terça-feira, 3 de maio de 2011

Países promovem ações para celebrar Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital
Homenagear os jornalistas que, em todo o mundo, põem a vida em perigo para promover o livre fluxo da informação. Este é o objetivo do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado todo dia três de maio, desde 1993, quando a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) proclamou a data. Na América Latina, diversos países realizam ações para promover a liberdade da prática jornalística.

De acordo com um informe da organização Freedom House, em 2010 a liberdade de imprensa foi afetada na América Latina, especialmente no Equador, Venezuela, Honduras, Nicarágua e México. Em todo o mundo, a única região a obter melhorias foi a Asia-Pacífico, segundo o relatório.

No México, a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) registrou, só no ano passado, nove homicídios, quatro desaparições e 64 queixas. Os estados mais violentos para jornalistas, em 2010, foram o Distrito Federal, Oaxaca, Veracruz, Chihuahua e Chiapas.


Para discutir a truculência com que jornalistas são tratados no país e se mobilizar contra os crimes, ocorrerá o fórum "Impunidade como limitante à liberdade de imprensa e governabilidade democrática no século XXI”, entre os dias três e quatro de maio, no Pátio Central da sede Parlamentar de Xiconténcatl 9, Senado da República do México. Como fatores que influenciam no livre exercício do jornalismo, os organizadores do evento apontam o crime organizado, a corrupção, a impunidade e a falta de garantias de segurança para os profissionais.


Na região andina, a Unesco promoverá diversas iniciativas para comemorar a data. No Equador, o escritório de Quito preparou um kit para distribuir entre os meios de comunicação, com o objetivo de proporcionar informação sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

Já em La Paz, capital boliviana, a Unesco e a Associação Nacional de Imprensa (ANP, na sigla em espanhol) organizam o Fórum Debate "Liberdade de Imprensa e autorregulação jornalística”, com a participação do especialista colombiano Javier Darío Restrepo.

A Federação dos Trabalhadores da Imprensa e o Sindicato de Jornalistas Independentes de Santa Cruz também se mobilizarão. Eles irão ao Palácio de Justiça vestidos de preto para simbolizar seu rechaço ao lugar, que, segundo eles, não cumpre a justiça e acaba com as liberdades democráticas. Haverá uma marcha saindo da rua Ballivián, 28, às 9h30. "O Governo deve ouvir e eliminar os artigos que impedem o exercício pleno do jornalismo. Também aproveitamos para exigir resultados nas investigações de nosso colega de La Paz, David Niño de Guzmán”, salientaram.

Os colombianos, em Bogotá, poderão participar de uma jornada de atividades promovidas pela Unesco com organizações de defesa da liberdade de imprensa. Dentre os temas discutidos, as novas tecnologias, com o especialista José Rubén Zamora.


No Peru e na Venezuela, serão distribuidos materiais sobre a data, contendo uma mensagem conjunta do Secretário Geral das Nações Unidas, da Alta Comissionada das Nações Unidas para os Direitos Humanos e da Diretora Geral da Unesco.

O Seminário "Meios do Século XXI: Oportunidades e Novas Barreiras”, ocorrerá no Chile, na Cinemateca do Centro Cultural Palácio de La Moneda, a partir das 8h30 de amanhã. A intenção é discutir a internet e plataformas eletrônicas, bem como formas consideradas clássicas de fazer jornalismo, com enfoque na liberdade de expressão, democracia e desenvolvimento sustentável.

Rádios comunitárias

Em alusão ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc), lançou uma mensagem em que afirma o importante papel da comunicação comunitária por um mundo justo, dando voz a mulheres, pobres e organizações da sociedade civil.

A associação, fundada em 1983, reúne mais de quatro mil rádios comunitárias, em mais de 115 países. Para promover a liberdade, a Amarc pede aos governos que regulem a imprensa e o audiovisual, com isenção frente às grandes multinacionais da comunicação, garantindo-as em suas constituições.

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