Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
A Controladoria Geral da República do Panamá, por meio do Instituto Nacional de Estatística e Censo (INEC), apresentou ontem (12) os resultados da III Pesquisa de Trabalho Infantil no país. A sondagem foi realizada em outubro do ano passado e teve o objetivo de monitorar e avaliar os motivos deste tipo de exploração no país.
O principal resultado desta pesquisa é que seus dados demonstraram a redução no número de crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos, que exercem algum tipo de atividade laboral no país. Em comparação com 2008, quando foram registrados 89.767 menores que trabalhavam, em 2010 este número reduziu para 60.702. Sobre os principais motivos de trabalho, em primeiro lugar está a necessidade de ajudar a complementar a renda familiar.
A porcentagem de crianças ocupadas sobre o total da população de 5 à 17 anos, também reduziu em 2010 para 7,1%, em comparação à 2008 quando este índice era de 10,8%. Dados da pesquisa mostraram ainda que a incidência do trabalho infantil entre os meninos é de 10,3% enquanto que entre as meninas a taxa é de 3,7%. Em 2008, essas mesmas taxas eram de 15 e 6,2%, respectivamente.
O estudo revelou também que, 15.893 crianças começaram a trabalhar entre os 5 e 9 anos de idade; 32.389 começaram a trabalhar entre 10 e 14 anos e 12.420 menores começaram a trabalhar entre os 15 e 17 anos.
A maioria desta população trabalha em atividades ligadas à agricultura (56,5%), em segundo lugar, no comércio e ramo de reparo de equipamentos (15%), atividades comunitárias (7,6%) e indústria manufatureira (4,8%). Em menor escala, os menores também trabalham nos ramos de transporte, pesca e construção.
Em relação às horas trabalhadas, 77,3% dos menores trabalha cerca de 25 horas por semana; 9,2% trabalha entre 25 e 39 horas semanais e 13,5% trabalham 40 horas ou mais. Entre as atividades que requerem mais horas de trabalho dos menores estão a agricultura, pecuária, caça e atividades florestais, seguidas pelo comércio. 87,4% dos menores trabalhadores exercem suas atividades laborais durante a manhã; 9,2% no período da tarde; 1,4% durante a noite e 2% realizam jornadas mistas.
"Foi agradavelmente surpreendente que os dados encontrados tenham revelado uma diminuição do trabalho infantil no Panamá, o que significa que as políticas públicas que se vinham realizando há anos, resultaram de grande benefício para milhares de meninos e meninas que trabalham", disse Noordje Denkers, Oficial Subregional da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - IPEC para América Central.
Os resultados deste estudo contribuem para a elaboração de políticas e programas específicos, que visam combater as piores formas de trabalho infantil. Durante a apresentação dos resultados da III Pesquisa de Trabalho Infantil, a Controladoria Geral da República e uma empresa privada de telefonia firmaram o Convênio de Cooperação, que visa somar esforços para contribuir com a erradicação do trabalho infantil no país, através de ações do Programa Proniño.
Para ler o relatório completo, acesse: http://white.oit.org.pe/ipec/documentos/comentarios_encuesta_de_ti_panama.pdf
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