terça-feira, 8 de setembro de 2009

Jornada Nacional do Migrante aconteceu no domingo

Adital

Os migrantes - mais que remessas, problemas, muros, leis migratórias - são pessoas, com alegrias, esperanças, riquezas, contribuições culturais e econômicas para o povo que os acolhe, explica uma missionária que dedicou a vida a atender estas pessoas no México.

No domingo, 6 de setembro, aconteceu no México a Jornada Nacional do Migrante, sob o tema São Paulo migrante, Apóstolo dos Povos, promovida pela Pastoral da Mobilidade Humana (PMH) do episcopado.

A missionária scalabriniana Letícia Gutiérrez Guadarrama, secretária executiva da PMH, conversa com Zenit-El Observador sobre o complexo fenômeno da migração e as ações que a Igreja no México vem desenvolvendo a favor dos migrantes.

Por que a Jornada do Migrante é celebrada no primeiro domingo de setembro?
Leticia Gutiérrez - Na Igreja a Jornada do Migrante é no segundo domingo de janeiro; mas solicitamos ao Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes que permitisse, por questões pastorais, celebrarmos nesta data, pois em todas estas Conferências Episcopais a celebração do dia do Migrante já acontece nessa data.Para nossa gente aqui no México é o desafio. Em alguns lugares a celebração é realizada conforme suas realidades, pois em algumas dioceses acontece em dezembro, que é quando retornam os mexicanos ou como os chamam nas paróquias "os filhos ausentes" e em outros lugares aproveitam julho-agosto, quando costumam também vir nossos irmãos e irmãs mexicanas.

Quais são os "temas" mais importantes na agenda de Pastoral da Mobilidade Humana no México?
Leticia Gutiérrez - Há um trabalho árduo com o tema dos migrantes em trânsito. A Igreja no México tem cerca de 50 casas-albergues para migrantes na rota mais usada pelos migrantes que passam por nosso território e, sem dúvida, ali se faz a primeira missão, que é dar-lhes de comer, hospedá-los, oferecer-lhes descanso. A situação dos deportados também é uma preocupação para a Igreja, pois as pessoas regressam sem muitas alternativas de desenvolvimento.

Que ações coordenadas se realizam a favor dos migrantes?
Leticia Gutierrez - Nos últimos anos o trabalho da Igreja pela defesa dos direitos humanos foi muito preciso, sobretudo no tema dos migrantes em trânsito; de fato, o Informe Especial de Sequestros a Migrantes que a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) emitiu foi uma colaboração de ambas instituições.

Outro tema que trabalhamos muito é a promoção de projetos produtivos nas comunidades de origem, assim como o trabalho de busca de mexicanos nas prisões, nos centros de detenção e a extradição de falecidos mexicanos.

A Igreja teve uma aproximação com a Secretaria de Governo, sobretudo com o Instituto Nacional de Migração, para buscar linhas de ação que permitam que não se esqueça que os migrantes são pessoas; e que nos permita continuar realizando a missão com a população migrante.

Sabemos que muitos agentes da pastoral de migrantes, devido a seu trabalho específico, muitas vezes são hostilizados pelas autoridades. Qual é a situação com respeito a este assunto?
Leticia Gutiérrez - É verdade. O tema da migração se converteu em "ouro puro" e é buscado pelas gangues locais, o crime organizado e algumas autoridades locais, estaduais e federais; isto colocou um grande número de agentes em situação de ameaças, de hostilidade e de expôr a vida para defender a vida e direitos dos migrantes.

A Igreja aqui desempenha um papel muito importante, mesmo caminhando com prudência. Não se deteve através dos agentes da pastoral em sua missão de ser profeta, pastora e mãe daqueles que vivem uma situação de vulnerabilidade pelas condições legais que não lhes permitem ser considerados pessoas, sujeitos a direitos e obrigações

A entrevista é da Zenit - El Observador, por Gilberto Hernández García

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