sábado, 28 de maio de 2011

COM REGISTRO E SEM REGISTRO EM CARTEIRA, TRABALHADORES MIGRAM PARA O CORTE DE CANA

Devido à falta de emprego e alternativas de trabalho remunerado na região, o Vale do Jequitinhonha apresenta forte e permanente migração temporária, sobretudo de mulheres e homens de áreas rurais, em sua grande maioria jovens. Todos os anos eles migram do Jequitinhonha para trabalhar nas usinas de cana-de-açúcar, fazendas de laranja e café no sul do estado de Minas Gerais e em outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Rondônia, entre outros.
Algumas Usinas como o Grupo COSAN, Usina Caeté e Usina João Lira possuem convênio com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, Regional Araçuaí (SEDESE) que possibilita o cadastramento e contratação dos trabalhadores. Antes, porém, eles fazem exames médicos. Se aprovados, assinam um contrato provisório de três meses e embarcam em ônibus contratados pelas empresas. Este ano, 4.212 trabalhadores já foram para as usinas mencionadas acima, localizadas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Antes, o município de Araçuaí era o ponto de encontro e de embarque desses trabalhadores que vinham de diversos municípios da região. Mas, já há algumas empresas fazendo o embarque dos trabalhadores diretamente nos seus municípios de origem. Com isso, as empresas diminuem os custos com transporte. Mesmo assim, trabalhadores de diversos municípios como Chapada do Norte, Caraí, Itinga, Virgem da Lapa, Berilo, Coronel Murta, Catuji, Turmalina, Minas Novas e Padre Paraíso continuam embarcando em Araçuaí.
Contudo, a contratação dos trabalhadores migrantes com registro em carteira de atrabalho não é regra geral na região. Há trabalhadores que migram por conta própria e saem sem nenhuma segurança ou garantias de direitos. Esses trabalhadores são aliciados e levados pelos gatos
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(agenciadores de mão-de-obra), que neste ano, já levaram 2.500 pessoas com destino aos Estados do Paraná, Rio de Janeiro, Mato grosso e São Paulo. No total, 6.712 trabalhadores já migraram de Araçuaí. Há perspectivas de que outros ainda migrem.

Veridiana Franca Vieira

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