"O texto é um desastre para o Brasil", afirma Paulo Adário, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace, em entrevista feita por Andrea Vialli e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 26-05-2011.
Eis a entrevista.
Qual sua avaliação do texto do Código Florestal aprovado pela Câmara?
O texto é um desastre para o Brasil. Não acatou as contribuições do governo, como o veto à anistia a quem desmatou até 2008. Numa visão geral, reduz a proteção ambiental no País todo.
O novo Código pode trazer mais desmatamento?
Quem respeitou a lei ambiental e quem devastou passam a ser tratados da mesma forma, o que é injusto e ruim para a democracia. Mato Grosso é um exemplo. O desmatamento vinha caindo por causa da intervenção do governo federal. O recente pico de desmate ocorreu não por uma alta do preço da soja ou da carne, mas em razão da expectativa de anistia.
Existe o risco de o novo Código ameaçar compromissos internacionais firmados pelo Brasil, nas áreas de clima e biodiversidade?
A situação fica muito complicada, porque em 2012 o País sediará a Rio+20, conferência da ONU que marca os 20 anos da Rio-92. Corremos o risco de mostrar ao mundo que não fizemos a lição de casa, pois é o desmatamento que mais contribui para a emissão de gases-estufa. A meta de biodiversidade firmada no Japão também fica comprometida, pois a redução das áreas de reserva legal levará à perda de espécies.
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