quarta-feira, 29 de julho de 2009

Saque recorde do seguro-desemprego revela dificuldade do brasileiro na crise

A queda na geração de empregos com carteira assinada no início de 2009 provocou saques recordes no seguro-desemprego. Segundo dados do Ministério do Trabalho, os saques somaram cerca de R$ 10 bilhões no primeiro semestre. O número representa aumento de mais de 40% em relação aos saques realizados no mesmo período de 2008.

De acordo com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o aumento se deve ao crescimento do desemprego na virada do ano, ao reajuste do salário mínimo e ao pagamento extra do seguro para os trabalhadores demitidos por causa da crise.

Formado em administração de empresas, Rodrigo Duque de Lima está entre os demitidos. Ele trabalhou na área de performance de vendas da Sundown Motos, empresa de motos e bicicletas, até fevereiro, quando boa parte do pessoal foi demitida. O motivo alegado foi a crise.

Rodrigo deu entrada no seguro-desemprego e passou a receber o benefício. Para driblar algumas contas, ele está fazendo bico de garçom em um bar na Vila Madalena, bairro da cidade de São Paulo.

O salário atual é cerca de 70% menor do que ele ganhava. Rodrigo teve que cortar gastos para se adaptar a nova realidade financeira.

“Algumas contas como do carro, do telefone, seguro de saúde são fixas. Na hora de pagar, são essas que eu estou priorizando. As outras pago conforme dá e se não dá ligo e explico a situação, para quando me estabelecer acertar essas coisas.”

O pagamento do seguro-desemprego é feito com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). De acordo com o ministério, esse fundo fechou o semestre com um resultado positivo de R$ 1,7 bilhão – uma piora de 70% em relação ao primeiro semestre de 2008.

De São Paulo, da Radioagência NP, Desirèe Luíse.

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