto a Oficina sobre os dados censitários 2010.
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=44667
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