sexta-feira, 18 de março de 2011

Organizações sociais exigem o fim das usinas nucleares

Tatiana Félix
Jornalista da Adital
Adital
O terremoto de 9 graus na escala Richter, que atingiu o Japão no último dia 11, seguido por tsunami, trouxe sérios danos para o país e conseqüências para o planeta. Isso porque, além dos mais de 5 mil mortos já confirmados e das quase 9 mil pessoas que estão desaparecidas, as catástrofes ambientais danificaram também a usina nuclear de Fukushima, que já registrou explosões em parte de seus reatores.

A explosão em reatores da usina nuclear libera material radioativo para a atmosfera contaminando meio ambiente e população. Os níveis elevados de radiação causam danos à saúde. Diante da gravidade da situação, 30 organizações sociais de países como México, Argentina, Peru, Guatemala, Chile, Canadá e Espanha, entre outros, se manifestaram nesta semana contra o uso deste tipo energia.

Em carta aberta, os ativistas pedem que as usinas nucleares sejam desfeitas e que se busquem 'verdadeiras soluções para os povos'. "Chernobyl e Fukushima são alertas que devem obrigar aos governos a que deixem de insistir em seguir promovendo estes projetos. A energia nuclear para provisionamento de energia e mais ainda com fins bélicos, deve parar", enfatizam.

As organizações sociais alertam sobre o perigo que as instalações nucleares trazem para a vida e a segurança do planeta. "Hoje o mundo está mudando, não apenas pelos riscos de desastres naturais como também pelos riscos aos quais estamos submetidos por impactos da mudança climática, que produziu grandes inundações, deslizamentos e alterações severas na habitabilidade do planeta", relatam.

As organizações comentam que as crises ambientais e a necessidade de energia fizeram com que as grandes corporações e os países desenvolvidos, defendessem a energia nuclear como uma fonte alternativa, limpa e sustentável. No entanto, os ativistas ressaltam que "cada vez fica mais claro que estas são soluções falsas que apenas aumentam o perigo e a vulnerabilidade da humanidade frente às mudanças globais".

"A energia nuclear está se propondo como uma fonte de energia alternativa e limpa nas negociações de mudança climática, mas está demonstrado que pode ficar fora do controle tanto técnico como humano, e afetar a milhões de pessoas e em particular para as próximas gerações pelo seu potencial efeito nocivo na vida", contrapõem os ativistas.

Por isso, as organizações sociais "exigem que os governos se concentrem em assegurar a sobrevivência, o direito à habitabilidade, o direito à saúde e à soberania alimentar de milhões de pessoas no mundo, em lugar de debilitar as condições no planeta seguindo o que manda o capitalismo."

Por causa da catástrofe ambiental, o governo japonês se viu obrigado a desligar 11 centrais nucleares, para evitar que mais desastres ocorram. Mais de 6 milhões de pessoas estão sem energia elétrica no Japão. Além da preocupação com a Central Nuclear de Fukushima, também estão em perigo outras duas plantas nucleares em Onagawa e Tokai.

Devido ao risco de novas explosões, cerca de 200 mil pessoas já foram evacuadas de locais próximos à usina, a fim de evitar a exposição aos efeitos nocivos de um acidente nuclear.

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