quarta-feira, 7 de abril de 2010

Libertação unilateral das Farc sinaliza para processo de paz na Colômbia

Adital -
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertaram, de forma unilateral, mais um dos prisioneiros de guerra. Ontem (30), o cabo Pablo Emilio Moncayo, quem estava retido pelo grupo há 12 anos, ganhou liberdade. No último domingo (28), as Farc já haviam libertado o soldado Josué Calvo. As liberações fazem parte do cumprimento das atividades anunciadas pelo grupo no início de 2009. A ideia é que a próxima ação seja a entrega dos restos mortais do capitão Julián Guevara.
Agora, de acordo com informações da Telesul, 22 soldados ainda estão sob o poder das Farc. Enquanto isso, o Estado mantém mais de 500 participantes do grupo armado em prisões oficiais. Boa parte das ações de libertação é conseguida graças à mediação de Colombianas e Colombianos pela Paz e pela senadora Piedad Córdoba, e pela sociedade civil, que demandam do Governo um acordo humanitário entre as partes envolvidas no conflito.


O trabalho de Córdoba é, inclusive, lembrado pela Comissão Ética Internacional pela Verdade na Colômbia. Em declaração divulgada hoje, a Comissão destaca que "estes feitos humanitários de paz não haveriam se tornado realidade sem a perseverança e tenacidade da senadora Piedad Córdoba, junto com Colombianas e Colombianos pela Paz".

As Farc, por sua vez, acreditam, de acordo com comunicado divulgado ontem, que países e grupos que lutam pela humanização da guerra devem unir esforços em busca da permuta de prisioneiros de guerra para, assim, conseguir uma "solução política do conflito social e armado" na Colômbia.

"Com este gesto unilateral [de libertação dos dois prisioneiros], as Farc consideram que o caminho fica capinado para a imediata permuta de prisioneiros de guerra como única forma viável para que, sem menosprezo da integridade física, regressem à liberdade os prisioneiros que estão na selva, o mesmo que os guerrilheiros presos nas masmorras da Colômbia e dos EUA", destacam em comunicado.

A Comissão de Ética também destacou as atitudes do grupo guerrilheiro direcionadas a um acordo humanitário no conflito armado. "Festejamos o feliz término de uma decisão unilateral da guerrilha das Farc EP, a qual mostra sua vontade de caminhar até um acordo humanitário e uma saída política negociada ao conflito social e armado no país. Este feito reflete a possibilidade da humanização do conflito armado interno da Colômbia", acredita.

Ressaltou ainda as manifestações do presidente colombiano, Álvaro Uribe, de possibilitar o acordo humanitário, o que considerou "como um gesto positivo à proposta apresentada pelas Farc EP, demandando que tal oferecimento se possa fazer viável sem nenhum tipo de condições por nenhuma das partes".

Com informações de Telesul

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