quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dom Veglio “não excluir, nem absorver identidade dos migrantes”

Fonte: Agência Eclesia

O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, destacou a importância de não excluir os migrantes da sociedade, nem tampouco "absorver sua identidade".

O prelado discursou nesta quarta-feira no VIII Congresso sobre as migrações, organizado pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), que se realiza em Málaga, na Espanha, de 27 de abril a 1º de maio.

"São dois os extremos a evitar: a absorção, a completa assimilação na sociedade dominante, com prejuízo à identidade do migrante, e a exclusão, que encerra o perigo da marginalização", declarou.

Dom Vegliò constatou que as migrações "assumiram hoje dimensões consideráveis e que, até por esta razão, já não podem ser ignoradas".

Ao mesmo tempo, denunciou que "é cada vez mais evidente o rosto ferido dos migrantes".

O representante do Papa para a assistência aos migrantes explicou que, nos 27 países da União Europeia, calcula-se haver hoje cerca de 24 milhões de imigrantes, em sua maioria provenientes da própria Europa.

O prelado destacou ainda a dificuldade em se ter acesso a números confiáveis sobre os imigrantes ilegais, que, segundo estimativas recentes, "seriam entre 4,5 e 8 milhões, com um aumento estimado em 350 a 500 mil ao ano".

Cultura do acolhimento

Dom Vegliò finalmente destacou a importância do diálogo entre as culturas e as religiões - "uma prioridade para a Europa", segundo Bento XVI.

Da mesma forma, pediu a "elaboração de uma cultura e uma ética do acolhimento" nas condições de vida atuais.

Neste sentido, citou o cardeal Renato Raffaele Martino, que em 2008 afirmara que "o acolhimento do estrangeiro está no coração da identidade europeia".

"A Igreja quer afirmar a cultura do respeito, da igualdade e da valorização da diversidade, capaz de ver os imigrantes como portadores de valores e riquezas", disse Dom Vegliò.

"Por essas razões, convida a rever as políticas e normas que comprometem a tutela dos direitos fundamentais", concluiu.

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