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Além da posse da Terra Indígena Laranjeira Nhanderu, os Kaiowá Guarani reivindicam a conclusão dos processos administrativos sobre a demarcação das demais áreas de ocupação tradicional no estado
Por Cimi Regional MS
Desde a última sexta-feira, 13 de maio, indígenas Kaiowá Guarani retomaram uma pequena parte de sua terra tradicional, conhecida como Laranjeira Nhanderu, localizada no município de Rio Brilhante,em Mato Grosso do Sul.
É a segunda tentativa da comunidade de retomar parte de seu território tradicional no local, onde incide a fazenda Santo Antônio de Boa Esperança. A primeira ocorreu em maio de 2008, sendo que o grupo foi expulso do local em setembro de 2009. Desde então, a comunidade, formada por cerca de 400 pessoas, vive acampada às margens da BR-163, que corta o estado de norte a sul.
A difícil realidade às margens da rodovia
Os Kaiowá e Guarani de Laranjeira Nhanderu permaneceram nas margens da BR-163 por um ano e oito meses. Durante este período, passaram por difíceis situações e foram constantemente agredidos em seus direitos mais fundamentais, sendo submetidos as mais diversas vulnerabilidades.
Os indígenas foram visitados por representantes de organismos de defesa dos direitos humanos, movimentos sociais, brasileiros e estrangeiros, bem como por inúmeras pessoas solidárias à sua realidade desumana. A partir dessas visitas, a situação foi sendo comprovada e denunciada pela imprensa e organizações nacionais e internacionais.
Durante esse período, assim como diversas comunidades Guarani que vivem acampadas às margens de rodovias estaduais, seja no MS seja também no Rio Grande do Sul, os indígenas sofreram toda sorte de violação de direitos, sequer água potável e alimentação tinham. Também não conseguiram por muito tempo acessar serviços básicos de saúde e educação. Sem mencionar ainda, as constantes ameaças e situações em que foram vitimas do preconceito e do desrespeito de fazendeiros e próprios moradores da região.
Outras questões gravíssimas, como inundações pela chuva e calor excessivo, acrescentavam ao cenário, já perturbador, outras violações. Sem contar a situação de descumprimento total do Estatuto do Idoso, em relação aos idosos da comunidade com mais de 90 anos que permaneciam vivendo dentro de barracos de lona sob o calor excessivo. A intensidade do tráfego nas margens da BR-163 e seus riscos evidentes acarretaram na morte de um indígena por atropelamento. (FONTE, cimi MS)
Fazendeiro consegue liminar e índios podem ser despejados
http://www.correiodoestado.com.br/noticias/fazendeiro-consegue-liminar-e-indios- podem-ser-despejados_110993/
O fazendeiro Roberto Bacha, dono da Fazenda 3 R, ocupada desde terça-feira (10) por índios terena da aldeia Buriti, conforme informações extraoficiais, conseguiu no início da tarde desta segunda-feira (9), liminar do Tribunal de Justiça, que lhe garante a reintegração de posse e a saída imediata dos quase 2 mil índios que estão acampado numa faixa de terra da propriedade de 1.200 hectares, uma das 25 fazendas (que totalizam 17.200 hectares) que eles reivindicam como terra indígena.
O advogado de Bacha, Newley Amarilha, foi até a propriedade para tentar convencer os índios a cumprir a decisão judicial pacificamente. Agentes e um delegado da Polícia Federal (PF) acompanharam a negociação sem êxito. Será requisitada uma força policial de pelo menos 100 homens da Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (CIGCOE) para retirar os índios.
Uma equipe da coordenadoria regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) esteve no local hoje e recebeu garantia dos índios de que eles não vão ocupar nenhuma outra área. Segundo o chefe de monitoramento ambiental e territorial da Funai em Campo Grande, Ricardo Araújo, os acampados aguardam a decisão da Justiça pacificamente e pela reunião pré-agendada entre os dias 30 de maio e 3 de junho na diretoria de assuntos fundiários, na Funai, em Brasília. (FONTE, correriodoestado)
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