Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
"O panorama generalizado na Colômbia para as e os defensores de direitos humanos é bastante desolador", afirma o Coletivo Mulheres ao Direito da Colômbia, através de um Comunicado Público, por meio do qual denuncia as práticas de perseguição e ameaças às mulheres, aos movimentos e líderes sociais do país.
Segundo a organização, as ameaças contra movimentos sociais e defensores de direitos humanos são realizadas por militantes do grupo paramilitar conhecido como ‘Águias Negras'. Um dos exemplos citado é o da Liga de Mulheres Deslocadas que já foi ameaçada quatro vezes por este grupo.
O Coletivo denuncia que a situação já é antiga e que as ameaças são feitas na maioria das vezes através de panfletos. "E junto com estas ameaças são muitas as vidas de mulheres, homens, jovens, meninas e meninos que têm silenciado os grupos armados legais e ilegais", relata.
De acordo com a organização feminista, no último dia 15 de fevereiro mais de 30 organizações sociais foram ameaçadas por meio de um panfleto eletrônico, que mostra desprezo especialmente por mulheres deslocadas, afro-colombianas, e campesinas. Segundo a entidade, todos são "tachados de guerrilheiros/as e colaboradores da guerrilha".
Para o Coletivo Mulheres ao Direito, toda essa perseguição funciona como uma campanha para 'amedrontar e intimidar' as pessoas que lutam contra a fome, a morte, a desnutrição e as condições degradantes de vida.
"Basta já das sistemáticas violações aos direitos humanos na Colômbia. (...) Exigimos ao Estado colombiano que dê respostas contundentes por via pacífica e de respeito aos direitos e convênios ratificados", enfatiza.
O Coletivo afirma que a situação no departamento de Atlântico é preocupante, já que mulheres e crianças das zonas rurais dessa região convivem com uma "constante ansiedade de uma nova arremetida por parte de grupos armados ilegais" que rondam a área. A organização feminista lamenta que apesar desta realidade existir na Colômbia, é algo ainda desconhecido e pouco noticiado.
Por meio do Comunicado, o Coletivo acusa ainda o Estado colombiano de colaborar com essa perseguição, a partir do momento em que "implantou o terror não apenas com as armas como também com cobranças jurídicas para as terras onde estas mulheres se encontram, com falsos projetos e subsídios que nunca foram dados e foram um fracasso assim como a suposta política agrária implantada na lei 160 de 1994”.
A organização relata também que durante o IV Encontro de Mulheres e Homens Rurais, realizado em julho de 2010 no município de Sabanalarga, em Atlântico, os /as participantes já denunciavam a existência de grupos armados ilegais nas zonas rurais, como uma referência aos grupos paramilitares que se faziam chamar como 'Águia Negras'.
"Apesar dos desafios e adversidades nos encontramos lutando por um país em que se respeitem os direitos, a diversidade, a opinião, a liberdade de expressão e associação”, conclui o Coletivo.
Para saber mais sobre o Coletivo, acesse: http://colectivomujeresalderecho.org/
As matérias sobre Direitos Humanos são produzidas com o apoio da Prefeitura Municipal de Fortaleza.
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