sexta-feira, 9 de abril de 2010

Projeto intensifica combate à exploração sexual infanto-juvenil no turismo

Tatiana Félix *

Adital -
No último dia 30, foi lançado em Brasília, capital federal, o ‘Projeto Nacional de Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo de 2010’, a primeira de uma série de ações com vistas ao enfrentamento da exploração sexual infanto-juvenil que pode ser agravada com o crescimento do turismo no Brasil em virtude da Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Com a realização destes eventos é esperado um crescimento de cerca de 600 mil turistas no país, aumentando os riscos de crimes e infrações contra crianças e adolescentes.

Segundo Elisângela Machado, coordenadora do projeto na Universidade de Brasília (UnB), o objetivo do projeto é reunir empresários do setor turístico, gestores públicos e organizações não-governamentais que atuam no enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes, para que eles sejam colaboradores de um conjunto de ações com foco no combate a este crime.


Entre as ações do projeto estão os Cursos de Formação Agentes Multiplicadores na Prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes, campanhas de incentivo aos profissionais da cadeia do turismo para adotarem um Código de Conduta para combater a exploração sexual infantil. A ação terá prioridade nos estados que serão sedes para os jogos da Copa do Mundo de 2014 e também em João Pessoa, capital da Paraíba.

Elisângela informou que amanhã (6) já terá início em Belém, no Pará (região Norte do país), o Curso de Formação de Multiplicadores na Prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes no Turismo. "Serão 5 pessoas em cada estado para serem lideranças e multiplicadores de ações de enfrentamento à exploração sexual", explicou. A estimativa é que uma campanha nacional seja lançada no segundo semestre deste ano.

No lançamento do programa, o Ministro do Turismo, Luís Barreto, ressaltou a importância de se denunciar crimes de exploração sexual cometidos contra crianças e adolescentes no Brasil. "Nada melhor do que uma denúncia por meio do Disque 100. A sociedade deve fazer pressão para que não haja esse tipo de turismo no Brasil. Porque isso não é turismo. Isso é chaga. É crime".

O projeto é coordenado pela Universidade de Brasília (UnB), e conta com a parceria do Ministério do Turismo. A ação faz parte do Programa Turismo Sustentável e Infância criado pelo Ministério em 2004.

Exploração Sexual de crianças

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), existem em todo o mundo, cerca de 2 milhões de meninos e meninas vítimas das redes de exploração sexual, entranhadas na cadeia produtiva do turismo. No Brasil, as capitais litorâneas, principalmente do Nordeste, são as que apresentam situação mais crítica, ou seja, onde este tipo de crime acontece com maior intensidade e mais livremente.

Segundo o Unicef, diversas pesquisas, como o Estudo das Nações Unidas sobre Violência contra Crianças, revelam que a exploração sexual de crianças e adolescentes está aumentando nos últimos anos, como a exploração de meninas e meninos por turistas e viajantes, tráfico de crianças para fins sexuais e a proliferação de imagens de crianças sendo abusadas e crimes relacionados à internet.

Mais informações pelo site: www.cet.unb.br/turismoeinfancia.


* Jornalista da Adital

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