Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital
Será realizada amanhã (17) e no dia 18, na cidade brasileira de São Paulo, a Conferência Internacional "A integração latino-americana e a luta pela paz”, organizada pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz). O evento se inscreve no marco da campanha "América Latina é de Paz — Fora Bases Militares Estrangeiras”, lançada em 2009.
Em quatro mesas de discussões, palestrantes do Brasil, Cuba, Venezuela, Vietnã, Argentina, Peru, Colômbia, Porto Rico, Honduras, Palestina e Síria debaterão junto aos participantes como fortalecer a cultura de paz em um mundo militarizado, analisando as ameaças à paz no Atlântico Sul, a política dos Estados Unidos na América Latina e como os povos resistem às agressões militaristas.
"Discutir desafios e obstáculos que pairam contra a soberania dos povos, promovidos pelos Estados Unidos e os países europeus que compõem a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], são o nosso foco, buscando construir a América Latina como um continente de paz”, explica a presidente do Cebrapaz, Socorro Gomes.
Como exemplos de ataques militaristas, Socorro, que participa da mesa de abertura da conferência, cita o recente Golpe de Estado de Honduras, ocorrido em 2009, e atentados contra a soberania da Venezuela, Bolívia e Equador. O militarismo também atinge a Líbia, Síria, Irã e Paquistão.
Ela afirma que o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não representou uma ruptura com a gestão anterior, de George Bush, e segue promovendo guerras.
"Com Obama, em essência, nada mudou na política imperialista de agressão aos povos. Ele continua espalhando terror na América Latina e no restante do mundo. Assumiu a guerra de Bush e faz outras. Agora tenta redesenhar o Oriente Médio, colocando no poder governos submissos aos EUA”, esclareceu.
De acordo com a presidente, a potência comandada por Obama mantém mais de 800 bases militares em todo o planeta. Apenas no Japão, um país pequeno, são 130 bases estadunidenses. Na América Latina há dezenas – dez somente na Colômbia e outras em Honduras e Panamá.
Para superar o militarismo, Socorro aponta a luta pela soberania dos povos que, no caso da América Latina, se liga à integração do continente, fortalecendo os países. "A paz pressupõe soberania dos povos e respeito, ela é indissociável da luta contra a invasão, pelo desmantelamento da Otan, pela destruição das armas de destruição em massa, e essa luta é ligada à denúncia dos promotores da guerra”, enfatizou.
Ela assinalou ainda que a implantação de bases militares tem motivação financeira. "O que eles querem é saquear nossos recursos, porque o interesse com as bases militares é controlar a diversidade biológica e a riqueza energética, como o petróleo do pré-sal”, explicou.
Apesar da forte presença do militarismo, há resistências, que serão apresentadas durante a conferência como troca de experiências. "Israel aplica uma política genocida e de colonato. O povo palestino é tão sofrido, é um povo que não tem direito à terra, ao território. E continuam resistindo. Também os povos do Iraque resistem. Na América Latina, os povos reagiram à ideia de fazer daqui o quintal dos EUA”, citou.
A Conferência Internacional "A integração latino-americana e a luta pela paz” ocorrerá no Hotel San Raphael, que fica no Largo do Arouche, 150, São Paulo. Para se inscrever no evento, acesse o link http://cebrapaz.org.br/site/ficha.html.
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