sexta-feira, 18 de março de 2011

Central Operária convoca paralisação de 48 horas contra decreto de aumento salarial

Karol Assunção
Jornalista da Adital
Adital
A Central Operária Boliviana (COB) anunciou, na última terça-feira (15), que realizará, nos dias 21 e 22, uma paralisação de 48 horas contra aumento salarial de 10% decretado pelo Governo. Entre as atividades programadas, está a realização de uma "Grande Marcha Nacional”, na próxima terça-feira (22), na cidade de El Alto, departamento de La Paz; e um encontro de avaliação da paralisação, marcada para quarta-feira (23).

Os manifestantes consideram que a decisão do aumento salarial foi imposta pelo poder Executivo de forma unilateral e demandam um aumento de 30%. De acordo com informações da Telesur, os sindicalistas ainda rechaçam a incorporação das caixas Nacional de Saúde ao Sistema Único de Saúde.

"A assembleia determinou declarar uma paralisação nacional mobilizada nos dias 21 e 22 de março para fazer cumprir as resoluções desta reunião que, em primeiro lugar, rechaçou contundentemente o decreto Supremo 809 que dispõe do aumento salarial de 10% imposto unilateralmente pelo Governo sem haver consenso com a Central Obreira Boliviana”, destacou Octavio Urquiza, dirigente da COB, à Agência Boliviana de Informação (ABI).

No início do mês, o Governo da Bolívia decretou um aumento salarial de 10% para professores, policiais, militares e profissionais da saúde da administração pública. A mesma porcentagem foi oferecida para as negociações entre profissionais e empresas privadas. Segundo informações do Governo, o aumento de 10% está acima da inflação registrada em 2010, que foi de 7,18%.

Para o salário mínimo, o aumento foi de 20%. Com o acréscimo, o mínimo nacional alcançará os 815,40 bolivianos (aproximadamente 117,5 dólares). Atualmente o salário mínimo é de 679,35 bolivianos (correspondente a 97 dólares).

Descontos


Ontem (16), Félix Rojas, ministro do Trabalho, afirmou que poderá descontar os dias não trabalhados daqueles que aderirem à paralisação convocada pela Central Operária Boliviana (COB). "Os descontos vão vir por mandato de nosso próprio ordenamento jurídico”, disse.

De acordo com informações de ABI, Rojas considerou "ilegal” a paralisação e garantiu que, no caso de parada, os ministérios do Trabalho e da Educação seguirão as leis vigentes. "Uma paralisação de 48 horas decretada como fizeram, sem acatamento às normas vigentes no país, seguramente vai ter a consequência de que, através das carteiras ministeriais correspondentes, decrete-se a ilegalidade dessas paralisações”, destacou.

Com informações de Púlsar, Telesur e ABI

Nenhum comentário:

Postar um comentário