Valentín Pacho
Secretario Gral. Adj. de la Fed. Sindical Mundial - FSM. Ex Secretario Gral. de la FDTA de Arequipa. Ex dirigente de la Feder. de Trab. en Construcción Civil del Perú. Ex sec. Gral. de la CGTP-Perú. Ex Senador de la Rep. por Izquierda Unida
Adital
(Desde a Grécia)
Tradução: ADITAL
Como ex-Secretário Geral da Confederação Geral de Trabalhadores do Peru (GGTP), me dirijo não ao coração, mas à consciência dos trabalhadores e demais setores populares do país que conformam a grande maioria de peruanos, pauperizados pelos últimos regimes, para manifestar-lhes o seguinte:
Todas as forças da direita, os poderes econômicos, as empresas transnacionais, como as mineiras; a poderosa maquinaria midiática, o Comando Sul, o Cardeal Cipriani e Alan García fecharam as filas para apoiar a candidatura do clã corrupto dos Fujimori, no segundo turno.
A demolição do candidato de Gana Peru, Ollanta Humala, chegou ao topo. A tecnologia das comunicações e as manhas da psicologia aperfeiçoadas pela CIA para manipular as populações despolitizadas está funcionando com precisão perfeita. A corrupção institucionalizada espera ocupar logo (e de novo) os ministérios e demais cargos do Estado, para delinquir.
No segundo turno, as opções reduziram-se em duas: uma caracterizada pela tentativa de recuperar a dignidade, a ética e a moral na política peruana representada por Ollanta Humala; e, a outra, constituída pela imoralidade, pelo delito e pela corrupção, representada pela candidata do clã Fujimori.
Se, por desgraça, ganhasse a segunda, significa que a corrupção terminou por descompor a moral em nossa pátria. Isso seria uma vergonha sem nome! Isso seria colocar-nos ante a comunidade internacional como uma nação sem princípios. Muitas instituições no exterior que valorizaram e tomaram como exemplo o castigo aos ladrões e criminosos encabeçados por Alberto Fujimori e seus sequazes (atualmente presos) nos verão com desprezo, pois, aquilo que constitui-se um passo na luta contra a imoralidade e a impunidade, se converteria em burla.
No dia 5 de junho está em jogo a honra do povo peruano. Para salvar essa honra, não há outra opção do que votar por Ollanta Humala.
Dirijo-me aos milhões de trabalhadores dos setores populares para recordar-lhes que o governo de Fujimori anulou a legislação trabalhista que até aquele momento havia sido favorável ao trabalhador e permitia a atuação dos sindicatos.
Fujimori suprimiu o direito à negociação coletiva. Os sindicatos viram-se impedidos de apresentar suas reivindicações. Aboliu o direito à estabilidade no trabalho. Foram demitidos mais de 800 mil trabalhadores do setor público e milhares de trabalhadores das empresas públicas foram demitidos por conta das privatizações. Destruiu a indústria nacional e os trabalhadores foram as vítimas.
Quantos lares de trabalhadores que perderam seu emprego foram destruídos! Quantos sofreram fome e humilhações junto com seus filhos! Milhares de mães tiveram que sair em busca de trabalho, deixando seus filhos em situação dramática.
Hoje, os trabalhadores e os sindicatos ficaram sem amparo legal; a legislação trabalhista imposta pela ditadura Fujimori continua vigente; Alan García não quis modificá-la, nem tampouco a Constituição, que prometeu modificar. As Servis continuam sendo um instrumento para alugar trabalhadores sem direitos sociais, nem direito a sindicalizar-se. Essa é a pior humilhação que um trabalhador pode sofrer.
Os crimes cometidos contra dirigentes sindicais e populares não podem ficar no esquecimento; Milhares de mães, pais, irmãos e filhos choram por seus seres queridos assassinados e desaparecidos.
Segundo informação da Comissão da Verdade e Reconciliação, mais de 80% dos assassinatos e desaparições foram perpetradas pela repressão militar e policial do fujimontesinismo.
Então, como o povo peruano pode esquecer tão facilmente aos mafiosos mostrados em vídeos em 2001, responsáveis pela institucionalização da corrupção de todos os organismos do Estado: Parlamento, Poder Judiciário, Tribunal Constitucional, Promotoria Pública, a imprensa servil, as forças armadas e policiais, empresários poderosos e banqueiros. Com honrosas exceções, como o diário La República, sob a condução do honorável empresário e político Gustavo Mohme Llona, que lutou contra o governo corrupto e criminoso de Fujimori.
Se os ricos são minoria absoluta, por que a grande maioria dos pobres, na qual se encontram os trabalhadores, têm apoiado os candidatos da direita? E o que é ainda mais grave, em cujo entorno estão, precisamente, os rufiões que governaram com Alberto Fujimori. Será que a classe dominante e seu aparelho midiático têm corroído o cérebro dos pobres?
Não obstante, há exceções que merecem respeito; muitas pessoas que sendo de direita têm sabido distinguir a moral, a ética e a dignidade frente ao crime, ao roubo e à corrupção. É o caso do Premio Nobel Mario Vargas Llosa, que, sendo homem de direita, no entanto, não quis envolver-se na corrupção e preferiu desligar-se, afirmando que votará por Ollanta Humala, apesar de não simpatizar politicamente com ele, porque é consciente de que no dia 5 de junho está em jogo a dignidade de todo um povo maltratado, humilhado e ofendido pela máfia fujimontesinista que pretende retomar o governo.
Todavia, estamos a tempo para fechar fileiras contra a imoralidade que a candidata do clã Fujimori representa.
Expresso meus respeitos a esse contingente de peruanos entre os que se encontram os sindicalistas da CGTP, bem como destacados profissionais e intelectuais que decidiram votar em Ollanta Humala, apesar de não ser ollantistas. Eu tampouco sou ollantista; porém, vou votar por Ollanta Humala por princípios morais que aprendi no movimento sindical classista e no Partido Comunista Peruano.
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