Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital
295 mortes por causa violenta somente no mês de fevereiro de 2011. Em janeiro, foram 275. Mais de 80% das vítimas são homens. Dentre as crianças, a situação piorou bastante em relação ao ano passado. Enquanto nos dois primeiros meses de 2010 houve cinco mortes violentas, este ano já são 59 mortes entre os menores de 15 anos. O número de mortes femininas subiu 2,194 nos últimos cinco anos e, apenas em 2011, há 130 casos de violência contra as mulheres, das quais 74 foram mortas e 56 ficaram feridas.
Os dados da realidade guatemalteca foram revelados por meio do "Informe sobre a situação dos direitos humanos na Guatemala e violência no mês de fevereiro de 2011”, lançado pelo Grupo de Apoio Mútuo (GAM), instituição que fomenta e acompanha formas de promoção e defesa dos direitos humanos no país.
O documento denuncia que, apesar da assinatura de acordos de paz, as estatísticas de mortes violentas estão subindo. Um dos fatores desencadeantes seria a fragilidade do sistema de segurança, causada, de acordo com o GAM, pelos baixos investimentos, principalmente no tocante à contratação de pessoal.
"Fevereiro se apresentou, até agora, como o mês mais violento do ano, contrapondo-se, desta forma, ao discurso do atual governo, que destaca que conseguiu reduzir as mortes violentas. A percepção da população continua sendo de terror e insegurança”, afirma a instituição. E o pior: o ano de 2011 pode ser o mais violento de toda a década. A afirmativa se deve tanto aos números apresentados já nos primeiros meses, como ao fato de ser este um ano eleitoral, em que a violência cresce, segundo o GAM.
Durante o mês de fevereiro, houve ainda 12 massacres, em que morreram 41 pessoas e 12 ficaram feridas. O número total de vítimas de massacres em 2011, até agora, está em 161 – 109 pessoas mortas violentamente e 52 feridas. As profissões mais perigosas são a de comerciante e motorista, com 25 e 20 mortes, respectivamente, nos dois primeiros meses do ano.
O informe concluiu também que a zona 18 esteve mais vulnerável em fevereiro, com 14 vítimas, seguida pelas zonas 1 e 12 com dez vítimas e a zona 7, com nove. Dentre os municípios mais violentos, a capital, Cidade da Guatemala, está em primeiro lugar, com 150 vítimas, com uma grande diferença do segundo município mais violento, Villa Nueva, com 36.
O Grupo de Apoio Mútuo destaca, ainda, o aumento da violência no governo de Álvaro Colom. Em três anos de mandato, Colom contabiliza 18.340 mortes. A organização estima que, ao final deste ano, o número estará em cerca de 24.340, o que representa um crescimento de 13,15% em relação ao governo anterior e 74% em relação ao governo de Alfonso Portillo, cujo mandato durou até 2004.
Entretanto, é no ano de 2003 que o documento localiza o desencadear de tanta violência no país, com um salto de 16,72% em relação à 2002. "O ano em que se dispara a violência é 2003, desde então as vítimas crescem até o dia de hoje”, declaram.
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