ABIDJAN, Costa do Marfim, 3 de maio (ACNUR) - Equipes do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) que estão em campo afirmaram que, apesar da melhoria nas condições de segurança, a situação na Costa do Marfim continua preocupante para dezenas de milhares de civis.
“À medida que nossas equipes têm acesso a mais pessoas deslocadas, percebemos que elas precisam de cuidados básicos”, disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, em entrevista nesta terça-feira em Genebra.
A equipe do ACNUR em Abidjan e arredores retomou o acesso aos deslocados internos que a agência ajudava antes de ter suas operações suspensas devido à crise pós-eleitoral na Costa do Marfim.
“O número de deslocados internos registrados anteriormente em 31 localidades passou de 35 mil, no fim de março, para 14 mil na semana passada”, disse Edwards. O porta-voz ainda acrescentou: “As condições de vida são extremamente precárias pois as pessoas ficaram algumas semanas sem comida adequada. Em um lugar próximo a Abobo Avocatier, um padre explicou que quatro deslocados morreram devido ao stress, entre eles um adolescente de 14 anos.”
A maioria das pessoas mostram interesse em retornar a seus locais de origem o quanto antes. Contudo, em boa parte dos casos, as casas e os povoados foram parcialmente ou inteiramente destruídos, deixando as pessoas traumatizadas. Em algumas cidades, os habitantes têm que se esconder durante a noite.
Na cidade de Duékoué, no oeste da Costa do Marfim, as condições de vida melhoram pouco a pouco com o retorno das agências humanitárias. No entanto, os prédios da Igreja Católica continuam lotados, com aproximadamente 27 mil deslocados internos.
A melhoria das condições de segurança e da liberdade de movimento através da Costa do Marfim, graças à captura de Laurent Gbabgo no último dia 11, foi saudada pelo ACNUR. Gbabgo, que já havia feito um pedido pela paz no país, foi pego pelas forças leais a Alassane Ouattara.
Entretanto, a agência para refugiados se mostrou preocupada com o alto número de pontos de controle armados e solicitou ao novo governo marfinense que reduza a quantidade dos mesmos, já que podem intimidar as pessoas que desejam retornar a suas cidades de origem. “Nós também pedimos que o governo dê garantias à população civil aumentando os esforços para restabelecer a presença de autoridades locais”, indicou Adrian Edwards.
Leia a íntegra desta notícia em: www.acnur.org.br
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