sexta-feira, 3 de junho de 2011

Trabalhador é encontrado morto no mesmo assentamento de José Cláudio e Maria do Espírito Santo

http://www.cptnacional.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=658:trabalhador-e-encontrado-morto-no-mesmo-assentamento-de-jose-claudio-e-maria-do-espirito-santo&catid=12:conflitos&Itemid=54




Mais um trabalhador rural é assassinado no Pará. Herenilton Pereira, de 25 anos, foi encontrado morto no dia 28 de maio, último sábado. Ele estava desaparecido desde quinta-feira, dia 26. O jovem vivia no mesmo assentamento do casal de ambientalistas assassinado no última dia 24, em Nova Ipixuna (PA).

Foi encontrado no sábado, 28 de maio, por volta das 11 horas, o corpo do trabalhador HERENILTON PEREIRA DOS SANTOS, que estava desaparecido desde quinta-feira no interior do projeto de Assentamento Praia Alta Piranheira, localizado no município de Nova Ipixuna. O corpo foi encontrado por um grupo de assentados a 50 metros de uma das estradas vicinais, distante 7 km do local onde José Cláudio e Maria foram assassinados.

Na terça-feira, dia do assassinato de José Cláudio e Maria, Herenilton e um cunhado seu, encontravam-se trabalhando em sua roça às margens de uma estrada vicinal a uns 5 km do local onde o casal de extrativistas foi assassinado por volta das 8 horas da manhã. Já por volta de 8:40h os dois presenciaram a passagem, a poucos metros deles, de dois homens em uma moto, modelo Bros de cor vermelha, vestidos de jaqueta e portando capacetes. Um deles, carregava uma bolsa comprida no colo. As descrições da moto, e dos dois motoqueiros, coincidem com informações prestadas à polícia por testemunhas que presenciaram a entrada, no assentamento, de dois pistoleiros horas antes do crime naquela manha de terça-feira.

Ainda segundo o relato do trabalhador que estava ao lado de Herenilton, uns 100 metros à frente, os supostos pistoleiros pararam a moto e um deles abordou um trabalhador que se encontrava no local e pediu informações de como chegar ao porto do Barroso. O porto é uma das saídas do assentamento em direção ao município de Itupiranga, trafegando pelo lago da hidrelétrica de Tucuruí. Informados os dois seguiram viajem...(CONFIRA NA INTEGRA NO SITE DA CPT Nacional)

* Ministra dos direitos humanos propõe a criação de um canal de diálogo permanente com a CPT para dar proteção efetiva aos ameaçados


http://www.cptnacional.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=661:ministra-dos-direitos-humanos-propoe-a-criacao-de-um-canal-de-dialogo-permanente-com-a-cpt-para-dar-protecao-efetiva-aos-ameacados&catid=12:conflitos&Itemid=54




Na última terça-feira, 31 de maio, a CPT, a convite da ministra dos direitos, Maria do Rosário, participou na sede da Secretaria Especial de Direitos Humanos, SEDH, de audiência da qual participaram também o ministro interino da justiça, Luis Paulo Barreto, o ouvidor agrário nacional, Gercino Filho, representante da Secretaria Geral da Presidência e outros. Pela CPT participaram o coordenador nacional Pe. Dirceu Fumagalli, Antônio Canuto, secretário da coordenação nacional, José Batista Afonso, advogado da equipe da CPT de Marabá, PA, Pe. Paulo Cesar Moreira, da equipe de CPT da Prelazia de São Félix do Araguaia, ameaçado, e Cristiane Passos, assessora de comunicação.

A ministra expressou a vontade do governo, a mando da presidenta Dilma, de enfrentar a realidade da violência no campo. E disse que este diálogo com a CPT, deveria representar a abertura de um canal permanente de comunicação.

O ministro interino Luiz Paulo Barreto, do Ministério da Justiça, informou quais foram as ações imediatas a serem executadas de acordo com a reunião interministerial realizada no dia anterior. O ouvidor agrário nacional, Gercino Filho, também pontuou as ações imediatas do Incra nas áreas em conflito.

Dirceu falou pela CPT. Disse que as medidas que estão sendo tomadas são para amenizar a situação de violência, mas não o conflito, pois não vão ao cerne da questão que é estrutural. Afirmou ainda que iniciativas do governo, como a da Concessão de Florestas Públicas, a da Regularização de Florestas da Amazônia e a não efetivação da Reforma Agrária, ampliam o leque das possibilidades de conflitos e violência. É preciso reconhecer os territórios indígenas e das comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais. Nestes casos “é preciso melhorar muito para começarem a ser ridículas”, disse. Afirmou ainda que a CPT acredita no diálogo, mas que as ações precisam ser mais que pontuais. (NA INTEGRA, site da CPT Nacional)

Nota da CPT Ceará pelo assassinato de José Cláudio Ribeiro da Silva, Maria do Espírito Santo Silva e Adelino Ramos
http://cptms.blogspot.com/2011/06/nota-da-cpt-ceara-pelo-assassinato-de.html




A Romaria dos Mártires aumentou! “Se me matarem, ressuscitarei nas lutas do meu povo”(D. Oscar Romero) O ano de 2010 foi marcado por muitos assassinatos de lideranças camponesas. O Caderno de Conflitos no Campo Brasil, da CPT, registrou 34 assassinatos.Recentemente, foi com profunda tristeza e igual indignação que recebemos a notícia do assassinato de mais três companheiros que, após várias ameaças, tiveram suas vidas ceifadas:·

- No dia 24 de maio, os ambientalistas JOSÉ CLÁUDIO RIBEIRO DA SILVA e sua esposa MARIA DO ESPÍRITO SANTO SILVA, foram assassinados a tiros no interior do Projeto de Assentamento Extrativista, Praia Alta Piranheira, no município de Nova Ipixuna, sudeste do Pará:

- No dia 27 de maio, foi ADELINO RAMOS, o Dinho, sobrevivente do massacre de Corumbiara, assassinado pela manhã, no distrito Ponta de Abunã, município de Porto Velho, em Rondônia.Os motivos? A luta pela justiça, a defesa da floresta e dos direitos de seus povos.

Preocupa-nos, cada vez mais, a ação de fazendeiros e madeireiros, bem como de outros grupos do grande capital, que ameaçam aqueles que levantam a voz contra as injustiças e preocupa-nos, ainda mais, a omissão e o descaso dos governos em garantir a segurança destas pessoas ameaçadas. Os representantes políticos, que ocupam os mais diversos cargos, em todas as instâncias, deveriam agir no sentido de coibir estes crimes e não o fazem.

Assim, não são somente omissos, mas também coniventes, pois fazem concessões e criam leis favoráveis a latifundiários e madeireiros que desmatam, expulsam comunidades, perseguem e assassinam lideranças que se colocam ao lado dos mais pobres. A violência Deus condena e, aqueles que a praticam, de maneira especial contra os mais pobres e indefesos, pagarão caro.

A história de impunidade vai se repetindo. Somente numa semana, assassinaram três companheiros e, muito provavelmente, os mandantes e executores permanecerão impunes. Quando muito, serão condenados os executores, mas os mandantes, os “grandes do crime”, seguirão livres fazendo mais vítimas desta ganância por dinheiro e assalto às riquezas naturais. Indigna-nos este fato e perguntamos até quando viveremos numa sociedade onde manda e desmanda quem tem dinheiro e, aqueles que detêm o poder político, não têm a mínina capacidade e vontade de promover a paz e a justiça.A tristeza toma conta de nós, mas a morte destes companheiros fortalece a nossa indignação e o nosso compromisso com os camponeses e camponesas. Daremos continuidade à luta destes nossos irmãos e desta nossa irmã, exigindo justiça e punidade para os criminosos, para que outros/as companheiros/as não venham a ter suas vidas tiradas de forma tão brutal.

A Romaria dos Mártires aumentou... Seguem agora José Cláudio, Maria do Espírito Santo e Dinho. Seu martírio é fonte de testemunho vivo e vivificador, pois morreram defendendo a vida dos pobres, os preferidos de Deus, e a da natureza, a criação de Deus. Fazemos nossas as palavras do Profeta Miquéias:“Escutem, líderes e autoridades do povo! Vocês que deviam praticar a justiça e, no entanto, odeia o bem e amam o mal. Vocês tiram a pele do meu povo e arrancam a carne dos seus ossos. Vocês devoram o meu povo: arrancam a pele, quebram os ossos e cortam a carne em pedaços, como se faz com a carne que vai ser cozinhada” (Mq, 3,1-3). Mesmo quando não o fazem diretamente, mas deixam de agir quando deveriam a fim de coibir e punir os criminosos do povo, trazem para si a mesma responsabilidade. O sangue destes companheiros e desta companheira regou o chão e fará crescer a planta a justiça, cujo fruto é a paz (Is. 32,17). Eles permanecem vivos em nossas vidas, em nossas lutas. A CPT Ceará se solidariza com os familiares de José Cláudio, Maria do Espírito Santo e Adelino Ramos, ao mesmo tempo em que se une na luta pela justiça.

Fortaleza, 30 de Maio de 2011, Comissão Pastoral da Terra - Ceará

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